Suplementos da Herbalife: ações da empresa despencam em NY (Bloomberg)
Anderson Figo
Publicado em 3 de março de 2016 às 12h27.
São Paulo - As ações da Herbalife despencaram até 15% no pré-market (período de negociações antes da aberura oficial do pregão) da Bolsa de Nova York nesta quinta-feira (3).
O motivo foi uma trapalhada que a multinacional de nutrição fez ao informar dados de crescimento de novos membros em seu negócio no ano passado. E os investidores não gostaram nada disso.
A Herbalife funciona com uma rede de milhões de pessoas que distribuem seus suplementos alimentares no mundo inteiro e são pagas pelo trabalho.
No fim de fevereiro deste ano, a empresa americana divulgou seu balanço de 2015, destacando crescimento de dois dígitos no número de membros ativos.
Mas uma nota apresentada pela empresa nesta quinta-feira (3) revelou que o aumento real foi bem menor.
A empresa explicou que mudanças no modelo de marketing e métrica de seu negócio provocaram distorções em dados e, portanto, algumas informações apresentadas foram ajustadas.
"A companhia não conseguiu identificar esses erros anteriormente porque tinha visibilidade limitada da provável taxa de mudança em sua métrica até que ela fosse utilizada pela primeira vez", escreveu em nota.
Com isso, o crescimento de novos membros ativos no mundo com exceção da China foi alterado de 16,7% para 3,2% no último trimestre de 2015, na comparação com o mesmo período de 2014. Considerando o ano inteiro, o percentual passou de 8,3% para 3,4%.
Outras alterações foram ainda mais expressivas, como por exemplo no crescimento de novos membros ativos na América do Norte no terceiro trimestre de 2015, que foi trocado de 33% para 1,8% sobre o mesmo período de 2014.
Dados sobre o negócio da Herbalife no Brasil também foram alterados, mas para cima. Segundo a companhia, o crescimento de novos membros ativos no Brasil no terceiro trimestre de 2015 foi trocado de 65% para 71,9%.
Ao todo, foram 30 revisões em números apresentados pela Herbalife referentes ao desempenho de seu negócio em 2015.
Antes da queda de hoje, as ações da companhia tinham alta acumulada em torno de 5% em NY e disparavam cerca de 81% em 12 meses. O pregão regular da NYSE começa às 11h30 de Brasília (9h30 em NY).