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Ibovespa cai 1% por temores com câmbio e exterior

Possível apreciação do real contra o dólar em meio ao aumento da inflação pressionou papeis de empresas exportadoras


	Bovespa: a ação preferencial da Vale teve desvalorização de 2,7 por cento no pregão desta quinta-feira
 (Alexandre Battibugli/EXAME.com)

Bovespa: a ação preferencial da Vale teve desvalorização de 2,7 por cento no pregão desta quinta-feira (Alexandre Battibugli/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 7 de fevereiro de 2013 às 17h35.

São Paulo - O principal índice acionário da Bovespa emendou a quarta queda seguida nesta quinta-feira, em meio a crescentes preocupações com câmbio e incertezas na Europa.

O Ibovespa perdeu 0,98 por cento, a 58.372 pontos. Na mínima da sessão, o índice chegou a cair 1,42 por cento. O giro financeiro do pregão foi de 8,2 bilhões de reais.

As ações preferenciais da mineradora Vale foram a principal pressão de baixa para o índice, com queda de 2,7 por cento, a 37,46 reais.

Segundo o gestor Caio Mesquita, da Gradius Gestão, o receio de que o governo permita mais apreciação do real contra o dólar, diante das crescentes preocupações com o avanço da inflação, pressionou ações de exportadores.

Nesta sessão, a moeda norte-americana caiu 0,82 por cento, a 1,9720 real, no menor patamar de fechamento em quase nove meses.

"Esse movimento penaliza papéis de empresas exportadoras, que têm suas receitas em dólar", disse Mesquita. "As dúvidas sobre inflação estão pesando na bolsa." A inflação oficial medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), acelerou em janeiro para 0,86 por cento, na maior alta mensal em quase oito anos.

No caso do setor de celulose, que tem grande parte das receitas com exportações, pesou também a notícia de que a China abriu uma investigação sobre possível prática de dumping no setor por empresas brasileiras.

A preferencial da Suzano caiu 5,4 por cento, a 6,80 reais, liderando as quedas do Ibovespa, enquanto Fibria teve baixa de 3,26 por cento, a 24,35 reais.

Na outra ponta, investidores reagiram bem aos resultados de Cosan, que subiu 3,17 por cento, ALL, que teve alta de 4,1 por cento, e Natura, que fechou com valorização de 2,7 por cento.

Entre as blue chips, a preferencial da Petrobras teve queda de 0,57 por cento, enquanto OGX subiu 1,9 por cento, recuperando-se de parte das fortes perdas recentes.

Na cena externa, os principais mercados acionários globais recuaram diante do forte recuo do euro ante o dólar, depois que o presidente do Banco Central Europeu disse que a autoridade monetária vai monitorar o impacto da alta do câmbio e citou riscos para a economia do bloco.

Em Wall Street, o índice Dow Jones caía 0,3 por cento às 18h19 (horário de Brasília), e o S&P 500 perdia 0,28 por cento. Mais cedo, o principal índice europeu de ações encerrou em queda de 0,33 por cento. (Por Danielle Assalve)

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