Governo indica Prates para a Petrobras, ata do Fomc, prévia da GOL e o que mais move o mercado
Bolsas internacionais sobem nesta quarta à espera de que ata dê pistas sobre política monetária americana
Guilherme Guilherme
Publicado em 4 de janeiro de 2023 às 07h55.
Última atualização em 4 de janeiro de 2023 às 08h10.
Bolsas europeias ensaiam o terceiro pregão consecutivo de alta nesta quarta-feira, 4, movidas pelas esperanças de que a inflação deve começar a arrefecer no continente. O maior otimismo deriva da queda do preço do gás natural, que já caiu cerca de 10% na semana e 50% desde o início de dezembro.
O clima mais ameno que o esperado para o inverno europeu tem contribuído para o menor consumo de aquecedores e para a desvalorização da commodity -- uma das principais propulsoras da inflação no ano passado. O consenso é de que o Índice de Preço ao Consumidor da Zona do Euro, que será divulgado nesta sexta-feira, 6, saia da casa dos dois dígitos após quatro meses no patamar.
Fed em foco
Nesta quarta, a grande expectativa do mercado é para a divulgação da ata da última reunião do Fomc, o comitê de política monetária do Federal Reserve (Fed), que decidiu pela primeira alta de 0,50 ponto percentual (p.p.) após quatro elevações de 0,75 p.p. seguidas. Com os juros no maior intervalo desde 2007, entre 4,25% e 4,5%, os Estados Unidos devem dar continuidade ao ciclo de alta de juros neste ano. Mas investidores ainda se perguntam até quando e até onde.
As probabilidades implícitas nas curvas de juros indicam 70% de chance de um ajuste ainda mais brando em fevereiro, de 0,25 p.p., enquanto mais uma alta de 0,50 p.p. concentra 30% de chance. As dúvidas são maiores para as decisões subsequentes, em que investidores seguem dividos quanto a possibilidade de o juro de 5% ser ou não o teto para as altas do Fed. O mercado espera que a ata de hoje traga algumas pistas nesse sentido.
Nos Estados Unidos, a inflação tem arrefecido nos últimos meses. Mas a escassez de mão de obra no mercado de trabalho americano segue como desafio para o Fed abrandar sua política monetária. Por isso, investidores estarão atentos nesta quarta ao número de abertura de vagas no país em novembro, que será divulgado nesta manhã sob a expectativa de que tenha ficado em 10 milhões contra 10,33 milhões no mês anterior.
"A forma como esses dados emergem versus o consenso moldará as opiniões sobre a rapidez com que o mercado de trabalho dos EUA está se desenrolando e se o Fed pode mostrar menos preocupação com a inflação frustrantemente alta", avaliram economistas do banco ING em relatório. "O Fed continuará sendo um dos principais impulsionadores das tendências do dólar e do mercado global de ativos em 2023."
Após terem fechado em leve baixa na terça-feira, 3, índices de Nova York operam em alta no mercado de futuros desta manhã.
Desempenho dos indicadores às 8h (de Brasília):
- Dow Jones futuro (Nova York): + 0,23%
- S&P 500 futuro (Nova York): + 0,35%
- Nasdaq futuro (Nova York): + 0,53%
- FTSE 100 (Londres): + 0,56%
- DAX (Frankfurt): + 1,29%
- CAC 40 (Paris): + 1,55%
MME confirma Prates na Petrobras
O Ministério de Minas e Energia (MME) confirmou a indicação do senador petista Jean Paul Prates para a presidência da Petrobras. Em cerimonia de posse no MME, no início da semana, o próprio ministro Alexandre Silveira afirmou que a indicação de Prates seria seu primeiro ato.
Apesar dos mais de 25 anos de experiência no setor de petróleo, Prates ainda enseja cautela no mercado. O temor é de que a Petrobras tenha menor lucratividade em sua gestão, dada as expectativas de reversão de desinvestimentos em áreas de menor retorno (como refinarias) e de maior interferência nos preços praticados.
A indicação de Prates ainda precisa ser submetida aos órgãos de controle interno da Petrobras para análise dos requisitos necessários para o cargo. Não é esperada resistência.
Prévia da GOL
A GOL estima que no quarto trimestre tenha dado prejuízo de R$ 2,30 por ação, de acordo com prévia operacional divulgada na última noite. A margem Ebtida do trimestre encerrou próxima de 20%, segundo a companhia. Em relação ao mesmo período de 2021, a estimativa é de que receita unitária por passageira tenha crescido cerca de 20%, com aumento de 42% do custo unitário de combustível -- pressionado pelo aumento do preço médio do querosene de aviação.