Fertilizantes Heringer: Presidente do Conselho renuncia em meio a fraudes e tentativa de sair da B3
Empresa não explicou motivo de saída de Tom Luigs ; executivo é ligado à Eurochem, companhia russa que adquiriu o controle da Fertilizantes Heringer
Guilherme Guilherme
Publicado em 29 de novembro de 2022 às 09h59.
Última atualização em 29 de novembro de 2022 às 10h08.
A Fertilizantes Heringer ( FHER3 ) anunciou nesta terça-feira, 29, a renúncia de seu presidente do Conselho de Administração Tom Luigs. O executivo ocupou o cargo por menos de cinco meses após ser eleito, em 15 de julho. A empresa não informou o motivo de sua saída, com efeitos a partir de hoje. Luigs também deixou o cargo de membro efetivo do Conselho.
Embora curto, o mandato foi de Tom Luigs à frente do Conselho foi intenso. No período, investigações internas da Fertilizantes Heringer reveleram "evidências de fraude", com pagamentos de R$ 50 milhões superfaturados em contratações de serviços de manutenção.
Seu mandato também foi marcado pela tentativa de tirar as ações da empresa da B3 por meio de uma oferta pública de aquisição (OPA). A OPA, por sinal, foi mal-sucedida, tendo sido suspensa por desacordo com os acionistas sobre o valor oferecido por ação.
Tom Luigs foi colocado na presidência do Conselho pela Eurochem, empresa russa que no início do ano adquiriu indiretamente o controle da Fertilizantes Heringer por meio da compra da empresa da família Heringer que detinha mais da metade das ações da Fertilizantes Heringer. Na Eurochem, Luigs ocupa o cargo de COO desde abril deste ano, tendo mais de quatro anos na companhia.
A Fertilizantes Heringer informou que irá convocar uma Assembleia Geral Extraordinária para eleger um novo membro para o Conselho. A definição do novo presidente do Conselho, segundo comunicado da empresa, será definido na reunião subsequente. Até lá, o cargo deixado por Tom Luigs será ocupado pelo atual CEO e vice-presidente do Conselho da Fertilizantes Heringer, Lieven Cooreman.
Vale destacar que, pela lei das S.A., "évedada, nas companhias abertas, a acumulação do cargo de presidente do conselho de administração e do cargo de diretor-presidente ou de principal executivo da companhia".
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