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Elevar juro para conter dólar parece irracional, diz pesquisador

Para Samuel Pêssoa, da FGV, argumentos a favor dessa ação circularam no mercado, mas essa opção equivaleria a "pensar com a cabeça dos anos 1990"

Dólar: hoje, a balança de pagamentos brasileira apresenta déficit pequeno e, com pouca dívida pública externa, o país é credor em dólar (Gary Cameron/Reuters)

Dólar: hoje, a balança de pagamentos brasileira apresenta déficit pequeno e, com pouca dívida pública externa, o país é credor em dólar (Gary Cameron/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 11 de junho de 2018 às 20h47.

Rio de Janeiro - A ideia de que o Banco Central (BC) deveria elevar os juros básicos para enfrentar a alta do dólar "parece fora da racionalidade", afirmou nesta segunda-feira, 11, Samuel Pessôa, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).

Para Pessôa, argumentos a favor dessa ação circularam no mercado financeiro na semana passada, mas essa opção equivaleria a "pensar com a cabeça dos anos 1990".

"Argumentos que circularam no mercado financeiro na semana passada, de que seria preciso elevar juro para sustentar a cotação do dólar, parecem fora da racionalidade", disse Pessôa, em seminário de análise de conjuntura promovido pelo Ibre/FGV no Rio.

A principal diferença em relação aos anos 1990, disse Pessôa, é o setor externo. Hoje, a balança de pagamentos brasileira apresenta déficit pequeno e, com pouca dívida pública externa, o País é credor em dólar, ou seja, a depreciação do câmbio não leva a crises nessa área. "Nossos problemas são internos", afirmou o pesquisador.

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