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Goldman Sachs vê cenário favorável para emergentes, mas deixa Brasil de fora de recomendações

Banco americano acredita que Selic terá que ser mantida "por muito tempo" até nova janela para BC voltar a cortar o juro

Goldman Sachs: (Brendan McDermid/Reuters)
Guilherme Guilherme

Repórter de Invest

Publicado em 19 de julho de 2024 às 15h55.

Última atualização em 19 de julho de 2024 às 15h55.

Os mercados emergentes devem se beneficiar do cenário macroeconômico, avalia o Goldman Sachs em extenso relatório divulgado nesta sexta-feira, 19. As razões do otimismo, segundo o banco, passam pela expectativa de crescimento mais forte nesses países e de taxas de juros e inflação mais baixas.

"O crescimento é majoritariamente forte, a inflação nos mercados emergentes está caindo e as taxas de juros estão, em sua maioria, numa trajetória descendente. Além disso, com os dados mais fracos da inflação e atividade nos Estados Unidos aumentando a probabilidade de uma queda de juros no curto prazo por parte do Fed, o ambiente macro externo para os ativos dos mercados emergentes também está melhorando", diz o relatório.

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Apesar da avaliação positiva para os mercados emergentes, o Brasil foi deixado de fora das principais recomendações de investimentos em emergentes. A preferência foi pelas bolsas da Índia, Coreia do Sul, Indonésia e África do Sul. O crescimento esperado está entre os motivos da recomendação, enquanto para o Brasil o PIB projetado pelo banco foi revisado de 2,5% para 2,1%. Entre os seis países da América do Sul analisados pelo banco, o Brasil só deve crescer mais que o México (2%) e a Argentina (-3,6%).

O banco também vê ventos contrários ao Brasil no lado da política monetária. Segundo o Goldman Sachs, o Comitê de Política Monetária (Copom) deverá manter a taxa de juros Selic inalterada "por muito tempo". A expectativa é de que a próxima janela para o banco começar a cortar juros reabrirá apenas em meados de 2025. Aqui, afirma, a dinâmica fiscal pró-cíclica e o aumento das pressões cambiais têm deteriorado as expectativas de inflação e os prêmios de risco político.

"As principais questões a serem observadas até o final de 2024 são a dinâmica fiscal e parafiscal no Brasil", afirma o Goldman Sachs.

Risco Trump

Outro risco político considerável no horizonte do banco é o de um eventual governo Donald Trump dar início a uma guerra comercial. "As propostas políticas de Trump – incluindo um aumento de 10 pontos percentuais nas tarifas – levariam a medidas retaliatórias por parte de seus parceiros comerciais e a um provável fortalecimento do dólar americano. Numa 'guerra comercial' global, as economias em desenvolvimento têm mais a perder do que a maioria."

A chance de Donald Trump vencer as eleições cresceu significativamente desde que tentaram assassiná-lo no último fim de semana. Em casas de apostas, essa probabilidade chegou a ser precificada em 75%.

"A combinação de um dólar mais forte e preocupações geopolíticas crescentes em relação às relações EUA-China provavelmente manterá as ações dos mercados emergentes voláteis", diz o relatório. O Goldman Sachs pontua, no entanto, que outros países estão mais expostos ao risco geopolítico EUA-China, como Taiwan, Coreia e México.

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