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Ibovespa descola do exterior com forte alta de Vale e Petrobras

Inflação volta a superar as expectativas no Brasil e nos Estados Unidos, mas preços de commodities sustentam bolsa brasileira

Painel de cotações da B3 (Germano Lüders/Exame)
GG

Guilherme Guilherme

Publicado em 11 de maio de 2022 às 10h37.

Última atualização em 11 de maio de 2022 às 14h16.

Ibovespa hoje: o principal índice da bolsa brasileira sobe mais de 1% nesta quarta-feira, 11, puxada por ações de empresas de commodities, beneficiadas pela alta de preços no exterior. O movimento contraria a maior cautela de investidores internacionais, que repercutem dados acima do esperado da inflação americana.

O Índice de Preço ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, um dos principais indicadores de inflação no país, caiu de 8,5% para 8,3% no acumulado de 12 meses. O número, porém, superou o consenso de mercado, que era de queda para 8,1%. Os principais índices de Wall Street reagiram negativamente logo após a divulgação dos dados e operam com fraqueza neste início de tarde.

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Números de inflação também seguem no radar de economistas brasileiros. O IPCA de abril, divulgado nesta manhã, acelerou de 11,30% para 12,13% na comparação anual, ficando acima das projeções de mercado, que eram de 12,07% de alta.

A alta da inflação no Brasil e nos Estados Unidos pressiona as curvas de juros em ambos os países, com investidores apostando em apertos monetários mais duros.

"Os números [dos EUA] reforçam as apostas de parte do mercado que espera um aumento de 75 pontos base na próxima reunião do Federal Reserve [Fed, banco central americano]", disse Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos.

Destaques de ações

Juros mais altos tiram a atratividade da renda variável e prejudicam as ações. No Brasil, no entanto, as ações de commodities ignoram o clima negativo no exterior e ajudam a sustentar a alta do Ibovespa.

A Vale (VALE3), ação com a maior participação na carteira teórica do índice, dispara mais de 4%, após forte recuperação do minério de ferro na China.

Declarações de autoridades chinesas de que metade de Xangai estaria livre da Covid aumentaram o otimismo sobre a demanda do gigante asiático. A commodity saltou 5%, depois de ter desabado nos dois primeiros pregões da semana, marcados por temores de novos lockdowns no país asiático.

Já a Petrobras (PETR3/PETR4) sobe mais de 3%, a despeito da troca de comando do Ministério de Minas e Energia, após críticas do presidente Jair Bolsonaro ao reajuste do preço do diesel. Adolfo Sashcida assumirá o ministério no lugar de Bento Costa Lima Leite.

"A Petrobras desenvolveu ao longo dos últimos anos aspectos positivos em sua governança, que a blindam de interesses que possam pesar contra a sua situação financeira", avaliou Ilan Arbetman, analista de research da Ativa Investimentos.

Ainda assim, a forte valorização de hoje ocorre na esteira da recuperação do petróleo. A commodity volta a superar a marca de US$ 105 por barril, à medida que as esperanças sobre a demanda são renovadas com notícias positivas vindas da China.

No radar, ainda estão a queda do fornecimento de gás russo para a Europa e a possibilidade de embargo da União Europeia sobre o petróleo do país. Petrolíferas privadas chegam a saltar mais de 6% na B3.

Entre os destaques de alta ainda estão os papéis das companhias aéreas GOL (GOLL4) e Azul (AZUL4), que sobem mais de 2%. A valorização ocorre após a GOL anunciar que seu controlador, o fundo MOBI, estruturou as operações da companhia em uma holding que também terá o controle da Avianca. A operação ainda está sujeita à aprovação de órgãos reguladores, mas já é bem recebida por investidores.

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