Estrangeiro retoma apetite por ações de olho em fundamentos
A melhora dos fundamentos, com a economia brasileira em recuperação, a inflação comportada e os juros em patamar baixo reforçam a atratividade da bolsa
Rita Azevedo
Publicado em 21 de fevereiro de 2018 às 10h27.
O apetite dos investidores estrangeiros por ações brasileiras dá sinais de que deve retomar uma trajetória mais positiva.
Após sete pregões seguidos de forte saída de capital estrangeiro na B3, diante da turbulência nos mercados acionários globais, o saldo diário voltou a ficar positivo nos dias 15 e 16 de fevereiro.
A melhora dos fundamentos domésticos, com a economia brasileira em recuperação, a inflação comportada e os juros em patamar baixo reforçam a atratividade da bolsa, em meio a um pano de fundo global ainda benigno, segundo analistas.
"O caso para investir no Brasil está relativamente forte, com crescimento se espalhando, inflação sob controle e juro baixo. Sou relativamente otimista com a bolsa há algum tempo", diz Evandro Buccini, economista da Rio Bravo Investimentos, que administra R$ 11,8 bilhões em ativos.
No acumulado do mês de fevereiro, o saldo de recursos estrangeiros em ações segue negativo em R$ 4,10 bilhões. Em janeiro, o saldo ficou positivo em R$ 9,55 bilhões - recorde mensal histórico.
"A tendência é que os recursos continuem entrando, mas de forma mais consistente e gradual", diz Marco Saravalle, analista da XP Investimentos. A visão é compartilhada por Buccini, da Rio Bravo, que vê o movimento recente de maior estresse no quadro internacional como passageiro. "O apetite ao risco vai voltar. Talvez com um pouco mais de cuidado, mas deve voltar para o Brasil e para os emergentes."