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Ibovespa cai 0,3% na sessão e amarga 4a queda semanal

Preocupações com as perspectivas de crescimento da economia afetaram a bolsa, causadas pelas pressões inflacionárias e pelo intervencionismo do governo


	Bovespa: as ações da OGX lideraram as perdas do Ibovespa nesta sexta-feira
 (Getty Images)

Bovespa: as ações da OGX lideraram as perdas do Ibovespa nesta sexta-feira (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 15 de fevereiro de 2013 às 17h36.

São Paulo - O principal índice acionário da Bovespa encerrou a sexta-feira no menor patamar em mais de dois meses, amargando sua quarta queda semanal consecutiva, diante de um cenário externo mais cauteloso e de preocupações com a economia doméstica.

O Ibovespa recuou 0,3 por cento, a 57.903 pontos, no menor nível desde 6 de dezembro. Com isso, o índice acumulou baixa de 1,02 por cento na semana, a quarta seguida. O giro financeiro do pregão foi de 7,02 bilhões de reais.

Segundo analistas, temores com as perspectivas de crescimento da economia brasileira, diante de crescentes pressões inflacionárias, e com o intervencionismo do governo em diversos setores pesavam na bolsa doméstica.

"O governo está enfrentando problemas estruturais e o modo como eles estão lidando com isso não é o mais correto na visão dos investidores", disse o analista de renda variável João Pedro Brugger, da Leme Investimentos.

Às vésperas do vencimento de opções sobre ações, que ocorre na segunda-feira, as ações da petrolífera OGX, do empresário Eike Batista, foram a principal pressão negativa para o Ibovespa, com queda de 6,49 por cento.

Dada a elevada posição vendida de estrangeiros no mercado futuro, operadores citavam que a expectativa é que o exercício de opções pressione ainda mais o índice no próximo pregão.

Nesta sexta-feira, no entanto, o recuo do Ibovespa foi limitado pelo avanço do setor bancário e financeiro, diante do aumento das apostas de alta da Selic já em maio.


Um cenário de juros mais altos beneficia as perspectivas de receita para bancos, comentou o estrategista-chefe da corretora SLW, Pedro Galdi. Por outro lado, a notícia pesa para papéis de consumo e construção --em tese, juros mais altos inibem gastos.

As preferenciais de Itaú Unibanco e Bradesco subiram 4,64 e 4,42 por cento, respectivamente. Já a varejista Lojas Renner caiu 4,29 por cento e a construtora Gafisa perdeu 3,08 por cento.

Os mercados locais reagiram a declarações feitas a jornalistas pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega --segundo ele, o juro, e não o câmbio, é o instrumento apropriado no combate ao avanço da inflação do país.

Além disso, o Banco Central voltou a atuar no câmbio nesta sessão, para segurar o dólar acima de 1,95 real.

Segundo analistas, o recente fortalecimento do real tem pesado sobre ações de empresas exportadoras, que têm boa parte de seu faturamento em dólar.

A preferencial da mineradora Vale encerrou em queda de 0,76 por cento, a 36,47 reais, enquanto a da Petrobras teve leve baixa de 0,23 por cento, a 17,63 reais.

Na cena externa, investidores seguiam na expectativa pelos resultados da reunião dos líderes de Finanças das 20 principais economias do mundo em Moscou.

Em Nova York, o índice Dow Jones tinha queda de 0,31 por cento e o S&P 500 perdia 0,38 por cento às 18h16 (horário de Brasília). Mais cedo, o principal índice europeu de ações fechou em queda de 0,19 por cento.

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