Ibovespa fecha em queda com cautela em torno de Previdência
O mercado segue atento as negociações e a expectativa é que alguns partidos, incluindo o PSDB, decidam se vão fechar questão para votar a Previdência
Reuters
Publicado em 5 de dezembro de 2017 às 18h59.
São Paulo - O principal índice da bolsa paulista fechou em queda nesta terça-feira, com investidores retomando a cautela rumo ao fechamento dos negócios, diante das expectativas em meio às negociações para a reforma da Previdência e após subir nos dois pregões anteriores.
O Ibovespa fechou em queda de 0,74 por cento, a 72.546 pontos. Nos dois pregões anteriores, o índice acumulou alta de 1,55 por cento, tendo subido mais de 1 por cento apenas na véspera. O giro financeiro desta sessão somou 8 bilhões de reais.
Após operar em alta a maior parte do dia, chegando a subir quase 1,5 por cento na máxima da sessão, amparado na melhora do humor em relação à reforma da Previdência, o mercado deu início a um movimento de ajuste rumo ao fim dos negócios.
Mais cedo, o bom humor ganhou respaldo das notícias de que a bancada do PMDB na Câmara dos Deputados decidiu pelo fechamento de questão a favor da reforma da Previdência e deve pedir à Executiva Nacional do partido que formalize a decisão. Além disso, outro aliado que discute o fechamento de questão é o PP.
O mercado segue atento a essas negociações e a expectativa é que alguns partidos, incluindo o PSDB, decidam se vão fechar questão para votar a favor da reforma, o que deixaria o governo mais perto de conseguir os 308 votos necessários na Câmara.
"Os investidores ainda estão mais confiantes na aprovação da reforma, mas como foram altas razoavelmente fortes, é natural ter alguma realização", disse o diretor de operações da Mirae, Pablo Spyer.
O tom de cautela também permanece, acrescentou Spyer, uma vez que apesar da melhora no humor, ainda há incertezas e o patamar elevado do Ibovespa não abre espaço para ganhos mais fortes antes de se ter mais clareza sobre o avanço da reforma da Previdência.
Destaques
- VALE ON caiu 2,2 por cento, devolvendo os ganhos vistos mais cedo, em sessão de perda para os contratos futuros do minério de ferro na China. As altas vistas no início do pregão, no entanto, vieram na esteira da elevação de recomendação feita pelo Credit Suisse para os ADRs da empresa para outperform, ante neutra, elevando o preço-alvo para 15 dólares, de 9,50 dólares. Na máxima da sessão, a ação subiu 1,55 por cento e alcançou 37,4 reais, maior valor intradia desde setembro de 2011.
- USIMINAS PNA perdeu 4,23 por cento, CSN ON cedeu 3,46 por cento e GERDAU PN teve baixa de 1,42 por cento, também na esteira das perdas para os contratos futuros do minério de ferro e do aço na China e após ganhos recentes.
- PETROBRAS PN caiu 1,1 por cento e PETROBRAS ON teve baixa de 1,06 por cento, cedendo à cautela do mercado, apesar da sessão positiva para os preços do petróleo no mercado internacional.
- HYPERMARCAS ON avançou 3,24 por cento, liderando a ponta positiva do Ibovespa. Segundo analistas do BTG Pactual, apesar de contratempos de curto prazo devido à perspectiva de inflação mais baixa para preços de medicamentos, a empresa parece bem posicionada para capturar oportunidades valiosas em todos os segmentos em que opera. Na véspera, em encontro com analistas e investidores, a Hypermarcas informou que espera expansão de 2 a 3 por cento da companhia acima do crescimento do mercado brasileiro entre 2017 e 2021.
- SANTANDER UNIT ganhou 0,53 por cento, única empresa do setor bancário do índice a fechar no azul nesta sessão, tendo no radar a informação de que a gestora de recursos do banco assumirá a gestão de fundos locais do J.P. Morgan no Brasil. Segundo analistas da corretora Coinvalores, a notícia é favorável para o banco, mas tem um impacto apenas marginal no seu resultado consolidado.
- BRADESCO PN cedeu 1,03 por cento e ITAÚ UNIBANCO PN perdeu 0,6 por cento, revertendo os ganhos iniciais e ajudando a tirar fôlego do Ibovespa devido ao peso desses papéis em sua composição.