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Ibovespa sobe com dados do varejo, mas não rompe “barreira” dos 100 mil

Dados de vendas do setor aumentam otimismo dos investidores sobre retomada da economia brasileira

Bolsa: Ibovespa sobe 2,05% e encerra em 99.769,88 pontos (NurPhoto/Getty Images)

Bolsa: Ibovespa sobe 2,05% e encerra em 99.769,88 pontos (NurPhoto/Getty Images)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 8 de julho de 2020 às 17h00.

Última atualização em 8 de julho de 2020 às 17h41.

O Ibovespa, principal índice de ações da bolsa brasileira, fechou em alta, nesta quarta-feira, 8 puxado pelos dados de vendas no varejo, que vieram muito além do esperado e aumentaram o otimismo sobre a recuperação econômica. Mas apesar da forte alta, o índice não superou os 100 mil pontos, tido como uma forte “barreira psicológica” e encerrou em 99.769,88 pontos, após subir 2,05%.

Divulgadas nesta manhã pelo IBGE, as vendas no varejo referentes ao mês de maio tiveram alta mensal de 13,9%, ficando acima das projeção de mercado, que esperava um aumento de 6%.

Para Arthur Mota, economista da EXAME Research, o resultado das vendas no varejo foi muito bom por mostrar o início da recomposição do setor ainda no meio do segundo trimestre. “A pancada no varejo no trimestre será menor do que esperávamos há dois meses e tem motivado uma revisão mais positiva para a economia”, afirmou.

Mota ainda ressalta a melhora de segmentos do varejo que mais sofreram durante a fase mais rígida da quarentena, como os de vestuário, eletrodomésticos e veículos. Segundo ele, o dado positivo foi possível graças ao “caminhão de medidas do governo.”

O cenário externo também contribuiu para o tom positivo no mercado brasileiro. Apesar de os Estados Unidos terem voltado a registrar recorde de casos diários de coronavírus, o principal índice de ações americano, o S&P 500 subiu 0,79% e o índice Nasdaq, com maior concentração de empresas de tecnologia, 1,44%.

Contudo, as motivações foram insuficientes para elevar o Ibovespa para o patamar dos 100.000. Na máxima do dia, o índice bateu 99.972,78 pontos. Segundo Régis Chinchila, analista da Terra Investimentos a marca é uma "importante barreira psicológica". "Funciona como um divisor de águas. A próxima barreira está em 103.000 pontos".

Apesar das ações de varejistas terem iniciado o pregão em forte alta com a ajuda dos dados do setor, somente os papéis da Natura, que avançaram 6%, encerraram entre as maiores valorizações do Ibovespa. "Os preços delas estão muito esticados. É normal que os investidores comecem a buscar outras alternativas que ainda tenham bons upsides", disse Chinchila.

A maior valorização do Ibovespa ficaram com os papéis da Braskem e da B3, que subiram 6,5% e 6,1%, respectivamente.

O setor de construção civil também teve um dia positivo, com as ações da MRV subindo 4,5%. Como pano de fundo está o recorde de vendas, divulgado pela companhia na noite de ontem. Segundo a empresa, no segundo trimestre, 11.479 unidades foram vendidas – 37,4% a mais do que no mesmo período do ano passado. As vendas totalizaram 1,81 bilhão de reais.

Já os papéis da Cyrela se valorizaram 4,4%, após a Lavvi, da qual é sócia, protocolar pedido de oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês). "Com o mercado de capitais ganhando força no segundo semestre, a subsidiária Lavvi poderá se capitalizar em um cenário econômico ainda conturbado, mas com juros nas mínimas históricas, o que deverá estimular o segmento de médio e alto padrão da cidade de São Paulo, reforçando assim o desempenho da própria companhia e, por consequência, da Cyrela”, afirmou em relatório.

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