Painel de cotações da B3 (Germano Lüders/Exame)
Guilherme Guilherme
Publicado em 7 de julho de 2022 às 10h51.
Última atualização em 7 de julho de 2022 às 17h18.
O Ibovespa sobe nesta quinta-feira, 7, seguindo a repercussão internacional positiva à notícia de que a China pretende adicionar US$ 220 bilhões para acelerar projetos de infraestrutura.
O ministério das finanças da China cogita permitir que governos locais vendam 1,5 trilhão de yuans (US$ 220 bilhões) em títulos especiais no segundo semestre, segundo a Bloomberg. Os estímulos na segunda maior economia do mundo impulsionam as bolsas de valores globais, que tem dia de forte alta na Europa e nos Estados Unidos.
O bom humor também se reflete no dólar, que cai mais de 1% frente ao real, interrompendo a sequência de 5 altas consecutivas. No exterior, a moeda cai em relação às principais divisas do mundo, se afastando da máxima em 20 anos.
Apesar da melhora aparente, preocupações sobre recessão seguem no radar. A curva de rendimento dos títulos de curto e longo prazo nos Estados Unidos segue invertida desde terça-feira, 5. A inversão da curva ocorre quando os títulos de longo prazo (que em tese agrega maior risco) passam a pagar menos que o de curto e é tida como uma dos principais sintomas que precedem a recessão americana.
A injeção de liquidez na segunda maior economia do mundo alivia, mesmo que momentaneamente, os temores de recessão nos Estados Unidos. Commodities que vinham em forte queda nos últimos dias se recuperam nesta quinta. O petróleo, que chegou a ser negociado abaixo da marca dos US$ 100 na véspera sobe, recuperando o patamar.
A valorização beneficia ações do setor. Os papéis da Petrobras (PETR3/PETR4), que chegaram a desabar no início da semana, hoje saltam mais de 3%.
Mas são as siderúrgicas e mineradoras, mais ligadas à infraestrutura chinesa, que se destacam neste pregão. Gerdau (GGBR4), Usiminas (USIM5) e CSN (CSNA3) chegam a subir mais de 5%, enquanto a mineradora Vale (VALE3) salta 3%.
Entre as maiores altas ainda estão as ações da SLC (SCLE3), que saltam mais de 3% após a companhia apresentar valorização de 35% de suas terras em relação ao ano passado. O valor total passou de R$ 6,941 bilhões para R$ 9,352 bilhões. O valor de mercado da companhia era de R$ 9,23 bilhões no início do pregão.
A avaliação, no entanto, considera apenas os "terrenos nus", sem considerar infraestruturas presentes no local, como prédios e máquinas. O valor líquido dos ativos da companhia, já descontando a dívida, é avaliado em R$ 60,20 por ação -- acima da cotação atual de cerca de R$ 45.
Investidores também dão continuidade à busca por pechinchas. As ações da CVC (CVCB3), que estavam no menor patamar desde o início da pandemia, em março de 2020, saltam mais de 8% e lideram as altas do Ibovespa nesta tarde.