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HSBC avalia varejistas e recomenda compra de ações de Lojas Renner e Marisa

Segmento de vestuário desfruta de alta renda e elasticidade do crédito, diz analista

HSBC: otimismo com ações de Lojas Renner e de Marisa para 2011 (Getty Images/Getty Images)

HSBC: otimismo com ações de Lojas Renner e de Marisa para 2011 (Getty Images/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 22 de dezembro de 2010 às 07h12.

São Paulo – O HSBC concluiu neste mês sua primeira viagem anual com investidores na América do Sul. No Brasil, o banco estreitou suas conversas com a administração de três empresas de vestuário de seu universo de cobertura: Marisa, Lojas Renner, e Hering. Além disso, o Grupo Pão de Açúcar também esteve no radar do HSBC.

“No Brasil, continuamos a dar preferência para o segmento de vestuário sobre os demais, pois ele desfruta de alta renda e elasticidade do crédito. Além disso, a margem bruta do varejo de vestuário é atrativa, em torno de 50%. As vendas de Natal parecem sólidas, possivelmente trazendo resultados positivos para o quatro trimestre”, avalia o analista Francisco Chevez.

Chevez explica ainda que o Grupo Pão de Açúcar também está se beneficiando do crescimento do consumo das famílias no Brasil.Confira abaixo a avaliação do HSBC sobre cada empresa:


Marisa (AMAR3)

Com a expectativa de que a Marisa termine 2010 com 278 lojas e 2011 com 302, o HSBC classifica os papéis da varejista como overweight (desempenho acima da média de mercado), com preço-alvo (dez/11) de 36 reais.

“A Marisa conduz o crescimento da receita através a expansão da área de vendas. Esperamos um sólido crescimento contínuo das vendas mesmas lojas (aquelas em funcionamento há mais de um ano), uma vez que, em média, as lojas da empresa estão nos estágios iniciais de amadurecimento”, diz Francisco Chevez.

O analista projeta um crescimento de 11% das vendas mesmas lojas no último trimestre do ano. “A Marisa depende 100% do suprimento de fornecedores independentes e seu mercado-alvo é claramente definido como mulheres da classe média. Em nossa opinião, esse foco deve permitir a ela manter um rápido ritmo de expansão no longo prazo, à medida que o mercado brasileiro se torne mais maduro”, finaliza Chevez.


Hering (HGTX3)

A visita à administração da Hering revelou que, em decorrência do aumento recente nos preços do algodão, é esperado um impacto nos custos em fevereiro, uma vez que o estoque atual vai durar até lá, informa o relatório do HSBC. “A Hering pode absorver a despesa adicional em vez de repassá-la para os clientes, pois a administração acredita que a alta no preço do algodão é temporária”, pondera Chevez.

Ele destaca que os fluxos de caixa da empresa continuam a crescer em linha com a expansão da receita e das margens. “As necessidades de investimentos para o 2011, em torno de 45 milhões de reais, são inferiores ao que foi investido em 2010, pois a empresa não precisa adicionar nova capacidade de produção. Assim, acreditamos que os dividendos podem aumentar”.

O relatório lembra ainda que a estratégia da Hering é construir o valor de sua marca e atender uma ampla gama de segmentos da população, o que lhe permitiu gerar crescimento de 40% e 38% na receita em 2009 e 2010, respectivamente. “Acreditamos que o crescimento da receita da Hering deve continuar robusto ao longo dos próximos dois anos, e projetamos expansão de 35% e 31% em 2011 e 2012, respectivamente”, diz Chevez.

Por outro lado, o analista acredita que a Hering possa precisar mudar sua estratégia, à medida que os consumidores brasileiros se tornem mais sofisticados e exijam produto mais diferenciados. “Até certo ponto, a empresa tem caminhado nessa direção, considerando sua decisão de abandonar a produção de baixo valor agregado, quando deixou de fabricar marcas próprias de outros varejistas”, reconhece ele.

O HSBC classifica os papéis da Hering como neutral (desempenho em linha com a média de mercado), com preço-alvo (dez/2011) em 32 reais.


Lojas Renner (LREN3)

As impressões referentes à Lojas Renner parecem terem sido positivas. O relatório do HSBC destaca que, em termos de receita, apesar da difícil base de comparação de 9,5% do 4T09, a estimativa de 5% para as vendas no último trimestre parece bastante cabível.

“A administração da Renner mencionou que as condições climáticas em outubro e novembro impactaram negativamente as vendas da coleção primavera. Porém, as vendas de dezembro parecem estar compensando com folga o enfraquecimento dos meses anteriores”, avisa Francisco Chevez.

O analista revela ainda que a Renner espera inflação de preços de 5% a 8% em 2011 e acredita que isso pode ser repassado ao consumidor. “Quanto ao algodão, a empresa está trabalhando junto aos fornecedores para reduzir os custos de fabricação, através de economias em outros materiais, mas está também preparada para subir os preços”.

Por fim, Chevez destaca que a Renner tem planos atrativos para revitalizar o cartão de crédito de marca própria, e também para desacelerar a queda em sua participação no mix de pagamentos. O analista classifica os papéis da Renner como overweight ( desempenho acima da média de mercado), com preço-alvo (dez/11) de 78 reais.

Pão de Açúcar (PCAR5)

Quando o assunto é a aquisição das operações de eletrônicos e eletrodomésticos da Globex e da Casas Bahia pelo Pão de Açúcar, o HSBC revela certo ceticismo. “Acreditamos que existam algumas sinergias, mas o impacto sobre o lucro por ações parece ser pequeno”, diz o relatório.

Por outro lado, o banco prevê incremento nos números da companhia. “Acreditamos que os benefícios de adicionar a Casas Bahia aos resultados são grandes. A maior escala das empresas combinadas deve impulsionar os resultados de forma imediata, possivelmente ampliando a margem EBITDA (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) do quarto trimestre para 7,8%”, afirma Francisco Chevez.

O HSBC classifica os papéis do Pão de Açúcar como neutral (desempenho em linha com a média de mercado), com preço-alvo (dez/11) de 74 reais.

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