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Ibovespa recua 0,7% antes de Fed e Copom; dólar cai para R$ 5,61

Investidores também repercutiram a terceira troca no Ministério da Saúde em meio ao momento mais grave da pandemia no Brasil

Painel de cotações da B3 (Germano Lüders/Exame)

Painel de cotações da B3 (Germano Lüders/Exame)

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Beatriz Quesada

Publicado em 16 de março de 2021 às 09h25.

Última atualização em 16 de março de 2021 às 17h17.

Quadro geral deste pregão:

  • Ibovespa cai 0,72%, aos 114.018 pontos
  • Dólar recua 0,36% contra o real e fechado cotado a 5,61 reais
  • EUA: Dow Jones recua 0,39% e S&P500 cai 0,16%, enquanto o Nasdaq tem alta de 0,09%

O Ibovespa fechou em queda nesta terça-feira, 16, na expectativa pela decisão de política monetária do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), que começou hoje seu encontro de dois dias para definir a trajetória da taxa básica de juros, a Selic. Investidores locais também ficam atentos à à terceira troca no comando do Ministério da Saúde em meio ao momento mais grave da pandemia no Brasil.

Nos Estados Unidos, bolsas americanas tiveram desempenhos mistos em meio à reunião do Fomc (Federal Open Market Committee), comitê do banco central americano (Fed) responsável por para decidir o futuro da taxa de juros no país. Os encontros dos comitês -- tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil -- começam nesta terça-feira e terminam amanhã.

O consenso entre investidores é de que a taxa dos EUA será mantida no intervalo vigente entre zero e 0,25 ponto percentual. A grande expectativa é pela conferência de imprensa do presidente do Fed, Jerome Powell, que ocorre meia hora depois da divulgação da decisão, às 15h30 de Brasília na quarta-feira.

Por aqui, as projeções apontam para o primeiro aumento da Selic desde junho de 2015, e as apostas variam entre aumentos de 0,25, 0,50 e 0,75 ponto percentual -- o que levaria a taxa para 2,25%, 2,5% ou até 2,75% ao ano. Embora a maior parte das apostas se concentram em uma elevação de 0,50 ponto percentual, alguns analistas esperam uma postura mais agressiva do Copom.

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“O consenso de mercado está se direcionando para um aumento de 0,75 ponto percentual na taxa por conta da força da pressão inflacionária e da alta do dólar”, afirmou Luis Mollo, analista da EXAME Invest Pro, na live diária Abertura de Mercado desta terça-feira.

O dólar caiu contra o real, favorecido pelos ganhos de moedas emergentes. O desempenho do real também repercutiu o clima de espera antes da decisão da política monetária no Brasil. Na sessão da véspera, o dólar fechou com alta de 1,43%, cotado em 5,63 reais, mesmo após duas intervenções do Banco Central.

No cenário doméstico, o mercado também fica atento à saída do general Eduardo Pazuello do Ministério da Saúde. Pazuello será substituído pelo médico Marcelo Queiroga, que aceitou o convite do presidente para assumir o cargo.

Somada ao crescente número de mortes no país, a notícia aumenta a percepção de risco de investimento no Brasil e demonstra a dificuldade do país em engatar um movimento de recuperação econômica. Na véspera, o Ministério da Saúde divulgou um balanço mostrando que o país ultrapassou a marca de 11,5 milhões de casos confirmados da covid-19.

Dados que influenciam os mercados

O Brasil registrou em janeiro a criação líquida de 260,3 mil empregos com carteira assinada, bem acima dos 179 mil postos esperados pelo mercado. O resultado é o melhor para o mês desde o início da série histórica do Caged, iniciada em 1992. Analistas do BTG Pactual Digital, no entanto, apontam que os novos lockdowns no país devem impedir que fevereiro repita os bons resultados.

Já os analistas da Exame Invest Pro fazem uma segunda ressalva. "O resultado reflete mudança metodológica da coleta desde o começo do ano passado (com um viés positivo para número de contratações), além de mudanças de sazonalidade no ano de 2020 (fechamento concentrado no meio do ano), além do efeito positivo do Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda, que deve voltar em breve", dizem em nota.

No campo da inflação, o Índice Geral de Preços-10 (IGP-10), divulgado nesta manhã pela FGV, passou a subir 2,99% em março, acima do consenso do mercado de 2,84%. O índice agora acumula alta de 7,47% no ano e de 31,16% em 12 meses. 

Nos Estados Unidos, foram divulgados nesta terça-feira os resultados de vendas no varejo, e o saldo da produção industrial para o mês de fevereiro.

As vendas de varejo recuaram 3,0%, pior do que a queda de 0,5% esperada pelo mercado. O dado mostra que a recuperação da atividade econômica dos EUA ainda tem um cenário desafiador pela frente.

“O resultado do indicador pode desacelerar a alta nos treasuries de 10 anos e reduzir a força do dólar no mercado internacional, o que também pode refletir positivamente para a cotação das moedas dos países emergentes, como o real”, afirmam analistas do Banco BTG Pactual Digital.

Além do varejo, a produção industrial de fevereiro também ficou abaixo das expectativas e registrou uma retração de 2,2% contra um crescimento esperado de 0,3%.

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