Pão de Açúcar: venda de ativos imobiliários somada à participação remanescente no Éxito vai ajudar a reduzir dívida líquida (Dado Galdieri/Bloomberg via/Getty Images)
Karina Souza
Publicado em 10 de janeiro de 2023 às 10h02.
Última atualização em 10 de janeiro de 2023 às 10h05.
O Grupo Pão de Açúcar (PCAR3) afirmou nesta manhã, em teleconferência com investidores, que a participação mantida no Grupo Éxito será usada como parte do plano de desalavancagem da companhia. Guillaume Gras, CFO do GPA, afirmou nesta manhã que a companhia tem como meta chegar a R$ 1 bilhão de dívida líquida no fim de 2023 e zerá-la no fim de 2024. No terceiro trimestre de 2022, essa cifra era de R$ 3,5 bilhões.
Para chegar a esses montantes, a empresa conta com uma série de fatores, já explicitados também no último Investor Day e reforçados nesta manhã: a última parcela da venda dos hipermercados Extra, os dividendos ordinários do Grupo Éxito e um plano de venda de ativos non core (imobiliários e postos) num plano que representa valor de mercado de R$ 1 bilhão a R$ 1,5 bilhão. Em uma segunda etapa, a participação remanescente no grupo colombiano (de 13,3%) e a fatia que o GPA tem na Cnova vão contribuir para atingir os objetivos, de acordo com o CFO, Guillaume Gras.
Durante a apresentação a investidores, o executivo, junto ao CEO da companhia, Marcelo Pimentel, apresentou um cronograma detalhado a respeito do que vem pela frente na venda de participação do Grupo Éxito. Depois da Assembleia Geral Extraordinária, a ser realizada no dia 14 de fevereiro (a etapa final para aprovar a cisão), há um prazo de 60 dias para oposição dos credores à transação. A expectativa da companhia é a de que o registro dos BDRs na CVM aconteça ainda no segundo trimestre neste ano, bem como o das ADRs na SEC (a CVM dos Estados Unidos). A companhia vai divulgar um fato relevante, futuramente, para informar aos investidores sobre a data de corte e o primeiro dia de negociação dos ADRs e BDRs.
Cada acionista do GPA vai receber quatro ações do Grupo Éxito na transação. Durante um período de 30 dias depois da entrega dos ADRs e BDRs, os acionistas do GPA que receberem seus títulos estarão isentos de taxas de emissão ou de cancelamento -- ou seja, quem quiser converter os títulos recebidos na bolsa brasileira para os da bolsa de Bogotá ou Nova York estará isento dessas taxas durante um mês. Ainda assim, a companhia recomenda que os acionistas entrem em contato com suas corretoras para tirarem dúvidas sobre eventuais custos de corretagem e custódia associados à detenção de ADRs e BDRs.