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Ibovespa atinge maior pontuação em fechamento semanal da história

Em quarta semana de alta, índice atinge maior nível em dois meses e fica mais próximo de novo recorde

Índice teve quarta semana de alta consecutiva e atingiu maior pontuação em fechamento semanal da história (d3sign/Getty Images)
GG

Guilherme Guilherme

Publicado em 20 de setembro de 2019 às 18h04.

Última atualização em 20 de setembro de 2019 às 18h28.

Impulsionado pela notícia de que os Estados Unidos retiraram tarifas sobre 400 produtos chineses, o Ibovespa ficou no azul por quase todo o pregão desta sexta-feira (20) e fechou o dia em alta de 0,46%, a 104.817,40 pontos. A pontuação é a maior da história para um fechamento semanal e representa uma quarta semana de alta consecutiva.

Embora o resultado tenha sido positivo, o índice chegou a entrar em forte queda por volta das 14 horas e a ficar no vermelho. A baixa abrupta também ocorreu em outros mercados e foi motivada pelo cancelamento da visita à área agrícola americana pela delegação chinesa. A bolsa brasileira conseguiu reverter as perdas, o que não ocorreu com os índices S&P 500 e Dow Jones , que fecharam em baixa de 0,49% e 0,59%, respectivamente.

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“Muito em função da preocupação com China e Estados Unidos, a Bolsa operou de forma meio aleatória hoje, mas fechou no positivo”, disse o economista-chefe do Modalmais, Álvaro Bandeira.

Segundo ele, fatores recentes fizeram com que o Ibovespa tivesse ganhos nessa semana. Um deles é a chegada de recursos que saíram da renda fixa, que “rende muito pouco”. “De forma geral, teve uma busca por mais risco para tentar melhorar o retorno dos investimentos”. Outra razão, de acordo com Bandeira é a volta de investidores estrangeiros para a Bolsa.

Para ele, o índice deve ter uma quinta alta semanal “sem muito esforço” na próxima sexta-feira (27). “O mercado vem de recuperação e o Ibovespa está tentado passar os 105 mil pontos. Mas, no exterior, o quadro ainda é de volatilidade, tensão e nervosismo”, disse Bandeira.

Um dia depois de o dólar ter se valorizado 1,38%, a moeda americana fechou em queda de 0,257%, a 4,1535 reais.

Altas e baixas do Ibovespa

No pregão do dia, a maior alta do Ibovespa ficou a cargo da Braskem (BRKM5), que chegou a subir mais de 7% após o jornal Brazil Journal noticiar que a Odebrecht , dona de 50,1% das ações votantes da petroquímica, contratou o banco Lazard para vender sua participação da empresa. O ativo fechou o dia com valorização de 5,30%.

É antiga a intenção da Odebrecht se desfazer de sua parte na Braskem. No primeiro semestre, o mercado esperava que a fabricante de produtos químicos holandesa LyondellBasell comprasse a participação  em um negócio que girava em torno de 41 bilhões de reais. No entanto, a insegurança proveniente da situação financeira da Odebrecht e o fato da Braskem estar associada à empreiteira baiana que esteve no centro das investigações da Lava-Jato contribuíram para o acordo não sair.

As ações da Braskem têm tido um ano de perdas e acumula baixa de 31,85% no período. Nesse mês, no entanto, os papéis da petroquímica ensaiam recuperação e acumulam alta de 14,42%.

Com notícias sobre a peste suína se espalhando para a Rússia e Coreia do Sul no radar, os frigoríficos também tiveram pregão de alta nesta sexta. Incluída no Top 5 de estrategista do Itaú BBA, a ação da JBS subiu 4,25%. Os papéis da Marfrig avançaram 4,46% e foram a 11 reais um dia depois de o Bank of America cravar 12 reais como preço-alvo do ativo.

Por outro lado, as ações ordinárias da Eletrobras tiveram caíram 5,78%.As baixas ocorrem após o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, dizer na véspera que os senadores não estão dispostos a aprovar o projeto de privatização da companhia.

Ao longo do ano, se formou uma grande expectativa sobre a possível privatização da estatal que fez suas ações se valorizarem quase 70% no período.

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