Estímulo chinês, Lula no JN, follow-on do IRB, debêntures da Braskem e o que mais move o mercado
Entrevistas de presidenciáveis esquentam clima de eleições; nos Estados Unidos, índices futuros operam em alta, com dados econômicos e Jackson Hole no radar
Guilherme Guilherme
Publicado em 25 de agosto de 2022 às 07h35.
Última atualização em 29 de agosto de 2022 às 06h36.
Os principais indicadores do mercado internacional refletem maior apetite ao risco na manhã desta quinta-feira, 25, com bolsas em alta e o dólar em queda. Índices de confiança acima das expectativas na Alemanha e nova rodada de estímulos na China aliviam a tensão de investidores antes do aguardado discurso do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, no Simpósio de Jackson Hole, previsto para sexta-feira, 26. A expectativa é de que a participação de Powell no maior evento de banqueiros centrais do mundo marque uma guinada (ainda) mais contracionista no combate à inflação americana.
Mas, por ora, políticas expansionistas da segunda maior economia do mundo e sinais de esperança na Europa contribuem com o humor do mercado. Na China, o governo local anunciou a injeção de mais RMB 300 bilhões (US$ 44 bilhões), para sustentar o crescimento diante de restrições para conter a covid-19 no país. A soma dos estímulos recentes do país asiático já chega a RMB 1 trilhão (US$ 146 bilhões), pelas contas da Bloomberg.
Bolsas da Ásia fecharam em firmes altas nesta madrugada. O grande destaque ficou com o principal índice de Hong Kong, que saltou mais de 3%. Parte do bom humor se reflete no mercado ocidental, mas em menor ritmo.
Índices futuros operam em leve alta nos Estados Unidos, tendo no radar o início do evento em Jackson Hole nesta quinta e dados da economia americana previstos para esta manhã. O mais importante será a primeira revisão do PIB americano do segundo trimestre, para o qual a expectativa é de correção da queda de 0,9% para 0,7%, ainda mantendo o país numa recessão técnica. Também serão divulgados nesta quinta os pedidos semanais de seguro desemprego.
Desempenho dos indicadores às 7h40 (de Brasília):
- Dow Jones futuro (Nova York): + 0,32%
- S&P 500 futuro (Nova York): + 0,57%
- Nasdaq futuro (Nova York): + 0,72%
- FTSE 100 (Londres): + 0,20%
- DAX (Frankfurt): + 0,26%
- CAC 40 (Paris): + 0,01%
- Hang Seng (Hong Kong)*: + 3,63%
- Shangai Composite (Xangai)*: + 0,97%
Agenda política com pesquisa e Lula no JN
No Brasil, sem grandes divulgações econômicas, o dia será tomado pela agenda política. Pesquisa eleitoral EXAME/Ideia desta quinta confirmou a tendência de maior acirramento da disputa, já indicada em enquetes recentes de outras organizações.
A diferença, segundo a pesquisa, caiu de 11 para 8 pontos percentuais. Luiz Inácio Lula da Silva manteve 44% das intenções de voto, mas o atual presidente Jair Bolsonaro saiu de 33% para 36% das intenções.
Nesta noite, as atenções devem estar com a entrevista de Lula ao Jornal Nacional. O ex-presidente será o último dos quatro candidatos com maiores intenções de voto a participar do jornal de maior audiência do país. Jair Bolsonaro participou na última segunda-feira, Ciro Gomes, na terça, e Simone Tebet, será na sexta-feira, 26.
IRB aprova follow-on
O Conselho de Administração do IRB ( IRBR3 ) aprovou a emissão de 597 milhões de ações em oferta subsequente (follow-on, em inglês) de distribuição primária -- em que o caixa recebido vai para os cofres da empresa. O preço por ação ainda será definido, mas, pela cotação atual, de R$ 2, a oferta pode movimentar cerca de R$ 1,2 bilhão. O dinheiro, segundo o IRB, será usado para a "regularização dos indicadores regulatórios estabelecidos pela SUSEP [Superintendência de Seguros Privados]".
Braskem
A Braskem ( BRKM5 ) aprovou sua 17ª emissão de debêntures, em que deverá levantar R$ 750 milhões. A remuneração aos investidores terá como base a taxa DI acrescida de 1,75% ao ano.