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Exxon sinaliza lucro operacional recorde de US$ 16 bi no segundo trimestre

Preço da gasolina deve fazer lucro da Exxon dobrar no segundo trimestre

Exxon: margens maiores com venda de gasolina e diesel devem responder por mais de 60% do aumento do lucro (Bloomberg / Colaborador/Getty Images)
GV

Graziella Valenti

Publicado em 3 de julho de 2022 às 14h19.

Última atualização em 3 de julho de 2022 às 14h21.

Não é só a Petrobras que têm obtido lucros elevados com a alta do preço internacional do petróleo — afinal, trata-se de uma commodity global. A americana Exxon anunciou que pode dobrar seu lucro operacional no segundo trimestre, para cerca de US$ 16 bilhões, um marco histórico na empresa.

De acordo com as informações da companhia, o lucro operacional do período de abril a junho pode ter um aumento de US$ 7,4 bilhões, sobre os US$ 8,8 bilhões registrados no primeiro trimestre deste ano (quando excluídos os ajustes negativos relacionados à Rússia ).

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Avaliada em US$ 370 bilhões, a companhia registrou uma valorização superior a 45% somente neste ano, ou seja, no primeiro semestre. No Brasil, apesar de também trazer lucros recordes, a Petrobras têm sofrido pressão e muita volatilidade na bolsa, dada as tentativas de interferência do governo na gestão da estatal. A companhia terminou a sexta-feira valendo R$ 390 bilhões na B3, com uma alta bem mais comedida no mesmo período: pouco menos que 22%.

O resultado do segundo trimestre deve  ser um recorde para a Exxon e superar o pico trimestral anterior, registrado ao longo de 2012, com um lucro operacional de US$ 15,9 bilhões. O aumento nos preços do óleo e do gás serão responsáveis por US$ 2,9 bilhões a mais no resultado do segundo trimestre e a expansão da margem com venda de gasolina e diesel devem adicionar outros US$ 4,5 bilhões, conforme as informações divulgadas na sexta-feira, dia 1.

“Os preços mais altos da energia são majoritariamente resultado de um subinvestimento do setor nos últimos anos, especialmente durante a pandemia”, diz a empresa no comunicado. Mas o desempenho se tornou, também nos Estados Unidos, um tema político. O país enfrenta uma onda de inflação e o mundo todo está atendo a uma possível recessão na economia americana, com o esperado ciclo de alta dos juros como forma de combater o aumento dos preços.

Os gordos lucros da Exxon, e de outras petroleira, têm mobilizado o presidente americano Joe Biden. No mês passado, ele chegou a declarar que as empresas estavam se aproveitando do momento de crise no petróleo para engordar seus lucros e “fazer mais dinheiro que Deus”.

A Biden, a Exxon respondeu que tem investido mais do que qualquer outra empresa para ampliar a produção, incluindo em locais não convencionais, onde a exploração é mais difícil.

Ainda na própria sexta-feira (1), o representante da câmera americana Ro Khanna, do Partido Democrata, afirmou que as petroleiras deveriam estar usando o lucro obtido para promover alívio aos consumidores e não realizando recompras bilionárias, para ampliar o retorno de seus acionistas.

A agência de notícias internacionais Reuters afirma que após sofrer um prejuízo superior a US$ 22 bilhões em 2020, a Exxon vem usando o caixa extra, obtido com o aumento de preços, para reduzir dívida e ampliar as distribuições aos acionistas. A companhia planeja investir US$ 30 bilhões em recompras em 2023.

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