Mercados

Ibovespa sobe mais de 6% após mortes por coronavírus diminuírem na Europa

Número de vítimas fatais caem na Espanha e na Itália - países mais atingidos pela doença no continente

Ibovespa: índice dispara com menor número de mortos por covid-19 (Jesada Wongsa/Getty Images)

Ibovespa: índice dispara com menor número de mortos por covid-19 (Jesada Wongsa/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 6 de abril de 2020 às 17h25.

Última atualização em 6 de abril de 2020 às 17h56.

O mercado financeiro começou a semana com o humor renovado, após as mortes pelo coronavírus diminuírem nos principais focos da doença. Com isso, bolsas de valores do mundo inteiro apresentaram fortes ganhos nesta segunda-feira, 6. Por aqui, o Ibovespa fechou em alta de 6,52% e encerrou em 74.072,98 pontos. 

Na Europa, continente em que o covid-19 fez a maior quantidade de vítimas fatais, os sinais de melhora começam a surgir, com os números de mortos decrescendo na Espanha e na Itália. 

Nos Estados Unidos, o presidente Donald Trump e seu vice, Mike Pence, disseram ver o início de uma estabilização da doença no país. No domingo, o estado de Nova York, novo epicentro da doença, apresentou redução no número de mortos em relação ao dia anterior. Por lá, o S&P 500 subiu 7,03%.

Segundo Gabriel Ribeiro, analista da Necton Investimentos, o mercado já começa a trabalhar com a hipótese de o pico da doença estar perto ou já ter passado. "Mas ainda é um pouco cedo para conseguir afirmar isso. O números ainda podem piorar nos Estados Unidos."

Apesar do tom otimista no mundo, crescem no mercado financeiro as preocupações com a instabilidade política no Brasil. Nesta segunda, o jornal O Globo noticiou que o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, será demitido. A possibilidade repercutiu entre os investidores, mas não foi totalmente precificada, segundo Thiago Salomão, analista da Rico Investimentos. "Se a notícia tivesse mesmo impactado, poderia derrubar bem o mercado", disse.

André Perfeito, economista-chefe da Necton Investimentos, ainda não vê o mercado colocando no preço a saída do ministro, mas acredita que a demissão teria repercussão negativa, principalmente se o número de infectados vier a subir muito, após Mandetta deixar a pasta.

"Levando em conta os dados do Datafolha, o Mandetta é extremamente popular com relação ao controle da crise. Isso poderia atrapalhar muito", afirmou Perfeito.

Na máxima, o principal índice de ações da bolsa brasileira chegou a subir 8,23%. "O dia não foi melhor em vista dos rumores de que Jair Bolsonaro irá demitir o ministro Henrique Mandetta ainda hoje. O campo já está cheio de minas para desarmar e o que o mercado realmente não precisa neste momento é mais um fator de risco para monitorar”, disse, em nota, Rafael Ribeiro, analista da Clear Corretora

Acompanhe tudo sobre:Ibovespa

Mais de Mercados

Ações da Usiminas (USIM5) caem 16% após balanço; entenda

"Se tentar prever a direção do mercado, vai errar mais do que acertar", diz Bahia Asset

"O dólar é o grande quebra-cabeça das políticas de Trump", diz Luis Otavio Leal, da G5 Partners

Ibovespa fecha em alta de mais de 1% puxado por Vale (VALE3)

Mais na Exame