Ibovespa fecha em alta novamente guiado por Petrobras
O Ibovespa subiu 1,89 por cento, a 85.861 pontos; volume financeiro somou 14,769 bilhões de reais, acima da média diária de 2018, de 11,1 bilhões de reais
Reuters
Publicado em 10 de maio de 2018 às 17h11.
Última atualização em 10 de maio de 2018 às 17h45.
São Paulo - A bolsa brasileira fechou em alta nesta quinta-feira, novamente guiada pelo avanço das ações da Petrobras , em sessão com o noticiário corporativo intenso e um ambiente mais favorável para mercados emergentes em geral.
O Ibovespa subiu 1,89 por cento, a 85.861 pontos. O volume financeiro somou 14,769 bilhões de reais, acima da média diária de 2018, de 11,1 bilhões de reais.
No exterior, o índice MSCI de ações de mercados emergentes avançou mais de 1 por cento, em meio à trégua na valorização global do dólar e no rendimento dos Treasuries, após o índice de preços ao consumidor norte-americano de abril esfriar expectativas de uma aceleração da inflação e uma alta mais rápida dos juros nos Estados Unidos.
Wall Street endossou os ganhos locais, com o S&P 500 fechando em alta de 0,9 por cento.
De acordo com o sócio da gestora Galt Capital, Igor Lima, a alta é bem-vinda, mas tem características técnicas e muito concentrada em alguns papéis, principalmente Petrobras.
"É difícil o Ibovespa avançar muito além dos níveis atuais enquanto a incerteza eleitoral predominar. Essa é uma variável que não existe na maioria dos outros países e com certeza limita nosso potencial de valorização", afirmou o gestor.
Estrategistas do UBS reduziram a classificação do Brasil em seu portfólio para a América Latina de 'overweight' para 'neutra', bem como revisaram o preço-alvo do Ibovespa em dezembro de 2018 para 88.000 pontos ante 94.000 esperados anteriormente.
Destaques
- PETROBRAS ON e PETROBRAS PN subiram 5,95 e 3,91 por cento, respectivamente, ainda beneficiadas pela alta dos preços do petróleo e resultado do primeiro trimestre divulgado no começo da semana. A estatal superou a Ambev em valor de mercado nesta sessão, totalizando 358,9 bilhões de reais, contra 342,7 bilhões de reais da fabricante de bebidas. O Bank of America Merrill Lynch elevou a recomedação para as ações da petrolífera para 'compra', bem como aumentou os respectivos preços-alvo.
- GOL PN saltou 7,17 por cento, com o recuo do dólar ante o real amparando uma recuperação do papel. Na véspera, a ação fechou com tombo de quase 10 por cento, pressionada pelo movimento no câmbio e forte alta do petróleo, apesar de um resultado de primeiro trimestre considerado positivo por analistas.
- BRASKEM PNA valorizou-se em 4,59 por cento, revertendo perdas do começo da sessão. A petroquímica divulgou mais cedo balanço do primeiro trimestre, que mostrou lucro líquido de 1,054 bilhão de reais. Executivos reiteraram expectativas para o ano, apesar de citarem terem visto sinais de crescimento abaixo do esperado em alguns setores consumidores de suas resinas.
- VALE avançou 2,29 por cento, tendo como pano de fundo elevação do preço do minério de ferro à vista na China.
- BRADESCO PN e ITAÚ UNIBANCO PN subiram 2,01 e 2,73 por cento, endossando o viés de alta no pregão brasileiro, dada a relevante participação que ambos detêm no Ibovespa.
- BANCO DO BRASIL caiu 3,67 por cento, destoando do setor, tendo no radar balanço do primeiro trimestre, quando interrompeu a sequência de melhora do lucro na comparação trimestral, na esteira da fraqueza continuada do crédito e de resultados mais fracos de tesouraria, enquanto seguiu reduzindo despesas com provisões para inadimplência.
- SABESP recuou 6,08 por cento, após a companhia de saneamento básico do Estado de São Paulo informar que recebeu autorização da Agência Reguladora de Saneamento e Energia (Arsesp) para reajustar suas tarifas vigentes em 3,507 por cento.
- EMBRAER fechou em baixa de 2,64 por cento, após ganhos fortes na véspera, tendo como pano de fundo recuo do dólar ante o real, além de notícias como a de que um incidente do início de maio causou danos a trens de pouso e fuselagem do primeiro protótipo do cargueiro KC390 e de que complicações em relação à cisão da companhia estão atrasando o acordo com a norte-americana Boeing.