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Ibovespa fecha em alta de 2% e retoma os 120 mil pontos; Vale puxa ganhos

Alta do minério de ferro e fala de Arthur Lira sobre precatórios impulsionam ganhos; dólar cai 2%

Painel de negociações da B3 | Foto: Germano Lüders/Exame (Germano Lüders/Exame)

Painel de negociações da B3 | Foto: Germano Lüders/Exame (Germano Lüders/Exame)

BQ

Beatriz Quesada

Publicado em 24 de agosto de 2021 às 17h35.

Última atualização em 24 de agosto de 2021 às 18h40.

O Ibovespa registrou forte alta nesta terça-feira, 24, puxado por alta do setor de commodities e alívio fiscal, após o presidente da Câmara, Arthur Lira, se mostrar contrário a deixar as despesas com precatórios fora do teto de gastos. 

O principal índice da B3 subiu 2,33% e fechou o pregão aos 120.210 pontos – a marca dos 120 mil pontos havia sido perdida em 16 de agosto, quando o índice fechou nos 119.180 pontos. Na máxima, o Ibovespa chegou aos 120.462 pontos.

A maior contribuição para o Ibovespa veio das ações da Vale (VALE3). Com a maior participação no índice, os papéis da mineradora tiveram valorização de 3,65%, impulsionados pela alta de 6% do minério de ferro na bolsa de Dalian, na China. A apreciação do metal, que ocorreu em meio à diminuição das preocupações sobre o novo surto de covid-19 na Ásia, também favorece ações de siderúrgicas, que chegam a subir mais de 5%.

Com a expectativa de maior vacinação nos Estados Unidos, após a agência reguladora FDA aprovar por completo a vacina da Pfizer, investidores também aumentam posição em ações de empresas ligadas ao turismo, estendendo altas pelo segundo pregão seguido. A GOL (GOLL4), que havia ficado para trás no último pregão, ficou entre os maiores ganhos do Ibovespa, subindo 10,97%. Embraer (EMBR3), Azul (AZUL4) e CVC (CVCB3) subiram 8,13%, 7,3% e 6,38%, respectivamente.

Nos Estados Unidos, a aprovação concedida pela FDA seguiu motivando novas altas, levando o S&P 500 e o Nasdaq a renovarem seus recordes. Na última sessão, os índices já haviam batido suas máximas históricas, sem que o Ibovespa acompanhasse o movimento, pressionado por riscos políticos e fiscais.

As preocupações internas seguem no radar, em especial o andamento da PEC dos Precatórios e as tensões entre Planalto e Supremo Tribunal Federal. Mas investidores dão um dia de trégua, após o Ibovespa ter batido 4,5% de queda em 11 pregões, sem acompanhar o momento positivo no exterior. Com o maior apetite por risco, o dólar encerrou a sessão negociado em queda de 2,23%, a 5,262 reais. 

Investidores também aproveitaram a melhora do cenário local para buscarem ações que estiveram entre as maiores quedas dos últimos dias. Quem se beneficiou desse movimento foram as ações da Lojas Americanas (LAME4), que dispararam 11,81%, após tocarem 50% de queda neste ano. Fora do Ibovespa, os papéis da Enjoei (ENJU3) subiram 15,76%, mas ainda acumulam perdas de 43,53% desde sua oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês), realizada em novembro do ano passado.

A redução da percepção de risco fiscal também gera impactos positivos na curva de juros, com os juros futuros de 5 anos caindo 1,8%, para 9,81% em 2026.

Construtoras, que vinham sofrendo com a abertura da curva de juros, hoje foram destaque de alta, com a Cyrela (CYRE3) subindo 12,63%. Even (EVEN3) subiu 6,62%, EzTec (EZTC3), 10,61% e Trisul (TRIS3), 7,12%. No caso da Cyrela, a forte alta foi impulsionada após o Bradesco BBI iniciar a cobertura do papel com recomendação de compra.

Maiores altas

Maiores quedas

CyrelaCYRE3

12,33%

JBSJBSS3

-3,26%

Lojas AmericanasLAME4

11,81%

Raia DrogasilRADL3

-2,64%

EztecEZTC3

10,61%

Pão de AçúcarPCAR3

-2,09%

Já a Cosan (CSAN3) fechou o pregão em alta de 1,63%, com investidores reagindo ao anúncio de entrada no setor de mineração por meio de uma joint venture com a Aura Minerals (AURA33). A operação envolve a compra de um terminal portuário no Maranhão para escoar o minério de ferro que deve ser extraído da região de Carajás, onde também atua a Vale.

No mercado a operação ensejou dúvidas, embora tenham considerado pontos positivos no projeto. Analistas do Itaú BBA alegaram falta de detalhes sobre o projeto, mas consideraram positiva a aquisição do terminal de São Luis, que "tem alto valor estratégico devido ao seu acesso direto à Estrada de Ferro Carajás (EFC)."

Das mais de 80 ações do Ibovespa, menos de 10 encerraram o pregão em queda. O destaque da ponta negativa foi a JBS (JBSS3), que recuou 3,26%. A exportadora é impactada pela queda do dólar.

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