Ibovespa hoje: fecha em leve alta com Petrobras e varejistas
Queda da Vale impede pressiona índice, com dados fracos da economia chinesa no radar
Guilherme Guilherme
Publicado em 15 de agosto de 2022 às 10h33.
Última atualização em 15 de agosto de 2022 às 17h22.
Após operar em queda, o Ibovespa zerou as perdas registradas no início do pregão desta segunda-feira, 15, e fechou o dia em leve alta, acompanhando a recuperação das ações da Petrobras e os ganhos das ações ligadas à economia local.
- Ibovespa: + 0,24% 113.031 pontos
Após iniciarem o dia com desvalorização superior a 3%, os papéis da petroleira passaram a subir, com investidores digerindo o anúncio de redução do preço do combustível feito no início desta tarde.
O litro da gasolina vendido a distribuidores passará de R$ 3,71 para R$ 3,53.
- Petrobras (PETR4): + 0,25%
- Petrobras (PETR3): - 0,03%
Embora pressione para baixo a receita da companhia, parte do mercado tem visto a sequência de quedas de preço como positiva, uma vez que reduz a pressão do governo sobre a política de preços da estatal.
As ações da Petrobras, por sinal, fecharam na contramão do preço do petróleo, que tocou mínima desde antes do início da guerra entre Rússia e Ucrânia nesta manhã, pressionado por um possível acordo nuclear com o Irã e dados fracos da economia chinesa.
A produção industrial da China, divulgada na última noite, desacelerou de 3,9% de alta para 3,8% em junho frente ao mesmo período do ano passado. O consenso era de aceleração para 4,6%. As vendas do varejo também saíram abaixo do esperado, com salto de 2,7% ante consenso de expansão de 5%.
Os números abaixo das expectativas tiveram efeito significativo sobre os preços de commodities, com perspectivas de menor demanda.
A Vale, com a maior participação do Ibovespa, caiu mais de 2% e impede a alta do índice, seguindo a queda do minério de ferro.
- Vale (VALE3): - 2,15%
A queda da mineradora, no entanto, não foi suficiente para manter o índice em baixa. Parte do suporte vem das ações das varejistas, que estenderam os ganhos após balanços apresentados na noite de quinta-feira, 11.
Os papéis foram beneficiados ainda com o fechamento da curva de juros, com o mercado precificando que o ciclo de alta de juros no Brasil chegou ao fim. O movimento vem ganhando força desde quarta-feira da semana passada, após a divulgação da ata da última reunião do Copom.
- Americanas (AMER3) : + 18,29%
- Via (VIIA3) : + 14,47%
- Méliuz (CASH3) : + 14,18%
- Magazine Luiza (MGLU3): + 12,85%
Além dos resultados da semana passada, dados de atividade econômica contribuíram com a melhora do humor do mercado sobre o setor. O IBC-Br de junho, divulgado hoje, saiu em 0,69% de alta, acima do consenso de 0,25%.
Ainda assim, economistas do Goldman Sachs seguem pessimistas com a economia brasileira apesar dos dados mais fortes que o esperado.
"A inflação elevada, o impacto defasado do recente aperto monetário e financeiro, condições de crédito cada vez mais exigentes, alto nível de endividamento das famílias, desaceleração contínua da economia global e a incerteza política pós-eleitoral, provavelmente adicionarão ventos contrários crescentes à atividade econômica", afirmaram em relatório sobre o IBC-Br desta manhã.
Ações em destaque
Apesar da alta da Petrobras, petrolíferas privadas e a petroquímica Braskem encerraram o pregão entre as maiores quedas do dia, acompanhando a baixa do petróleo. Siderúrgicas também ficaram entre as maiores perdas, acompanhando o recuo do minério de ferro.
- Braskem (BRKM5) : - 4,86%
- CSN (CSNA3) : - 4,55%
- 3R (RRRP3): - 3,51%
As perdas, porém, foram menores que as das ações do IRB Brasil (IRBR3) , que desabaram quase 10% antes da divulgação do resultado do segundo trimestre. O balanço da resseguradora está previsto para esta noite.
O papel recua com a notícia da Bloomberg de que a companhia avalia oferta subsequente de ações de cerca de R$ 1 bilhão. Em fato relevante, o IRB confirmou que avalia a operação, mas ainda não tem nada definido.
- IRB Brasil (IRBR3): - 9,96%
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