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Estreia do ano? Empresa secreta Palantir esnoba IPO na chegada à bolsa

Empresa de big data co-fundada por Peter Thiel começa a ter ações negociadas na bolsa sem passar por oferta pública e testa apetite de investidor por techs

Peter Thiel, co-fundador da Palantir: empresa fará estreia na Bolsa de Nova York sem passar por um IPO (Bloomberg/Getty Images)
MS

Marcelo Sakate

Publicado em 29 de setembro de 2020 às 06h00.

Uma das estreias mais aguardadas das bolsas americanas em 2020 acontece nesta terça-feira, 29: a Palantir Technologies, a empresa de coleta e inteligência de dados fundada pelo empreendedor Peter Thiel, passará a ter suas ações negociadas na Bolsa de Nova York depois de ter escolhido uma modalidade pouco usual de abertura de capital: a listagem direta, em detrimento da tradicional oferta pública inicial (o IPO ).

Será um teste para esse modelo de entrada na bolsa, não adotado há mais de um ano, e para o apetite de investidores por ações de empresas de tecnologia. A Nasdaq , a bolsa que reúne as companhias do setor, acumula queda de quase 6% em setembro, depois de ter acumulado um forte crescimento superior a 50% de abril a agosto.

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Co-fundada por Thiel, um dos criadores do PayPal , e mais quatro pessoas em 2003, a Palantir é considerada uma empresa misteriosa. Muitos dos seus contratos são com agências federais americanas, incluindo a área de segurança nacional e de saúde e serviços humanos, com coleta de dados de pacientes com o novo coronavírus.

A Palantir se manteve como empresa privada até agora por escolha de seus fundadores, mesmo sem ter dado lucro, graças a aportes de empresas como In-Q-Tel, que é a divisão de venture capital da CIA, a agência federal americana de inteligência.

O nome teve como inspiração a fantasia de J.R.R. Tolkien, o autor britânico de O Senhor dos Anéis: o palantír é uma espécie de bola de cristal que permite ver o que está acontecendo em outros lugares. Os funcionários da companhia são chamados de palantirians.

A Palantir deve estrear com valor de mercado superior a 20 bilhões de dólares, segundo projeções. Empresas que optam pela listagem direta na bolsa dispõem de vantagens como um processo mais rápido de abertura de capital, ficam menos sujeitas ao escrutínio de investidores e não sofrem diluição de capital, uma vez que não há emissão de novas ações, apenas a venda das que estão em poder de acionistas.

Por outro lado, empresas que fazem listagem direta não captam novos recursos para investimentos, por exemplo.

Depois da Palantir, na quarta-feira, 30, será a vez de a Asana testar o apetite de investidores pelo modelo de listagem direta e por empresas de tecnologia.

A empresa de software para a gestão de equipes e projetos que tem Dustin Moskovitz -- um dos fundadores do Facebook -- como co-fundador faz a sua estreia também na Bolsa de Nova York. O seu valor de mercado deve ficar acima de 5 bilhões de dólares.

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