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Ibovespa fecha em alta de 2% e recupera os 100 mil pontos com commodities

Petrobras, Vale e siderúrgicas sobem em meio à esperança por projetos de infraestrutura na China

Painel de cotações da B3 (Germano Lüders/Exame)

Painel de cotações da B3 (Germano Lüders/Exame)

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Beatriz Quesada

Publicado em 7 de julho de 2022 às 17h36.

Última atualização em 7 de julho de 2022 às 17h37.

O Ibovespa encerrou esta quinta-feira, 7, em forte alta, apoiado no cenário positivo no exterior e nos ganhos das ações de commodities. Com a alta, o principal índice da B3 recuperou a marca dos 100 mil pontos, perdida no final de junho.

  • Ibovespa: + 2,45%, 101.135 pontos

A disparada veio após a notícia de que a China pretende adicionar US$ 220 bilhões para acelerar projetos de infraestrutura.

O ministério das finanças da China cogita permitir que governos locais vendam 1,5 trilhão de yuans (US$ 220 bilhões) em títulos especiais no segundo semestre, segundo a Bloomberg. 

A injeção de liquidez na segunda maior economia do mundo aliviou, mesmo que momentaneamente, os temores de recessão nos Estados Unidos. Commodities que vinham em forte queda nos últimos dias se recuperam nesta quinta. 

O petróleo, que chegou a ser negociado abaixo da marca dos US$ 100 na véspera subiu mais de 3%, recuperando o patamar.

A valorização também beneficiou ações do setor. Os papéis da Petrobras (PETR3/PETR4), que chegaram a desabar no início da semana, hoje saltaram perto de 3%, ajudando na alta do Ibovespa.

Mas foram as siderúrgicas e mineradoras, mais ligadas à infraestrutura chinesa, que se destacam neste pregão. Gerdau (GGBR4) e CSN (CSNA3) subiram mais de 5% e ficaram entre as maiores altas do dia, enquanto a mineradora Vale (VALE3) saltou quase 3%.

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Alta nos EUA e queda do dólar

Os estímulos na segunda maior economia do mundo impulsionaram também as bolsas de valores globais, que tiveram forte alta na Europa e nos Estados Unidos. Destaque para o índice de tecnologia Nasdaq, que subiu mais de 2%.

  • Dow Jones (Nova York): + 1,12%
  • S&P 500 (Nova York): + 1,50%
  • Nasdaq (Nova York): + 2,28%
  • Stoxx 600 (Europa): + 1,88%

O bom humor também se refletiu no dólar, que caiu mais de 1% frente ao real, interrompendo a sequência de 5 altas consecutivas. No exterior, a moeda também recuou em relação às principais divisas do mundo, se afastando da máxima em 20 anos. 

  • Dólar: - 1,42%, R$ 5,345

Apesar da melhora aparente, preocupações sobre recessão seguem no radar. A curva de rendimento dos títulos de curto e longo prazo nos Estados Unidos segue invertida desde terça-feira, 5. A inversão da curva ocorre quando os títulos de longo prazo (que em tese agregam maior risco) passam a pagar menos que o de curto. A inversão é tida como uma dos principais sintomas que precedem a recessão americana.

Destaques de ações

As ações da SLC (SCLE3) estiveram entre os destaques positivos do dia, subindo perto de 5% após a companhia apresentar valorização de 35% de suas terras em relação ao ano passado. O valor total passou de R$ 6,941 bilhões para R$ 9,352 bilhões. O valor de mercado da companhia era de R$ 9,23 bilhões no início do pregão.

A avaliação, no entanto, considera apenas os "terrenos nus", sem considerar infraestruturas presentes no local, como prédios e máquinas. O valor líquido dos ativos da companhia, já descontando a dívida, é avaliado em R$ 60,20 por ação -- acima da cotação atual de cerca de R$ 45. 

Investidores também dão continuidade à busca por pechinchas. As ações da CVC (CVCB3), que estavam no menor patamar desde o início da pandemia, em março de 2020, saltaram mais de 10%. Os papéis da Yduqs (YDUQ3), que recuam 25% no ano, também subiram mais de 10%, liderando os ganhos do dia. 

Na ponta negativa, apenas nove papéis encerram o pregão em queda. As maiores perdas foram leves, e ficaram com as exportadoras JBS (JBSS3) e Marfrig (MRFG3), prejudicadas pela queda do dólar.

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