Ibovespa fecha em alta de 1,31% em movimento de ajuste
O cenário político continua no radar, diante de receios sobre o processo de negociações para aprovação da reforma da Previdência
Reuters
Publicado em 5 de maio de 2017 às 18h14.
São Paulo - O principal índice da Bovespa subiu nesta sexta-feira, em movimento de ajuste amparado no cenário de menor aversão a risco no exterior, mas com investidores ainda cautelosos quanto ao avanço da reforma da Previdência em dia de agenda de balanços corporativos menos intensa.
O Ibovespa subiu 1,31 por cento, a 65.709 pontos. Na semana, o índice acumulou ganhos de 0,47 por cento. O volume financeiro somou 6,66 bilhões de reais.
O cenário de aversão a risco no exterior melhorou diante da recuperação dos preços do petróleo no mercado internacional e com a perspectiva para a eleição presidencial na França indicando maiores chances de vitória do candidato que tem a preferência dos mercados.
Os eleitores franceses vão às urnas domingo e pesquisas indicam que Emmanuel Macron ampliou a vantagem contra a adversária de extrema-direita, Marine Le Pen. Macron tem a preferência dos mercados, uma vez que Le Pen colocaria em risco a permanência do país na União Europeia.
Em Wall Street, o S&P 500 fechou em máxima recorde amparado nos ganhos no setor de energia e nos dados do mercado de trabalho norte-americano.
A economia dos EUA criou 211 mil vagas fora do setor agrícola em abril, acima da média mensal de 185 mil para este ano e a taxa de desemprego caiu para 4,4 por cento, menor nível desde maio de 2007.
Localmente, o cenário político continua no radar, diante de receios sobre o processo de negociações para aprovação da reforma da Previdência, que poderia levar a mais mudanças na proposta para que o governo consiga os votos necessários para passar a medida no plenário da Câmara dos Deputados.
Destaques
- PETROBRAS PN subiu 4,49 por cento e PETROBRAS ON teve ganhos de 5,33 por cento, acompanhando a recuperação dos preços do petróleo no mercado internacional, que subiram após dados positivos do mercado de trabalho nos EUA e por garantias da Arábia Saudita de que a Rússia está pronta para se juntar à Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) para estender os cortes de produção e reduzir o excedente do produto.
- VALE PNA ganhou 2,05 por cento e VALE ON teve alta de 2,76 por cento cada, buscando uma melhora após as fortes perdas recentes, apesar de nova queda nos contratos futuros do minério de ferro na China. Nos dois pregões anteriores, as ações preferenciais da mineradora acumularam perdas de quase 9 por cento.
- CSN ON subiu 4,52 por cento, USIMINAS PNA avançou 3,98 por cento, também em movimento de ajuste, após as fortes perdas recentes motivadas pela queda das commodities na China. GERDAU PN, que teve as perdas mais contidas na véspera, fechou em baixa de 0,32 por cento.
- BR MALLS ON subiu 5,58 por cento, ampliando os ganhos perto do fechamento dos negócios e liderando os ganhos do Ibovespa, após a Agência Estado noticiar que a administradora de shopping centers contratou bancos para uma oferta subsequente de ações de 1,5 bilhão de reais.
- SANTANDER UNIT avançou 5,07 por cento, entre as maiores altas do índice, após acumular queda de 6,24 por cento nos dois pregões anteriores.
- ITAUSA PN valorizou-se 2,77 por cento, tendo no radar os números do primeiro trimestre, que mostraram lucro líquido consolidado de 1,916 bilhão de reais, queda de 1,7 por cento ante igual período do ano passado.
- MAGAZINE LUIZA ON, que não faz parte do Ibovespa, avançou 14,1 por cento, e fechou na maior cotação histórica após reportar aumento superior a 1.000 por cento no lucro líquido do primeiro trimestre. Analistas no BTG Pactual afirmaram que os números do período ficaram acima das estimativas já otimistas do banco e elevaram o preço-alvo da ação para 249 reais ante 208 reais. No melhor momento do dia, as ações da varejista subiram pouco mais de 20 por cento, a 273 reais, máxima intradia histórica.