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Ibovespa cai 2,4% e volta ao patamar dos 101 mil pontos após ata do Fed

Documento indica que as taxas de juros nos EUA podem subir de forma mais intensa e mais rápida do que o esperado

Painel com cotações na bolsa brasileira, a B3 | Foto: Germano Lüders/Exame (Germano Lüders/Exame)

Painel com cotações na bolsa brasileira, a B3 | Foto: Germano Lüders/Exame (Germano Lüders/Exame)

GG

Guilherme Guilherme

Publicado em 5 de janeiro de 2022 às 10h43.

Última atualização em 5 de janeiro de 2022 às 18h30.

O Ibovespa registrou forte queda nesta quarta-feira, 5, e caiu pelo terceiro pregão consecutivo, com investidores analisando a ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed, banco central americano). 

O documento aponta chances de que o Fed suba as taxas de juros de forma mais intensa e mais rápida do que o esperado inicialmente, retirando liquidez dos mercados internacionais e prejudicando opções mais arriscadas de investimento, como as bolsas de países emergentes.

Segundo analistas do BTG Pactual, a ata reforçou o tom hawkish (favorável a juros mais altos) e aumentou a probabilidade de uma elevação na taxa já na reunião de março, estabelecendo um cenário de quatro altas de juros este ano nos EUA. 

“A decisão causa uma abertura da curva de juros que traz uma volatilidade adicional especialmente em ativos de longo prazo, de alto crescimento, como os de tecnologia. O ambiente também é favorável para fortalecimento do dólar global”, avalia Arthur Mota,  economista do BTG.

Após a divulgação da ata, o Ibovespa aprofundou as perdas e caiu para a casa dos 100.000 pontos, atingindo o menor nível intradiário desde o início de dezembro. O real também se desvalorizou com o cenário de aversão a risco, apagando o movimento de correção de mais cedo.

No fechamento:

  • Ibovespa: - 2,42%, aos 101.005 pontos;
  • Dólar: + 0,39%, a 5,712 reais.

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Nos Estados Unidos, os índices de ações recuaram em bloco após a divulgação da ata. O índice de tecnologia Nasdaq voltou a ter o pior desempenho do mercado americano, após cair mais de 1% na última sessão em meio a temores sobre aperto monetário nos Estados Unidos. A queda de hoje foi a pior para o Nasdaq desde fevereiro de 2021.

  • Nasdaq (EUA): - 3,34%;
  • S&P 500 (EUA): - 1,94%;
  • Dow Jones (EUA): - 1,07%.

Destaques da bolsa

Na bolsa brasileira, a maior cautela sobre o setor de tecnologia impactou novamente as ações da Locaweb (LWSA3), Méliuz (CASH3) e Positivo (POSI3) que voltaram a ficar entre as maiores perdas do Ibovespa. 

  • Locaweb (LWSA3): - 12,78%;
  • Méliuz (CASH3): - 9,00%;
  • Positivo (POSI3): - 8,69%.

Entre as maiores quedas também estiveram os papéis da indústria petroleira, que devolvem parte dos ganhos do último pregão – mesmo com o petróleo continuando a se valorizar no exterior. 

Empresas ligadas .

  • PetroRio (PRIO3): - 10,76%;
  • 3R (RRRP3): - 7,16%;
  • Petrobras (PETR3): - 4,10%;
  • Petrobras (PETR4): - 3,87%.

Na ponta positiva do Ibovespa, apenas quatro ações conseguem se manter no campo positivo: BRF (BRFS3), Vale (VALE3), Banco Pan (BPAN4) e Bradespar (BRAP4). Os papéis da BRF chegaram a subir mais de 4% na máxima do dia, após serem recomendadas por analistas do Credit Suisse, que elevaram o preço-alvo do ativo em 36%. Segundo o banco, a BRF está entre as empresas de alimento mais baratas do mundo. 

  • BRF (BRFS3): + 1,25%;
  • Vale (VALE3): + 0,95%
  • Banco Pan (BPAN4): + 0,32%;
  • Bradespar (BRAP4): + 0,24%.

 

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