Estrangeiros fogem de mercado acionário chinês em ritmo recorde
Se a tendência for mantida, será o primeiro ano de saídas líquidas desde o lançamento do programa de negociação para estrangeiros através de Hong Kong em 2014
Bloomberg
Publicado em 25 de outubro de 2022 às 11h37.
Investidores estrangeiros se retiram às pressas do mercado de ações chinês, assustados com o novo impulso do Covid Zero e a falta de anúncios de políticas de apoio durante o congresso do Partido Comunista.
As vendas líquidas através de Hong Kong atingiram o volume recorde de 17,9 bilhões de yuans (US$ 2,5 bilhões) na segunda-feira, segundo dados da Bloomberg, levando o acumulado do ano para um pequeno fluxo negativo.
Se a tendência for mantida, será o primeiro ano de saídas líquidas desde o lançamento do programa de negociação para estrangeiros através de Hong Kong em 2014.
A liquidação varreu o mercado na segunda-feira após o evento político que ocorre duas vezes por década. O índice Hang Seng caiu para o nível mais baixo desde a crise financeira de 2008.
A consolidação do poder do presidente Xi Jinping foi vista como um grande risco, com a expectativa de que a remodelação da liderança trará a continuidade de políticas como o Covid Zero.
“O sentimento estrangeiro em relação às ações chinesas está em baixa agora” após o congresso do partido não sinalizar mudanças nas políticas de Covid, disse Marvin Chen, analista da Bloomberg Intelligence. “Os mercados podem ter que esperar até a Conferência Central de Trabalho Econômico em dezembro para ver como a nova liderança abordará os desafios econômicos da China.”
Os pessimistas de China aumentam a cada dia. O mercado está cético em relação ao crescimento econômico do país devido ao Covid Zero e a um setor imobiliário combalido. O índice CSI 300 caiu 2,9% na segunda-feira apesar de o país ter registrado PIB melhor do que o esperado no terceiro trimestre.
Os investidores agora avaliam se a nova liderança pode fornecer o estímulo necessário para evitar mais perdas.
Dois encontros econômicos no final do ano — a reunião do Politburo e a Conferência Central de Trabalho Econômico — serão observadas de perto.