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Fitch rebaixa qualificação de Portugal por crise política

Agência de risco também ressaltou que aumentaram as chances do país precisar de ajuda externa

A renúncia de José Sócrates aumentou a crise em Portugal (Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 24 de março de 2011 às 15h37.

Lisboa - A agência de qualificação Fitch anunciou nesta quinta-feira um rebaixamento na nota de Portugal em dois níveis, de "A+" para "A-", como consequência da rejeição parlamentar do plano de austeridade apresentado pelo governo.

A agência informou que ainda mantém o país em perspectiva negativa, e que sua decisão reflete os "crescentes riscos" sofridos pela aplicação das medidas de ajuste fiscal em Portugal, cujo governo renunciou após a rejeição de seu programa econômico no Parlamento.

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Em comunicado, a entidade adverte, em alusão a um resgate financeiro, que a crise "aumentou significativamente as possibilidades de que Portugal solicite apoio multilateral em um curto período de tempo" por sua dificuldade para conservar o acesso aos mercados.

"Devido à falta de avanços nas condições financeiras", a Fitch já não acredita que Portugal conseguirá manter esse acesso neste ano e "sob o atual contexto", ressaltou o diretor da agência, Douglas Renwick.

Com a decisão desta quinta-feira, a nota atribuída a Portugal ("A-") é a sétima mais baixa em uma escala de 22.

Além disso, a Fitch também reduziu a qualidade da dívida de Portugal a longo prazo IDR (Issuer Default Rating), que passou de "F1" a "F2" e a situou em perspectiva negativa.

"O rebaixamento reflete o aumento dos riscos para a implementação de políticas e medidas financeiras do tipo fiscal após a rejeição do Parlamento português a aprovar os planos de consolidação, assim como a renúncia do primeiro-ministro", José Sócrates, justificou Renwick.

A agência lembra que as medidas adicionais para garantir os "ambiciosos" objetivos de Portugal em matéria de redução do déficit público - que pretende diminuir em 2,7 pontos, para 4,6% - ainda são "necessárias".

A agência também apontou que a decisão de pôr a dívida portuguesa em perspectiva negativa aumenta a probabilidade de um novo rebaixamento dentro de três a seis meses.

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