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Ibovespa fecha no zero a zero com queda do petróleo equilibrando disparada das varejistas

Dólar avança para R$ 5,43 com aversão a risco nos mercados globais; Magazine Luiza lidera altas na bolsa

Painel de cotações na B3 (Germano Lüders/Exame)

Painel de cotações na B3 (Germano Lüders/Exame)

BQ

Beatriz Quesada

Publicado em 12 de julho de 2022 às 17h55.

Última atualização em 13 de julho de 2022 às 16h58.

O Ibovespa fechou esta terça-feira, 11, perto da estabilidade, dividido entre o ambiente de maior cautela no exterior e o impulso das ações ligadas à economia doméstica. Ainda assim, o dia foi de volatilidade, com o índice recuando quase 1% na mínima, aos 97.253 pontos, e alcançando 98.737 pontos na máxima.

  • Ibovespa: + 0,06%, 98.271 pontos

O clima negativo no exterior responde aos temores de desaceleração econômica por juros mais altos e novas restrições na China contra a covid-19. O mais impactado foi o mercado de petróleo, que derreteu nesta terça-feira. O petróleo tipo Brent, usado como referência no mercado brasileiro, caiu mais de 7%, abaixo da marca simbólica dos US$ 100 por barril.

O recuo afetou as ações das petroleiras. Entre elas, a Petrobras (PETR3/PETR4), com a segunda maior participação do Ibovespa, limitou os ganhos do índice nesta tarde.

Mas foram as ações da 3R (RRRP3), que lideraram as perdas do índice, caindo mais de 6%. Além da maior percepção de recessão das principais economias, pesam sobre as negociações a revisão da expectativa de demanda da Opep para 2023.

Na ponta oposta, a disparada de ações ligadas à economia doméstica ajudou o Ibovespa a se manter em terreno positivo. As ações de Magazine Luiza (MGLU3), Via (VIIA3) e Americanas (AMER3) disparam até 11% na bolsa nesta terça-feira, 12, e voltam a liderar os ganhos do Ibovespa após serem destaques na semana passada.

Analistas avaliam que a alta se deve a uma rotação no portfólio dos investidores que estão voltando a olhar para ações descontadas da bolsa — em especial do varejo — à medida que nomes mais resilientes, como os ligados às commodities, sofrem perdas.

No radar dos investidores ainda estão dados nacionais do setor de serviços. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou mais cedo um crescimento de 0,9% no volume do setor de serviços na comparação mensal com ajuste sazonal.

Os dados corroboram com a melhora das expectativas para a economia local medidas no boletim Focus, que voltou a ser divulgado na segunda-feira, 11. O mercado reduziu a projeção para o IPCA, considerado a inflação oficial do Brasil. A previsão para o IPCA de 2022 passou de 7,96% para 7,67%, enquanto a estimativa de 2023 subiu de 5,01% para 5,09%.

Com revisões para cima das projeções da atividade brasileira e de inflação para baixo, ações de empresas mais ligadas à economia local ganham força.

Dólar sobe a R$ 5,43

Apesar da recuperação parcial da bolsa, o mercado de câmbio local segue refletindo as preocupações de economistas, com o dólar superando os R$ 5,40. No exterior, a moeda americana chegou a ser negociada em patamar de igualdade ante o euro pela primeira vez desde 2002, mas passou a perder força ao longo do dia.

  • Dólar: + 1,27%, R$ 5,439

"Há maior probabilidade de haver recessão na Europa do que nos Estados Unidos. Isso também explica o enfraquecimento do euro. A aversão ao risco global e a elevação significativa da taxa de juro americana fortalecem o dólar, o que torna o cenário para o câmbio brasileiro ainda mais desafiador", disse Alvaro Frasson, economista do BTG Pactual em morning call desta terça.

Segundo o economista, o real deve se manter depreciado nos próximos meses, "sobretudo devido ao maior holofote no ambiente político" com a aproximação das eleições. "Não deveremos ver a moeda voltar para R$ 4,90 no curtíssimo prazo."

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