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Ibovespa fecha em queda de 2,8% com piora de percepção sobre coronavírus

Governo americano revisou projeção de potencial número de mortos de 100 mil para 240 mil

Bolsa: preocupação com impactos do coronavírus na economia americana empurra bolsas para baixo (Paulo Whitaker/Reuters)

Bolsa: preocupação com impactos do coronavírus na economia americana empurra bolsas para baixo (Paulo Whitaker/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 1 de abril de 2020 às 10h18.

Última atualização em 2 de abril de 2020 às 02h57.

O Ibovespa fechou em queda nesta quarta-feira, 1° de abril, com possibilidade de os impactos do coronavírus na maior economia do mundo serem maiores do que se imaginava. Nos Estados Unidos, onde a crise de saúde se intensifica a cada dia, já são quase 190 mil infectados e mais de 4 mil mortos pela doença. O pessimismo com o agravamento da situação tem tirado o sono dos investidores, que correram para ativos de segurança, provocando novas baixas nas bolsas de valores. Aqui, o principal índice da bolsa brasileira caiu 2,81%, marcando 71.966,70 pontos.

Os investidores também estiveram atentos às falas do presidente Donald Trump, que vinha sendo mais brando nas abordagens sobre o vírus, mas mudou de tom. Segundo ele, as próximas duas semanas devem ser “muito duras” para os Estados Unidos. Na terça, a Casa Branca revisou a projeção do potencial número de mortos pelo covid-19 de 100 mil para 240 mil. No mercado americano, o índice S&P 500 recuava 4,41%. 

Pela manhã,  dados sobre desemprego (ADP) e produção manufatureira (ISM) dos Estados Unidos vieram acima das expectativas e ajudaram a atenuar o movimento de baixa. "Os dados econômicos vieram bons, mas os números de saúde dos EUA estão pesando mais. É o instinto humano", disse Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset.

O mercado ainda aguarda a quantidade de pedidos de seguro desemprego registrados na última semana , que devem ser divulgados nesta quinta, 2.

Como reflexo do menor apetite a risco, os rendimentos dos títulos americanos de 10 anos despencou 12,1%, com a maior procura pelo ativo, considerado o mais seguro do mundo.

Em diversos outros países, as quedas também eram acentuadas. O destaque negativo ficou com a bolsa de Tóquio, que fechou em baixa de 4,5%. Na Europa, o índice Stoxx 600 caiu 2,91%.

“Os mercados estão avaliando com cautela os novos desenvolvimentos em torno do surto de covid-19. Acreditamos que uma mudança de tendência só virá acompanhada de uma maior clareza em relação ao controle do vírus na Itália, Espanha e Estados Unidos”, afirmaram analistas da Guide Investimentos em relatório.

Na bolsa brasileira, as maiores quedas do Ibovespa foram representadas pelos setores de turismo e aviação, considerados os mais sensíveis aos impactos do coronavírus. As ações da Azul e Gol caíram 15,39% e 12,23%, respectivamente, enquanto os papéis da CVC recuaram 15,32%. 

A Via Varejo terminou o dia em queda de 11,93%. Desde do início da crise, aumentaram as desconfianças no mercado com relação à capacidade da empresa atravessar o momento, tendo em vista sua alta dívida de curto prazo.

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