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GOL decepciona mercado após “muito barulho por nada”

Analistas esperavam um IPO do programa de fidelidade Smiles ou a venda de uma fatia

Sede da BM%26FBovespa, em São Paulo (Gustavo Kahil/EXAME.com)

Sede da BM%26FBovespa, em São Paulo (Gustavo Kahil/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 3 de outubro de 2012 às 13h43.

São Paulo – As ações da GOL despencam nesta terça-feira após a empresa decepcionar o mercado na segunda-feira depois do fechamento do pregão de segunda-feira. Os papéis dispararam 11% após a empresa convocar uma coletiva de imprensa para um “importante anúncio”. Os investidores acreditavam na possibilidade da entrada de um novo sócio na empresa ou na oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) da Smiles, o programa de milhagem da companhia.

A GOL revelou, contudo, a compra de mais 60 Boeing 737 MAX, que começarão a ser entregues a partir de 2018. Segundo o comunicado, os aviões serão usados na renovação da frota. “Apesar de vermos a compra das aeronaves como neutra, esperamos que reação negativa do mercado após a alta no pregão de ontem”, apontam Leonardo Milane e Guilherme Guntovitch, estrategistas do Santander, em relatório. O banco tem recomendação abaixo do mercado às ações, com um preço-alvo de 9,50 reais para o final de 2012.

Muito barulho

Na mínima desta terça-feira, os papéis da GOL (GOLL4) atingiram uma queda de 10,9% e foram negociados a 11,40 reais. Em NY, os títulos da empresa (GOL) estão entre as 10 maiores baixas da NYSE. “Embora vejamos como positivo o fato que a companhia esteja trabalhando em seu plano de longo prazo, ficaríamos mais empolgados com uma redução mais agressiva de curto prazo na capacidade”, aponta a analista Renata Faber, do Itaú BBA. Segundo ela, a empresa fez “muito barulho por uma encomenda de aeronaves”.

Sobre o assunto da continuidade do ajuste na capacidade a partir do ano que vem, o presidente da empresa, Paulo Kakinoff, declarou que a decisão ainda não foi tomada. Ao longo deste ano, a redução acumulada ficará entre 2% a 4,5%. O Itaú BBA manteve a recomendação de desempenho em linha com a média do mercado, com um preço-alvo para o final de 2013 de 12 reais por ação.

Para a Citi Corretora, contudo, o anúncio pode ser visto como marginalmente positivo por dois motivos. O primeiro é que a companhia aérea reiterou a expectativa de uma frota de apenas 140 aeronaves para o final de 2014, contra o número de 150 aviões no final do ano passado. O segundo é a garantia de financiamento para os novos pedidos, apesar do alto endividamento. O analista Stephen Trent tem um preço-alvo de 10 dólares aos papéis negociados em Nova York e uma recomendação de compra. 

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