Fundos desafiam Goldman com mais aposta na alta das commodities
Gestores apostam em linha com a recomendação do Morgan Stanley, mesmo depois de Goldman Sachs aconselhar recuo
Da Redação
Publicado em 2 de maio de 2011 às 23h08.
São Paulo - Os gestores de recursos estão fazendo apostas próximas a níveis recordes na alta das commodities, em linha com a recomendação do Morgan Stanley, mesmo depois de o Goldman Sachs Group Inc. ter aconselhado reduzir posições.
A posição dos fundos era comprada em 1,49 milhão de futuros e opções em 18 commodities em 26 de abril, 57 por cento a mais do que um ano atrás, segundo dados da Bloomberg com base em números da Commodity Futures Trading Commission dos Estados Unidos, órgão que regula os contratos de commodities.
O Índice Total Return Standard & Poor’s GSCI de 24 commodities ganhou de renda fixa, ações e dólar todos os meses desde dezembro, na mais longa seqüência de ganhos em pelo menos 14 anos. Em abril, o índice teve a oitava alta consecutiva, o maior período de ganhos mensais desde 2004.
A alta das commodities, desde petróleo até o milho, ainda não afetou a demanda, e com os estoques ainda apertados, seria “prematuro” sair do mercado agora, disse Hussein Allidina, chefe de pesquisa de commodities do Morgan Stanley em Nova York, em entrevista 29 de abril. Os preços podem deixar de refletir demanda e oferta e cair nos próximos três a seis meses antes de voltar a subir, segundo relatórios da Goldman 11 e 15 de abril.
“A demanda fundamental, com base no crescimento mundial e nas restrições de oferta, torna esse tipo de previsão perigosa”, disse Walter “Bucky” Hellwig, que ajuda a administrar US$ 17 bilhões na BB&T Wealth Management em Birmingham, Alabama, e previu corretamente uma queda nos preços das commodities dois anos atrás, antes do S&P GSCI iniciar um declínio de 15 por cento.
“Como investidor, eu prefiro me concentrar nos fundamentos, e os fundamentos ainda são positivos”, disse Hellwig. “A tendência é de alta nos próximos três meses.”
Cesta de commodities
O Goldman recomendou aos clientes em 1 de dezembro a aplicação em uma cesta de commodities de petróleo, cobre, algodão, platina e soja. A equipe de pesquisa do banco, liderada por Jeffrey Currie em Londres, disse em 11 de abril que os investidores deveriam zerar a posição depois de uma alta de 25 por cento nos preços.
Há sinais de que a demanda por petróleo está enfraquecendo nos Estados Unidos, os especuladores estão com as maiores apostas já feitas na alta dos preços e o risco de o conflito na Líbia se espalhar é menor, disse a equipe em relatório de 15 de abril. A alta no custo da energia e interrupções na produção de fábricas após o terremoto no Japão pode significar menor consumo de cobre e platina, disse o banco.
O Goldman também aconselhou seus clientes a fechar uma aposta na alta do cobrer e da platina. O banco recomenda que investidores ainda comprem combustível europeu, soja e ouro, reiterando a sugestão feita em outubro e novembro. A instituição financeira recomenda posição “underweight” em commodities nos próximos três a seis meses.
Previsão em 12 meses
O índice S&P GSCI Enhanced Total Return, que é usado pelo Goldman como referência para commodities, subiu 0,4 por cento desde o relatório aos clientes de 11 de abril. A equipe do banco prevê que o índice de 24 matérias-primas suba 10 por cento nos 12 meses a contar da data do relatório, menos que os 14 por cento previstos antes.
O Morgan Stanley, que opera a maior corretora do mundo, ainda está com grandes posições compradas em petróleo e milho, e tem preferência por trigo e ouro, disse Allidina na entrevista de 29 de abril. O preço do petróleo subiu 38 por cento desde que o Morgan Stanley recomendou, em 2009, a compra do contrato com vencimento em dezembro de 2011 na New York Mercantile Exchange. O banco está pessimista com açúcar, gás natural, algodão e café, disse ele.
Estoques apertados
Apostar em baixa das commodity, “de forma geral, não é boa idéia no momento porque os estoques estão apertados”, disse Allidina. “É preciso racionar a demanda, e isso não está acontecendo com o nível atual de preços.”
Investidores detinham uma posição recorde de US$ 412 bilhões em ativos de commodities ao final de março, quase 50 por centos mais que um ano atrás, segundo o Barclays Capital.
As posições compradas dos fundos estão a apenas 4,8 por cento do recorde de 1,56 milhão de contratos em outubro, de acordo com a CFTC. As posições em aberto em 17 commodities dos EUA acompanhada pelo índice CRB da Thomson Reuters/Jefferies chegou a 8,2 milhões de contratos, segundo dados da CFTC. Em 18 de fevereiro, elas atingiram o recorde de 8,6 milhões.
A valorização de matérias-primas significa lucro recorde para a maior mineradora do mundo, BHP Billiton Ltd., e o segundo melhor resultado da história para a Exxon Mobil Corp., a maior petrolífera de capital aberto, de acordo com estimativas de analistas compiladas pela Bloomberg. A Nestlé SA, a líder mundial em alimentos, disse em fevereiro que o custo com commodities este ano vai subir este ano para o valor recorde de até US$ 3,4 bilhões. E a Gap Inc., maior rede de lojas de roupas dos Estados Unidos, tem de lidar com o preço do algodão 90 por cento maior do que um ano atrás.
Pobreza
A alta das commodities tem implicações mais amplas. O preço global dos alimentos acompanhado pela Organização das Nações Unidas bateu recorde em fevereiro. O Banco Mundial afirma que o encarecimento contribuiu para que mais 44 milhões de pessoas caíssem na pobreza no último ano. A inflação se acelera mundialmente, levando o Banco Central Europeu e autoridades monetárias de países como a China a elevar juros, potencialmente limitando a expansão da economia.
A alta do petróleo pode estar “plantando a semente da destruição da demanda no futuro”, disse a Agência Internacional de Energia, sediada em Paris, em 12 de abril. A China, maior consumidora mundial de cobre, importou 43 por cento menos metal em março, segundo dados alfandegários. As aplicações em fundos negociados em bolsa garantidos por ouro diminuíram 1,3 por cento este ano.
“As commodities estão no processo de atingir o pico, e vão cair nos próximos três a seis meses”, disse James Paulsen, estrategista-chefe de investimentos da Wells Capital Management em Minneapolis, que supervisiona cerca de US$ 340 bilhões. O índice GSCI da S&P avançou 27 por cento desde que Paulsen projetou em 1º de dezembro que as matérias-primas continuariam se valorizando.
Cobre
Os analistas que mais acertaram da base de dados da Bloomberg esperam mais recordes antes do fim de 2011. A tonelada do cobre pode subir 10 por cento para US$ 10,250 em seis meses, de acordo com Christin Tuxen, analista do Danske Bank A/S em Copenhague.
O ouro pode ter alta de 14 por cento para US$ 1.750 este ano, segundo Jochen Hitzfeld, analista do UniCredit SpA em Munique. O milho deve se valorizar 8,9 por cento para US$ 8 o bushel, de acordo com o Commerzbank AG, o campeão de projeções do ano passado.
O barril de petróleo vai subir 28 por cento para US$ 145, próximo ao recorde de US$ 147,27 atingido em julho de 2008, disse Michael Pento, economista sênior da Euro Pacific Capital Inc. em Nova York, que previu corretamente o colapso dos preços das commodities em 2008, a recuperação em 2009 e também a disparada do ouro no ano passado.
Pento está otimista porque espera que o dólar se enfraqueça, tornando as commodities denominadas em dólar mais baratas para quem investe com outras moedas. O Índice Dólar, que mede a variação em relação às moedas de seis grandes parceiros comerciais dos EUA, teve baixa de 7,6 por cento desde o começo de janeiro, o pior início de ano desde 1995. O Índice Dólar tem correlação negativa de 0,86 com o GSCI da S&P. A correlação 1 significaria que eles andam lado a lado.
Federal Reserve
O dólar perdeu com a manutenção, pelo Federal Reserve, de juros americanos no menor nível histórico e também com a injeção de US$ 600 bilhões na economia por meio da compra de títulos do Tesouro. Até o fim do ano, o Índice Dolar pode chegar ao menor valor desde julho de 2008, segundo estimativas compiladas pela Bloomberg.
O presidente do Fed, Ben S. Bernanke, sinalizou em 27 de abril que a instituição vai manter o estímulo monetário recorde quando o atual programa de compra de títulos terminar, agora em junho.
A demanda por commodities também pode aumentar devido à procura por investidores interessados em proteger seus ativos da inflação. O custo de vida nos EUA aumentou por nove meses seguidos e teve alta de 2,7 por cento nos 12 meses até março, o maior avanço anual desde dezembro de 2009. Os preços ao consumidor na China tiveram no mês passado a maior alta desde 2008.
‘Ritmo alarmante’
A demanda mundial por combustíveis, metais e alimentos está superando a oferta em “ritmo alarmante”, levando a uma “mudança permanente” no valor dos recursos naturais, disse Jeremy Grantham, estrategista-chefe de investimentos para a Grantham, Mayo, Van Otterloo & Co. em Boston, que administra US$ 107 bilhões em ativos.
“O mundo está gastando seus recursos naturais num ritmo alarmante, e isso causou uma mudança permanente no valor dos mesmos”, disse Grantham, que previu corretamente a queda nas bolsas americanas em 2009, em relatório em 25 de abril. “Agora vivemos num mundo diferente, com mais restrições, no qual os preços das matérias-primas vão subir e vai ser comum haver falta delas.”
São Paulo - Os gestores de recursos estão fazendo apostas próximas a níveis recordes na alta das commodities, em linha com a recomendação do Morgan Stanley, mesmo depois de o Goldman Sachs Group Inc. ter aconselhado reduzir posições.
A posição dos fundos era comprada em 1,49 milhão de futuros e opções em 18 commodities em 26 de abril, 57 por cento a mais do que um ano atrás, segundo dados da Bloomberg com base em números da Commodity Futures Trading Commission dos Estados Unidos, órgão que regula os contratos de commodities.
O Índice Total Return Standard & Poor’s GSCI de 24 commodities ganhou de renda fixa, ações e dólar todos os meses desde dezembro, na mais longa seqüência de ganhos em pelo menos 14 anos. Em abril, o índice teve a oitava alta consecutiva, o maior período de ganhos mensais desde 2004.
A alta das commodities, desde petróleo até o milho, ainda não afetou a demanda, e com os estoques ainda apertados, seria “prematuro” sair do mercado agora, disse Hussein Allidina, chefe de pesquisa de commodities do Morgan Stanley em Nova York, em entrevista 29 de abril. Os preços podem deixar de refletir demanda e oferta e cair nos próximos três a seis meses antes de voltar a subir, segundo relatórios da Goldman 11 e 15 de abril.
“A demanda fundamental, com base no crescimento mundial e nas restrições de oferta, torna esse tipo de previsão perigosa”, disse Walter “Bucky” Hellwig, que ajuda a administrar US$ 17 bilhões na BB&T Wealth Management em Birmingham, Alabama, e previu corretamente uma queda nos preços das commodities dois anos atrás, antes do S&P GSCI iniciar um declínio de 15 por cento.
“Como investidor, eu prefiro me concentrar nos fundamentos, e os fundamentos ainda são positivos”, disse Hellwig. “A tendência é de alta nos próximos três meses.”
Cesta de commodities
O Goldman recomendou aos clientes em 1 de dezembro a aplicação em uma cesta de commodities de petróleo, cobre, algodão, platina e soja. A equipe de pesquisa do banco, liderada por Jeffrey Currie em Londres, disse em 11 de abril que os investidores deveriam zerar a posição depois de uma alta de 25 por cento nos preços.
Há sinais de que a demanda por petróleo está enfraquecendo nos Estados Unidos, os especuladores estão com as maiores apostas já feitas na alta dos preços e o risco de o conflito na Líbia se espalhar é menor, disse a equipe em relatório de 15 de abril. A alta no custo da energia e interrupções na produção de fábricas após o terremoto no Japão pode significar menor consumo de cobre e platina, disse o banco.
O Goldman também aconselhou seus clientes a fechar uma aposta na alta do cobrer e da platina. O banco recomenda que investidores ainda comprem combustível europeu, soja e ouro, reiterando a sugestão feita em outubro e novembro. A instituição financeira recomenda posição “underweight” em commodities nos próximos três a seis meses.
Previsão em 12 meses
O índice S&P GSCI Enhanced Total Return, que é usado pelo Goldman como referência para commodities, subiu 0,4 por cento desde o relatório aos clientes de 11 de abril. A equipe do banco prevê que o índice de 24 matérias-primas suba 10 por cento nos 12 meses a contar da data do relatório, menos que os 14 por cento previstos antes.
O Morgan Stanley, que opera a maior corretora do mundo, ainda está com grandes posições compradas em petróleo e milho, e tem preferência por trigo e ouro, disse Allidina na entrevista de 29 de abril. O preço do petróleo subiu 38 por cento desde que o Morgan Stanley recomendou, em 2009, a compra do contrato com vencimento em dezembro de 2011 na New York Mercantile Exchange. O banco está pessimista com açúcar, gás natural, algodão e café, disse ele.
Estoques apertados
Apostar em baixa das commodity, “de forma geral, não é boa idéia no momento porque os estoques estão apertados”, disse Allidina. “É preciso racionar a demanda, e isso não está acontecendo com o nível atual de preços.”
Investidores detinham uma posição recorde de US$ 412 bilhões em ativos de commodities ao final de março, quase 50 por centos mais que um ano atrás, segundo o Barclays Capital.
As posições compradas dos fundos estão a apenas 4,8 por cento do recorde de 1,56 milhão de contratos em outubro, de acordo com a CFTC. As posições em aberto em 17 commodities dos EUA acompanhada pelo índice CRB da Thomson Reuters/Jefferies chegou a 8,2 milhões de contratos, segundo dados da CFTC. Em 18 de fevereiro, elas atingiram o recorde de 8,6 milhões.
A valorização de matérias-primas significa lucro recorde para a maior mineradora do mundo, BHP Billiton Ltd., e o segundo melhor resultado da história para a Exxon Mobil Corp., a maior petrolífera de capital aberto, de acordo com estimativas de analistas compiladas pela Bloomberg. A Nestlé SA, a líder mundial em alimentos, disse em fevereiro que o custo com commodities este ano vai subir este ano para o valor recorde de até US$ 3,4 bilhões. E a Gap Inc., maior rede de lojas de roupas dos Estados Unidos, tem de lidar com o preço do algodão 90 por cento maior do que um ano atrás.
Pobreza
A alta das commodities tem implicações mais amplas. O preço global dos alimentos acompanhado pela Organização das Nações Unidas bateu recorde em fevereiro. O Banco Mundial afirma que o encarecimento contribuiu para que mais 44 milhões de pessoas caíssem na pobreza no último ano. A inflação se acelera mundialmente, levando o Banco Central Europeu e autoridades monetárias de países como a China a elevar juros, potencialmente limitando a expansão da economia.
A alta do petróleo pode estar “plantando a semente da destruição da demanda no futuro”, disse a Agência Internacional de Energia, sediada em Paris, em 12 de abril. A China, maior consumidora mundial de cobre, importou 43 por cento menos metal em março, segundo dados alfandegários. As aplicações em fundos negociados em bolsa garantidos por ouro diminuíram 1,3 por cento este ano.
“As commodities estão no processo de atingir o pico, e vão cair nos próximos três a seis meses”, disse James Paulsen, estrategista-chefe de investimentos da Wells Capital Management em Minneapolis, que supervisiona cerca de US$ 340 bilhões. O índice GSCI da S&P avançou 27 por cento desde que Paulsen projetou em 1º de dezembro que as matérias-primas continuariam se valorizando.
Cobre
Os analistas que mais acertaram da base de dados da Bloomberg esperam mais recordes antes do fim de 2011. A tonelada do cobre pode subir 10 por cento para US$ 10,250 em seis meses, de acordo com Christin Tuxen, analista do Danske Bank A/S em Copenhague.
O ouro pode ter alta de 14 por cento para US$ 1.750 este ano, segundo Jochen Hitzfeld, analista do UniCredit SpA em Munique. O milho deve se valorizar 8,9 por cento para US$ 8 o bushel, de acordo com o Commerzbank AG, o campeão de projeções do ano passado.
O barril de petróleo vai subir 28 por cento para US$ 145, próximo ao recorde de US$ 147,27 atingido em julho de 2008, disse Michael Pento, economista sênior da Euro Pacific Capital Inc. em Nova York, que previu corretamente o colapso dos preços das commodities em 2008, a recuperação em 2009 e também a disparada do ouro no ano passado.
Pento está otimista porque espera que o dólar se enfraqueça, tornando as commodities denominadas em dólar mais baratas para quem investe com outras moedas. O Índice Dólar, que mede a variação em relação às moedas de seis grandes parceiros comerciais dos EUA, teve baixa de 7,6 por cento desde o começo de janeiro, o pior início de ano desde 1995. O Índice Dólar tem correlação negativa de 0,86 com o GSCI da S&P. A correlação 1 significaria que eles andam lado a lado.
Federal Reserve
O dólar perdeu com a manutenção, pelo Federal Reserve, de juros americanos no menor nível histórico e também com a injeção de US$ 600 bilhões na economia por meio da compra de títulos do Tesouro. Até o fim do ano, o Índice Dolar pode chegar ao menor valor desde julho de 2008, segundo estimativas compiladas pela Bloomberg.
O presidente do Fed, Ben S. Bernanke, sinalizou em 27 de abril que a instituição vai manter o estímulo monetário recorde quando o atual programa de compra de títulos terminar, agora em junho.
A demanda por commodities também pode aumentar devido à procura por investidores interessados em proteger seus ativos da inflação. O custo de vida nos EUA aumentou por nove meses seguidos e teve alta de 2,7 por cento nos 12 meses até março, o maior avanço anual desde dezembro de 2009. Os preços ao consumidor na China tiveram no mês passado a maior alta desde 2008.
‘Ritmo alarmante’
A demanda mundial por combustíveis, metais e alimentos está superando a oferta em “ritmo alarmante”, levando a uma “mudança permanente” no valor dos recursos naturais, disse Jeremy Grantham, estrategista-chefe de investimentos para a Grantham, Mayo, Van Otterloo & Co. em Boston, que administra US$ 107 bilhões em ativos.
“O mundo está gastando seus recursos naturais num ritmo alarmante, e isso causou uma mudança permanente no valor dos mesmos”, disse Grantham, que previu corretamente a queda nas bolsas americanas em 2009, em relatório em 25 de abril. “Agora vivemos num mundo diferente, com mais restrições, no qual os preços das matérias-primas vão subir e vai ser comum haver falta delas.”