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Ibovespa respira e sobe 1,7% após pior queda mensal desde março de 2020

Bolsas internacionais puxam movimento de correção apesar da inflação volta a superar estimativas

Painel de cotações da B3 | Foto Germano Lüders/Exame (Germano Lüders/Exame)

Painel de cotações da B3 | Foto Germano Lüders/Exame (Germano Lüders/Exame)

BQ

Beatriz Quesada

Publicado em 1 de outubro de 2021 às 17h25.

Última atualização em 1 de outubro de 2021 às 17h36.

O Ibovespa iniciou o mês de outubro em forte alta, subindo 1,73%, aos 112.899 pontos, nesta sexta-feira, 1. O movimento de recuperação ocorreu após a bolsa brasileira registrar seu pior desempenho mensal desde março de 2020. Em setembro, o Ibovespa caiu 6,6%. 

O índice acompanhou a melhora global nas bolsas, impulsionada pela notícia de um possível medicamento para combater a Covid-19. Testes preliminares mostraram que o remédio oral da Merck Sharp & Dohme (MSD) diminuiu em cerca de 50% a chance de hospitalização ou morte em pacientes com risco de desenvolver doenças graves.

Com a notícia, o principal índice dos EUA, o S&P 500, subiu 1,15%. Já o Nasdaq, índice de tecnologia, avançou 0,82%, enquanto o Dow Jones, o mais ligado à economia tradicional, fechou o dia em alta de 1,43%.

O movimento favorável ao risco também favoreceu o câmbio, com o dólar comercial caindo 1,42%, a 5,36 reais, após ter subido acima de 5,40 reais nas últimas sessões, em meio a temores sobre aperto monetário nos Estados Unidos.

Apesar do tom positivo, as preocupações que derrubaram as ações no mês anterior seguem presentes, com a inflação voltando a se mostrar mais forte do que a esperada nas principais economias do mundo.

O núcleo de preços sobre o consumo pessoal americano (PCE, na sigla em inglês), divulgado nesta manhã, subiu 0,3% no mês de agosto ante a expectativa de alta de 0,2%. No acumulado de 12 meses, o indicador, que é referência para a política monetária do Federal Reserve (Fed), bateu 3,4%. 

Apesar de temores sobre a alta de preços e uma redução de estímulos mais acelerada por parte do Fed, o principal índice dos EUA, o S&P 500, subiu 1,15%. Já o Nasdaq, índice de tecnologia, avançou 0,82%, enquanto o Dow Jones, o mais ligado à economia tradicional, fechou o dia em alta de 1,43%.

O medo da inflação também tomou a Europa, onde o índice de preço ao consumidor (IPC) voltou a superar as estimativas. Na Zona do Euro, o IPC anual superou a expectativa de 3,3% e bateu 3,4%, o maior patamar desde 2008. Por lá, o Stoxx 600 fechou em queda de 0,42%.

Destaques da bolsa

Na bolsa, os papéis do Banco Inter (BIDI11/BIDI4), que amargaram as maiores quedas do Ibovespa em setembro, lideraram as altas e subiram 9,54% e 9,31%. As ações do Banco Pan (BPAN4) e da Via (VIIA3), também disparam 8,46% e 7,52%, respectivamente, aproveitando o movimento de correção após fortes quedas do setor de tecnologia na última semana.

Ainda entre as maiores altas, os papéis de turismo e aviação se destacaram em meio à melhora de perspectiva para a atividade no quarto trimestre, com avanço da vacinação e reabertura econômica. CVC (CVCB3) avançou 7,53%, enquanto Azul (AZUL4) subiu 6,34% e GOL (GOLL4), 5,41%. 

Movimento semelhante ocorreu nos papéis ligados à educação. Cogna (COGN3) subiu 8,12% e Yduqs (YDUQ3) avançou 5,09%. Já a MRV (MRVE3), que apresentou números sobre a venda de empreendimentos na Flórida (EUA), fechou em alta de 3,09%.

Entre as ações com maior peso no Ibovespa, as da Vale (VALE3) encerraram o dia negociadas em leve queda de 0,05%, com o mercado chinês de minério de ferro paralisado em função do feriado da Semana Dourada, iniciado nesta sexta. 

A Petrobras (PETR3/PETR4) seguiu a valorização de 1% no preço do petróleo e subiu 1,88% e 2,83%, respectivamente. Os grandes bancos também operam no campo positivo, com destaque para o Santander (SANB11) que teve o pior resultado do setor em setembro e hoje subiu 4,02%.

No campo negativo, os papéis das exportadoras sofreram com a queda do dólar. Destaque para Suzano (SUZB3), que recuou 3,76% e fica na lanterna do índice. Do mesmo setor, a Klabin (KLBN11) caiu 1,86%.

No setor de frigoríficos, a JBS (JBSS3) recuou 1,97% após o BNDESPar cancelar o processo de venda das ações por meio de oferta secundária – a holding detém mais de 20% do capital social da JBS. Analistas, no entanto, reforçam que o impacto da notícia é neutro e não deve ter grande efeito sobre os papéis.

Maiores altas

Maiores quedas

InterBIDI11

9,54%

SuzanoSUZB3

-3,76%

InterBIDI4

9,31%

Pão de AçúcarPCAR3

-2,56%

Banco PanBPAN4

8,46%

FleuryFLRY3

-2,13%

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