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Ibovespa fecha estável e tem sexta semana seguida de alta

Índice chegou próximo de zerar perdas no ano depois de superar 115 mil pela primeira vez desde a pandemia; dólar sobe mas fecha semana em queda

Painel de cotações da B3  |  Foto: Germano Lüders/Exame (Germano Lüders/Exame)

Painel de cotações da B3 | Foto: Germano Lüders/Exame (Germano Lüders/Exame)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 11 de dezembro de 2020 às 09h18.

Última atualização em 11 de dezembro de 2020 às 18h21.

Ibovespa zera perdas e fecha o último pregão da semana estável. O índice encerrou o dia em alta de 0%, aos 115.128,00 pontos (o fechamento de ontem foi de 115.128,63). Esta foi a sexta semana consecutiva de alta do Ibovespa -- feito que não ocorre desde janeiro do ano passado. Com o resultado de hoje, o Ibovespa fica mais próximo de zerar as perdas para 2020. Isso porque o índice encerrou o último pregão de 2019 aos 115.645 pontos.

Durante a maior parte desta sexta-feira, 11, o índice operou em baixa em meio ao pessimismo sobre as negociações de estímulos no Estados Unidos e à possibilidade de não haver um acordo pós-Brexit na Europa até o prazo final estipulado para este domingo.

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Para Thomás Gibertoni, analista da Portofino Multi Family Office, o Ibovespa se recuperou à medida que o mercado viu sinais positivos na agenda fiscal. "O índice se recuperou hoje embalado pelas perspectivas de que o governo enderece já nas próximas semanas pautas relacionadas à PEC Emergencial e à Reforma Tributária. São indícios de que o Brasil pode apresentar crescimento no próximo ano", afirma.

Outro ponto de atenção do mercado nesta sexta-feira foram os papéis ordinários e preferenciais da Eletrobras (ELET3; ELET6), que puxaram as altas em variação com investidores de olho na possível privatização da empresa. Na ponta oposta, o Ibovespa foi pressionado pela queda nos papéis da Petrobras (PETR3 e PETR4), que possuem maior participação na carteira teórica do índice.  Acompanhe os destaques de ações aqui.

No exterior, o pacote de estímulo, que vem sendo discutido há meses pelo Congresso americano, segue sem um acordo entre democratas e republicanos. Embora ambos os partidos sejam favoráveis a novos incentivos econômicos, diferenças sobre como será gasto os cerca de 1 trilhão de dólares impedem uma aprovação.

"O mercado está preocupado com esse impasse sobre os estímulos nos Estados Unidos e os dados de pedidos de seguro desemprego justificam a necessidade de um novo pacote" afirma Gustavo Bertotti, economista da Messem Investimentos. A Câmara e o Senado aprovaram uma extensão dos gastos federais de uma semana para evitar uma paralisação até 18 de dezembro e ganhar mais tempo para chegar a um acordo definitivo.

Atrasos na vacina da farmacêutica Sanofi por imunidade abaixo da esperada também pesam negativamente no sentimento do mercado, ainda que especialistas da agência americana de medicamentos e alimentos (FDA , na sigla em inglês) tenham dado sinal verde ao uso emergencial da vacina da Pfizer. Enquanto isso, segue no radar o aumento de casos e mortes por coronavírus nos Estados Unidos e, principalmente, na Alemanha, onde crescem as pressões para um lockdown.

No mercado internacional, as principais bolsas de valores da Europa recuaram, e o índice pan-europeu STOXX600 fechou em queda de 0,77% -- as perdas no acumulado da semana foram de 1%, quebrando uma sequência de cinco semanas de ganhos.

O mercado americano também operou a maior parte do dia no vermelho. Ao final da sessão, o Nasdaq liderou as perdas, com queda de 0,23%, enquanto o S&P500 recuou 0,13%. O Dow Jones se recuperou no final da tarde e virou para o campo positivo, subindo 0,12%.

O cenário misto foi justificado por dados de consumo nos EUA, segundo Stefany Oliveira, analista da Toro Investimentos. "O índice de Percepção do Consumidor da Universidade de Michigan, que  mede o nível de confiança dos consumidores na actividade econômica veio bem acima da expectativa do mercado e sustentou o alívio nas bolsas americanas", disse. O índice marcou 81,4 pontos em dezembro, enquanto as estimativas do mercado compiladas pelo Wall Street Journal apontavam uma marca de 75,5 pontos para o mês.

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O sentimento de cautela também passa pelo mercado de câmbio, com a busca por proteção elevando pontualmente o preço do dólar no mundo. O índice Dxy, que mede a variação do dólar contra seus pares subiu 0,15% nesta sexta-feira pelo quarto dos últimos cinco dias.

Depois da forte queda de ontem, o dólar fechou em leve alta ante o real nesta sexta-feira, replicando movimento visto no exterior em dia de correção negativa em ativos de risco. A moeda americana encerrou o dia negociada em alta de 0,16% a 5,0461 reais. Na véspera, a divisa caiu 2,55%, a 5,0417 reais, menor nível desde o dia 16 de junho.

Na agenda econômica desta sexta-feira, estiveram ainda os dados do IBGE sobre o crescimento do setor de serviços referentes ao mês de outubro. Em seu quinto mês seguida de recuperação, o setor teve crescimento mensal de 1,7%, ficando acima das estimativas de 1% de alta. Na comparação anual, porém, as perdas foram 7,4%.

"O setor é o que tem o maior atraso no ritmo de recuperação pela própria natureza de algumas atividades , que ainda sofrem com as medidas de isolamento. Vale pontuar que os serviços prestados às famílias é um dos mais afetados pela pandemia, estando ainda 47,6% abaixo do nível de fevereiro", comentam analistas da Exame Research.

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