Mercados

Empresas de capital fechado valem mais do que as listadas

Valor de mercado das companhias de capital aberto brasileiras diminui e das de capital fechado aumenta


	Entre 2013 e 2015, o valor de mercado das companhias de capital aberto diminuiu 25%
 (Paulo Fridman/Bloomberg News)

Entre 2013 e 2015, o valor de mercado das companhias de capital aberto diminuiu 25% (Paulo Fridman/Bloomberg News)

DR

Da Redação

Publicado em 30 de julho de 2015 às 07h16.

São Paulo - As empresas nacionais de capital fechado já valem mais do que as empresas listadas na Bovespa. Segundo um levantamento realizado pela S&P Capital IQ, do grupo McGraw Hill Financial, as companhias de capital fechado valem mais de 1 trilhão de dólares, enquanto as listadas têm valor de 799 bilhões de dólares.

Entre 2013 e 2015, o valor de mercado das companhias  de capital aberto diminuiu 25%. Em contrapartida, o valor das empresas não listadas na Bolsa cresceu 33%. 

Para Thomas Yagel, vice-presidente de desenvolvimento do mercado de crédito da S&P Capital IQ., entre os motivos que contribuíram para a redução do valor das companhias na Bolsa estão a desvalorização do real, o crescimento reduzido na China e, principalmente, as medidas adotadas pelo governo brasileiro.

Situação ainda pior entre as maiores

Os dados apontam ainda que duas das cinco maiores companhias brasileiras de capital aberto foram as que mais perderam valor. A Petrobras e a Vale tiveram uma redução de mais de 50% em seu valor de mercado entre 2013 e 2015.

Em 2013, a Petrobras, avaliada em mais de 125 bilhões de dólares, representava 13% de todo o valor das empresas de capital aberto do país. Hoje, com um valor de mercado em torno de 61 bilhões de dólares, ela representa apenas 7,7%.

A situação da Vale também é complicada. A mineradora tem sofrido com a queda do preço do minério de ferro. Atualmente, o valor de mercado da companhia é de 38 bilhões de dólares, mas em 2013, o valor era de 84,9 bilhões de dólares.

Yagel afirma que o valor de mercado da Vale deve cair ainda mais. “A questão não é só a Vale e sim todas as companhias que têm seus negócios focados em minério de ferro. Todas elas devem sofrer. E a Vale também, já que é uma das maiores."

Entre as maiores empresas não listadas na bolsa, o estudo destaca a Globo, com valor de mercado de mais de 13,8 bilhões de dólares e a Pernambucanas, que vale mais de 4,1 bilhões de dólares.

A esperança nas de capital fechado

Se por um lado, a situação das empresas listadas é desanimadora, para as empresas de capital fechado o cenário é oposto. O estudo da S&P Capital IQ avalia que as empresas não listadas representam um bom investimento a longo prazo. Os setores de consumo cíclico e saúde foram os que registraram o maior crescimento nas receitas, 40% e 25%, respectivamente.

Yagel acrescenta ainda que Brasil tem um alto número de empresas fechadas de médio e pequeno porte que estão se saindo muito bem. Elas ajudaram a elevar o valor de mercado do segmento. 

“Isso são ótimas notícias, porque essas empresas devem gerar mais empregos e ajudar o país. As empresas de capital fechado, em geral, tem se saído melhor do que as empresas de capital aberto”, explica. 

O valor de mercado das companhias privadas foi calculado a partir de uma análise de fusões e aquisições na América Latina e valores das empresas como faturamento e lucro operacional. Ao todo, foram analisadas 5,6 mil empresas nacionais. 

“Nós começamos a analisar essas empresas há pouco tempo. Se a economia brasileira continuar em declínio, a pressão sobre elas vai ser gigantesca. Vamos acompanhá-las nos próximos meses para ver o que acontece”, finaliza Yagel.

Acompanhe tudo sobre:AçõesAmérica LatinaB3bolsas-de-valoresCapitalização da PetrobrasDados de BrasilEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasEmpresas estataisEstatais brasileirasGás e combustíveisIndústria do petróleoMineraçãoPetrobrasPetróleoSiderúrgicasVale

Mais de Mercados

Ibovespa abre em alta de olho em relatório bimestral de despesas; dólar cai a R$ 5,566

Ações da Ryanair caem quase 15% após lucro da empresa desabar

Desistência de Biden, relatório de despesas, balanços e juros na China: o que move o mercado

Como o mercado reagiu à desistência de Biden?

Mais na Exame