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Ibovespa fecha em maior marca em mais de 80 dias e se aproxima dos 90 mil

Sinais de recuperação nas maiores economias do mundo mantém otimismo de investidores, apesar de escalada de tensões comerciais

Bolsa: Ibovespa sobe 1,4% e encerra em 88.620,10 pontos (Paulo Whitaker/Reuters)

Bolsa: Ibovespa sobe 1,4% e encerra em 88.620,10 pontos (Paulo Whitaker/Reuters)

GG

Guilherme Guilherme

Publicado em 1 de junho de 2020 às 17h30.

Última atualização em 1 de junho de 2020 às 18h35.

O Ibovespa, principal índice de ações da bolsa brasileira, subiu 1,4%, nesta segunda-feira, 1, e encerrou em 88.620,10 pontos – a maior marca desde 10 de março, último pregão antes de perder o patamar dos 90 mil pontos. No radar dos investidores esteve o otimismo com a recuperação econômica, após dados positivos das indústrias chinesas e da zona do Euro.

Nesta semana, a China voltou a apresentar números fortes. Divulgado ainda na noite de domingo, seu índice de gerente de compras (PMI, na sigla em inglês) industrial chinês ficou em 50,7 pontos, acima dos 50 pontos, que delimitam a expansão da contração da atividade. O resultado deu impulso às bolsas asiáticas, que fecharam no positivo, também absorvendo as altas dos mercados ocidentais de sexta-feira. Os números da indústria também vieram positivos na zona do Euro. Embora tenha ficado abaixo dos 50 pontos, os 39,4 pontos do PMI europeu de maio vieram quase em linha com as expectativas e melhores do que os 33,4 pontos registrados em abril.

Bruno Lima, analista de renda variável da Exame Research, vê a alta impulsionada, principalmente, pelo mercado local. "Estão reduzindo posição vendida e comprando índice. Não tem estrangeiro."

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Apesar da alta da bolsa, no mercado de câmbio, o real se desvalorizou frente ao dólar, evidenciando o baixo interesse de estrangeiros por ativos nacionais.

No mercado de ações, nem mesmo a escalada de tensões entre China e Estados Unidos teve efeito sobre a bolsa. “O mercado está mega complacente. Achando que vai ser recuperação em V. Mas os dados já mostram que não será”, disse Lima.

De acordo com a agência Bloomberg, o governo chinês ordenou que suas estatais interrompessem a compra de produtos agrícolas americanos.

A relação entre os dois países, que já vinha azeda, se deteriorou ainda mais na semana passada, quando o parlamento chinês aprovou a lei de segurança nacional sobre Hong Kong, visto como uma tentativa de aumentar o controle sobre o território autônomo.  Na sexta-feira, o presidente Donald Trump anunciou retaliações à medida, mas não ameaçou a primeira fase do acordo comercial, o que serviu de alívio para o mercado.

Mas, de acordo com Gustavo Bertotti, economista da Messem Investimentos, a retaliação chinesa ao setor agrícola dos Estados Unidos pode colocar em xeque a primeira fase do acordo, visto que a importação de soja americana fazia parte das negociações. "Vamos ver como o governo americano vai se pronunciar. Até então, estão mais tranquilos."

Nos Estados Unidos, o índice S&P 500 encerrou em alta de 0,39%. Na Europa, os principais índices de ações fecharam em alta de mais 1%, ainda absorvendo o discurso mais brando que Trump fez na sexta-feira, já após as bolsas europeias terem fechado.

Na bolsa, papéis ligados à reabertura econômica lideram as altas da sessão. O destaque ficou com o setor de viagens e aviação. Na ponta do Ibovespa, as ações da GOL dispararam 8,56%. Já as da CVC e da Azul, sobem cerca de 7,5%. Os papéis da varejista Via Varejo e das companhias de shoppings centers Iguatemi e Multiplan, avançaram 8,3%, 7,7% e 7,6%, respectivamente.

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