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Ibovespa fecha em queda pressionado por nervosismo

O principal índice da Bovespa fechou em forte queda em meio ao nervosismo de investidores após as prisões de Delcídio do Amaral e André Esteves

Bovespa: Ibovespa caiu 2,94 por cento, a 46.866 pontos (Dado Galdieri/Bloomberg)
DR

Da Redação

Publicado em 25 de novembro de 2015 às 17h03.

São Paulo - A quarta-feira foi de fortes perdas na bolsa paulista, com o Ibovespa fechando em queda de quase 3 por cento, em meio ao nervosismo de investidores após as prisões do líder do governo no Senado , senador Delcídio do Amaral (PT-MS), e do presidente do banco BTG Pactual , André Esteves, no âmbito da operação Lava Jato.

O Ibovespa caiu 2,94 por cento, a 46.866 pontos. Na mínima, o índice de referência do mercado acionário brasileiro recuou 3,19 por cento. O giro financeiro totalizou 7,5 bilhões de reais.

O senador Delcídio do Amaral e o banqueiro André Esteves foram presos na manhã desta quarta-feira por suspeita de obstruírem a operação Lava Jato, que investiga um esquema bilionário de corrupção que envolve a Petrobras.

De acordo com profissionais do mercado de renda variável, tais eventos afetam a confiança no mercado pois envolvem pessoas relevantes nas cenas política e financeira, assustando inclusive investidores estrangeiros, que vinham sustentando ganhos recentes do Ibovespa apesar dos fundamentos negativos para as ações.

Até a véspera, o Ibovespa acumulava alta superior a 5 por cento no mês. Dados da BM&FBovespa mostravam que o fluxo de capital externo na bolsa em novembro estava positivo em 1,5 bilhão de reais até o dia 23.

Diante dos eventos, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), suspendeu sessão no Congresso Nacional, quando deveria ser votado o Orçamento de 2016 e a mudança da meta fiscal de 2015.

Nos Estados Unidos, as bolsas experimentavam algum alívio nas tensões geopolíticas, na véspera do feriado do Dia de Ação de Graças, com agentes avaliando uma bateria de dados econômicos. O índice acionário S&P 500 subia 0,1 por cento em Nova York.

DESTAQUES

=BTG PACTUAL, que não está no Ibovespa, afundou 21 por cento, maior queda da sua história, após prisão do presidente e controlador da instituição financeira, André Esteves, em ação no âmbito da operação Lava Jato da Polícia Federal. Próximo do fechamento, o banco anunciou programa de recompra de até 10 por cento das units, levando a uma desaceleração das perdas. No pior momento, o papel caiu quase 40 por cento, a 18,86 reais, mínima histórica intradia.

=ITAÚ UNIBANCO e BRADESCO desabaram quase 5 por cento cada, respondendo pela maior pressão negativa no Ibovespa, contaminados pela onda de aversão a risco e incertezas após o envolvimento do presidente do BTG Pactual nas investigações da Lava Jato. "Banco é confiança. E sem confiança, a liquidez seca", afirmou um gestor. Há preocupação também sobre eventual impacto no mercado de crédito, com aumento no custo de captação dos bancos. Na mesma linha, BANCO DO BRASIL despencou 6,45 por cento e SANTANDER BRASIL perdeu 2,99 por cento. Em relatório no final da terça-feira, analistas do BTG Pactual haviam reduzido o preço-alvo do BB de 28 para 21 reais.

=PETROBRAS fechou em queda de 7,06 por cento nos papéis preferenciais e de 7,56 por cento nas ações ordinárias, com o noticiário da Lava Jato guiando uma correção de baixa nas ações após fortes altas nos últimos pregões. A ação preferencial subiu quase 17 por cento em uma sequência de seis sessões de avanço até a véspera. O declínio dos preços do petróleo endossou as perdas, embora a commodity tenha reduzido as perdas na parte da tarde.

=CESP cedeu 5,66 por cento e também figurou entre as maiores quedas, após perder a concessão de duas de suas hidrelétricas para a China Three Gorges no leilão, realizado nesta quarta-feira, de usinas existentes. O papel já vinha sofrendo desde o anúncio da estatal paulista de que não participaria do certame.

=FIBRIA avançou 2,94 por cento, maior alta percentual do Ibovespa, diante da alta do dólar frente ao real, que chegou a superar 3,80 reais na máxima da sessão.

Texto atualizado às 18h03

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São Paulo - A quarta-feira foi de fortes perdas na bolsa paulista, com o Ibovespa fechando em queda de quase 3 por cento, em meio ao nervosismo de investidores após as prisões do líder do governo no Senado , senador Delcídio do Amaral (PT-MS), e do presidente do banco BTG Pactual , André Esteves, no âmbito da operação Lava Jato.

O Ibovespa caiu 2,94 por cento, a 46.866 pontos. Na mínima, o índice de referência do mercado acionário brasileiro recuou 3,19 por cento. O giro financeiro totalizou 7,5 bilhões de reais.

O senador Delcídio do Amaral e o banqueiro André Esteves foram presos na manhã desta quarta-feira por suspeita de obstruírem a operação Lava Jato, que investiga um esquema bilionário de corrupção que envolve a Petrobras.

De acordo com profissionais do mercado de renda variável, tais eventos afetam a confiança no mercado pois envolvem pessoas relevantes nas cenas política e financeira, assustando inclusive investidores estrangeiros, que vinham sustentando ganhos recentes do Ibovespa apesar dos fundamentos negativos para as ações.

Até a véspera, o Ibovespa acumulava alta superior a 5 por cento no mês. Dados da BM&FBovespa mostravam que o fluxo de capital externo na bolsa em novembro estava positivo em 1,5 bilhão de reais até o dia 23.

Diante dos eventos, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), suspendeu sessão no Congresso Nacional, quando deveria ser votado o Orçamento de 2016 e a mudança da meta fiscal de 2015.

Nos Estados Unidos, as bolsas experimentavam algum alívio nas tensões geopolíticas, na véspera do feriado do Dia de Ação de Graças, com agentes avaliando uma bateria de dados econômicos. O índice acionário S&P 500 subia 0,1 por cento em Nova York.

DESTAQUES

=BTG PACTUAL, que não está no Ibovespa, afundou 21 por cento, maior queda da sua história, após prisão do presidente e controlador da instituição financeira, André Esteves, em ação no âmbito da operação Lava Jato da Polícia Federal. Próximo do fechamento, o banco anunciou programa de recompra de até 10 por cento das units, levando a uma desaceleração das perdas. No pior momento, o papel caiu quase 40 por cento, a 18,86 reais, mínima histórica intradia.

=ITAÚ UNIBANCO e BRADESCO desabaram quase 5 por cento cada, respondendo pela maior pressão negativa no Ibovespa, contaminados pela onda de aversão a risco e incertezas após o envolvimento do presidente do BTG Pactual nas investigações da Lava Jato. "Banco é confiança. E sem confiança, a liquidez seca", afirmou um gestor. Há preocupação também sobre eventual impacto no mercado de crédito, com aumento no custo de captação dos bancos. Na mesma linha, BANCO DO BRASIL despencou 6,45 por cento e SANTANDER BRASIL perdeu 2,99 por cento. Em relatório no final da terça-feira, analistas do BTG Pactual haviam reduzido o preço-alvo do BB de 28 para 21 reais.

=PETROBRAS fechou em queda de 7,06 por cento nos papéis preferenciais e de 7,56 por cento nas ações ordinárias, com o noticiário da Lava Jato guiando uma correção de baixa nas ações após fortes altas nos últimos pregões. A ação preferencial subiu quase 17 por cento em uma sequência de seis sessões de avanço até a véspera. O declínio dos preços do petróleo endossou as perdas, embora a commodity tenha reduzido as perdas na parte da tarde.

=CESP cedeu 5,66 por cento e também figurou entre as maiores quedas, após perder a concessão de duas de suas hidrelétricas para a China Three Gorges no leilão, realizado nesta quarta-feira, de usinas existentes. O papel já vinha sofrendo desde o anúncio da estatal paulista de que não participaria do certame.

=FIBRIA avançou 2,94 por cento, maior alta percentual do Ibovespa, diante da alta do dólar frente ao real, que chegou a superar 3,80 reais na máxima da sessão.

Texto atualizado às 18h03

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