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Em 2011, Bovespa já caiu mais que Bolsa da Grécia

Perdas da bolsa brasileira já estão no patamar de 11% ao ano, superior às quedas de 10% do mercado grego

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 22 de junho de 2011 às 10h51.

São Paulo - Um país está à beira do colapso de suas finanças públicas e o outro acaba de receber uma melhora na nota de classificação de risco soberano, dentro do grau de investimento. Porém, as bolsas de valores dessas duas nações parecem viver em universos diferentes. Enquanto a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) acumula perdas de mais de 11% no ano (-11,37%), sem ainda se beneficiar da avaliação de ambiente ainda mais seguro no Brasil para os investidores globais, a Bolsa de Atenas, na Grécia, registra queda inferior a 10% (-9,79%) em 2011. Os dados referem-se aos fechamentos dos mercados até ontem.

Para o economista da Senso Corretora, Antônio César Amarante, o fato é no mínimo hilário e denota a falta de congruência dos mercados no atual momento da economia global. Ele aponta, entre as razões para explicar a discrepância na performance das bolsas brasileira e grega, a concorrência "desleal" da renda variável com a renda fixa doméstica, bem como a escassez de dinheiro novo rumo às ações nacionais - reféns de giros curtos.

Amarante diz ainda que os principais países emergentes vivem à sombra de um cenário incerto sobre inflação e juros, com os bancos centrais do Brasil e da China, por exemplo, ainda se vendo obrigados a apertar suas políticas monetárias. Enquanto isso, economias maduras, como EUA, Japão e zona do euro, mantêm as taxas em níveis extremamente baixos.

Em outra avaliação, o chefe da mesa de renda variável de uma corretora paulista afirma que os esforços das autoridades europeias em evitar um default (não pagamento da dívida) desordenado na Grécia, impedindo um contágio nas demais economias da periferia europeia, podem justificar o desempenho menos negativo da Bolsa de Atenas, em relação à Bovespa. "É o prêmio do risco", ironiza.

Ontem à noite, o recém reformulado gabinete de governo do primeiro-ministro da Grécia, George Papandreou, obteve uma vitória apertada no Parlamento - com 155 votos a favor e 143 votos contrários - para tentar resgatar a debilitada situação fiscal e econômica do país. Agora, terão que ser votadas as reformas econômicas para o país conseguir a liberação de recursos da linha de empréstimo concedida pela União Europeia (UE) e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).

Já o Brasil recebeu, na última segunda-feira, a notícia de elevação da classificação de risco pela agência Moody's, com o rating (classificação de risco de crédito) soberano passando de Baa3 para Baa2, na escala dos países que são grau de investimento. A perspectiva para a nota do País permanece positiva. Ou seja, em um intervalo de 12 a 18 meses, pode ser elevada novamente.

No dia 23 de maio, a agência Standard & Poor's no Brasil alterou a perspectiva de rating soberano de longo prazo em moeda estrangeira do Brasil, de estável para positiva. A melhora do rating pela S&P pode ocorrer em um prazo inferior a seis meses, segundo a presidente da agência no Brasil, Regina Nunes, caso o País atenda a algumas necessidades, gerando, por exemplo, notícias positivas em relação ao tamanho da máquina pública, à eficiência dos gastos públicos ou a pequenas reformas pontuais que melhorariam a eficiência.

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São Paulo - Um país está à beira do colapso de suas finanças públicas e o outro acaba de receber uma melhora na nota de classificação de risco soberano, dentro do grau de investimento. Porém, as bolsas de valores dessas duas nações parecem viver em universos diferentes. Enquanto a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) acumula perdas de mais de 11% no ano (-11,37%), sem ainda se beneficiar da avaliação de ambiente ainda mais seguro no Brasil para os investidores globais, a Bolsa de Atenas, na Grécia, registra queda inferior a 10% (-9,79%) em 2011. Os dados referem-se aos fechamentos dos mercados até ontem.

Para o economista da Senso Corretora, Antônio César Amarante, o fato é no mínimo hilário e denota a falta de congruência dos mercados no atual momento da economia global. Ele aponta, entre as razões para explicar a discrepância na performance das bolsas brasileira e grega, a concorrência "desleal" da renda variável com a renda fixa doméstica, bem como a escassez de dinheiro novo rumo às ações nacionais - reféns de giros curtos.

Amarante diz ainda que os principais países emergentes vivem à sombra de um cenário incerto sobre inflação e juros, com os bancos centrais do Brasil e da China, por exemplo, ainda se vendo obrigados a apertar suas políticas monetárias. Enquanto isso, economias maduras, como EUA, Japão e zona do euro, mantêm as taxas em níveis extremamente baixos.

Em outra avaliação, o chefe da mesa de renda variável de uma corretora paulista afirma que os esforços das autoridades europeias em evitar um default (não pagamento da dívida) desordenado na Grécia, impedindo um contágio nas demais economias da periferia europeia, podem justificar o desempenho menos negativo da Bolsa de Atenas, em relação à Bovespa. "É o prêmio do risco", ironiza.

Ontem à noite, o recém reformulado gabinete de governo do primeiro-ministro da Grécia, George Papandreou, obteve uma vitória apertada no Parlamento - com 155 votos a favor e 143 votos contrários - para tentar resgatar a debilitada situação fiscal e econômica do país. Agora, terão que ser votadas as reformas econômicas para o país conseguir a liberação de recursos da linha de empréstimo concedida pela União Europeia (UE) e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).

Já o Brasil recebeu, na última segunda-feira, a notícia de elevação da classificação de risco pela agência Moody's, com o rating (classificação de risco de crédito) soberano passando de Baa3 para Baa2, na escala dos países que são grau de investimento. A perspectiva para a nota do País permanece positiva. Ou seja, em um intervalo de 12 a 18 meses, pode ser elevada novamente.

No dia 23 de maio, a agência Standard & Poor's no Brasil alterou a perspectiva de rating soberano de longo prazo em moeda estrangeira do Brasil, de estável para positiva. A melhora do rating pela S&P pode ocorrer em um prazo inferior a seis meses, segundo a presidente da agência no Brasil, Regina Nunes, caso o País atenda a algumas necessidades, gerando, por exemplo, notícias positivas em relação ao tamanho da máquina pública, à eficiência dos gastos públicos ou a pequenas reformas pontuais que melhorariam a eficiência.

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