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Encruzilhada fiscal impulsiona dólar a R$ 5,43, mesmo com sinais de alívio no exterior

Haddad afirma não ter um plano B para compensação de desoneração da folha, após Senado devolver MP que limitava a compensação de crédito do PIS/Cofins

Dólar: moeda sobe contramão do exterior e vai à máxima desde janeiro de 2023 (Thomas Trutschel/Getty Images)
Guilherme Guilherme

Repórter de Invest

Publicado em 12 de junho de 2024 às 11h49.

O dólar voltou a subir no Brasil nesta quarta-feira, 12, chegando a ser negociado a R$ 5,43, o maior patamar desde janeiro do ano passado. O movimento, que ocorre em direção oposta à queda do dólar no exterior, é impulsionada especialmente pelos receios fiscais do mercado.

A preocupação envolve uma suposta perda de força do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, após o Senado ter devolvido a medida provisória (MP) que limitava a compensação de crédito do PIS/Cofins para a manutenção da política de desoneração da folha de empresas e municípios até 2027.

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A MP restringia o uso de crédito desses impostos pago na cadeia produtiva apenas para o abatimento do próprio PIS/Cofins. A regra atual permite que se abata o valor de qualquer tributo, inclusive o previdenciário. Haddad, diante da devolução da MP, disse não ter "plano B".

No início do pregão, os números abaixo das expectativas para a inflação ao consumidor americano chegaram a derrubar o preço do dólar para R$ 5,337. O Índice de Preço ao Consumidor americano (CPI, na sigla em inglês) subiu 3,3% em maio na comparação anual ante consenso de 3,4%. O núcleo do CPI foi de 3,4%. Mas as preocupações fiscais se sobrepuseram, com a moeda engatando um forte movimento de alta ainda pela manhã.

Dólar desaba no exterior

Como pano de fundo da da apreciação do dólar ainda estiveram as falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que afirmou em evento com investidores no Rio de Janeiro que não consegue "falarde economia sem colocar a questão social na ordem do dia".

No exterior, o índice Dxy, que mede a variação do dólar contra uma cesta de moedas desenvolvidas, cai próximo de 0,9%. A queda é a maior registrada desde novembro do ano passado, quando o discurso do Powell chegou a inflar as expectativas por cortes de juros no mercado.

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