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Commodities metálicas caem em bloco e derrubam Ibovespa aos 130 mil pontos

Investidores seguem no aguardo dos dados da inflação do Brasil e dos Estados unidos, que serão divulgados amanhã

Painel de cotações da B3, a bolsa de valores brasileira (Germano Lüders/Exame)
Janize Colaço

Repórter de Invest

Publicado em 10 de janeiro de 2024 às 10h25.

Última atualização em 10 de janeiro de 2024 às 18h25.

Fecha em queda o Ibovespa desta quarta-feira, 10, em mais uma sessão de agenda vazia. Os investidores seguem no aguardo dos dados da inflação americana e brasileira, que serão divulgados amanhã. Enquanto os números não vêm, a atenção ficou com as falas do diretor de política monetária do Banco Central do Brasil, ainda durante a manhã, e do Fed boy de Nova York, no final do dia. E o radar político segue atento, visto o bate-cabeça entre o Executivo e o Legislativo com a MP da reoneração.

No entanto, o que de fato fez preço no pregão de hoje foi a queda das commodities — sobretudo o minério de ferro. Com a falta de novos estímulos do governo chinês e de uma demanda moderada, a commodity encerrou as negociações na bolsa de Dalian com baixa de 3,02%, com a tonelada cotada a 962 iuanes.

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Diante disso, mineradoras e siderúrgicas caíram em bloco no pregão de hoje. Vale (VALE3) teve baixa de 1,50%, CMIN (CMIN3) caiu 2,13% e Gerdau (GGBR4) recuou 2,98%. Também ficaram no vermelho as ações da Metalúrgica Gerdau (GOAU4), CSN (CSNA3) e Usiminas (USIM5), em 1,96%, 2,61% e 2,67%, respectivamente. “Isso, claro, tem um efeito muito negativo para o índice, dada a concentração desses setores em termos de composição do Ibovespa”, diz Matheus Spiess, analista da Empiricus.

Ibovespa hoje

IBOV: -0,46%, aos 130.841 pontos.

Mas o que de fato segue na mira dos investidores é a inflação dos Estados Unidos e do Brasil — ambos serão divulgados amanhã. Por aqui, as expectativas do último Boletim Focus apontam que o IPCA encerre o último ano em 4,47%. Em relação ao nosso vizinho ianque, é de que o CPI fique na casa dos 3,2%, mas dados recentes mostram que o mercado de trabalho americano segue aquecido. “O mercado acompanha com atenção os dados americanos que podem mostrar desaceleração da inflação e apontar para um início de queda de juros por lá ainda neste primeiro trimestre”, diz Fabio Louzada, economista, e fundador da Eu me banco.

E por falar em juros, o dia começou com a participação do diretor de política monetária do BC do Brasil, Diogo Guillen, em evento da JP Morgan. No encontro, o dirigente afirmou que a autoridade monetária tem sido transparente sobre as discussões em torno do ritmo de queda da taxa básica de juros, mas evitou dar um horizonte para o patamar esperado para a Selic ao final do ciclo. "A comunicação dos próximos passos do Copom deve pesar entre ruído e sinal. Somos confiantes em manter o guidance para duas reuniões à frente", disse.

Quem também se pronunciou hoje foi o dirigente do Federal Reserve ( Fed, banco central americano) de Nova York, John Williams, às 17h45 (horário de Brasília). “Acredito que precisaremos manter uma postura política restritiva durante algum tempo a fim de atingir plenamente os nossos objetivos”, disse. Além disso, o dirigente ainda afirmou que somente será apropriado reduzir a restrição monetária quando o Fed estiver confiante de que a inflação está se movendo para a meta de 2%.

Já no radar político, o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco, se reuniu com líderes parlamentares a fim de discutir a medida provisória 1.202/2023 , que muda regras da desoneração da folha de pagamento de 17 setores. Após o encontro, o senador afirmou que manter a desoneração não será a causa de um eventual descumprimento da meta fiscal , mas que só irá decidir sobre o assunto após ouvir o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Nesta quarta, estava previsto um encontro entre os dois em Brasília.

Maiores altas do dia

Maiores quedas do dia

Dólar hoje

O dólar fechou em queda nesta quarta-feira. Hoje, a moeda americana caiu 0,27%, a R$ 4,891. Na terça-feira, o dólar fechou em alta de 0,69%, cotado a R$ 4,904.

Como é calculado o índice Bovespa?

Principal índice de ações da bolsa brasileira, a B3, o Ibovespa é calculado em tempo real , baseado na média do desempenho dessa carteira teórica de ativos, cada uma com seu peso na composição do índice.

Funcionando como um termômetro do desempenho consolidado das principais ações para o mercado, cada ponto do Ibovespa equivale a 1 real. Por isso, se o IBOV está em 100.000 pontos, isso quer dizer que o preço da carteira teórica das ações mais negociadas é de 100.000 reais.

Que horas abre e fecha a bolsa de valores?

O horário de negociação na B3 vai das 10h às 18h . A pré-abertura ocorre entre 9h45 e 10h, enquanto o after-market ocorre entre 18h25 e 18h45. Já as negociações com o Ibovespa futuro ocorrem entre 9h e 17h55.

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