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Eleições nos EUA, pacote de corte de gastos no Brasil, Copom e balanços: o que move o mercado

Em meio a uma das maiores ondas de incertezas da história em uma votação para presidente dos EUA, chega o dia oficial das eleições, em que disputam Kamala Harris e Donald Trump

Radar: todas as atenções do mundo se voltam para as eleições dos EUA (AFP)
Rebecca Crepaldi

Repórter de finanças

Publicado em 5 de novembro de 2024 às 08h48.

Última atualização em 5 de novembro de 2024 às 08h59.

Os mercados internacionais operam em alta na manhã desta terça-feira, 5.Em um dia que promete ser agitado devido às eleições americanas, os índices futuros dos Estados Unidos avançam, assim como as bolsas da Europa. Na Ásia, os mercados fecharam majoritariamente em alta também.

Eleições americanas

Em meio a uma das maiores ondas de incertezas da história em uma votação para presidente, chega o dia oficial das eleições dos Estados Unidos. Disputam o cargo da maior economia do mundo a democrata Kamala Harris, atualmente vice-presidente dos EUA, e o republicano Donald Trump, que tenta o segundo mandato.

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Praticamente todas as pesquisas e projeções mais recentes mostram um empate técnico entre os candidatos. Segundo o agregador de pesquisa, Real Clear Politics, Kamala aparece com 48,7%, enquanto Trump com 48,6% (às 7h45).

Já o agregador de pesquisas 538 mostrou Kamala com 48% dos votos e Trump, 46,9%, ao considerar os eleitores do país todo (dados de segunda-feira, 4, às 15h). Essa diferença, ao redor de 2%, tem se mantido desde o começo de agosto, quando a democrata assumiu a candidatura, mas tem encolhido nas últimas semanas.

E como peças-chaves que podem ditar o rumo das eleições, todas as atenções se voltam para os swing states (estados-decisivos) onde o resultado ainda é indefinido e pode ditar quem ocupará a cadeira na Casa Branca.

Nos últimos dias, a EXAME divulgou pesquisas exclusivas, feitas pelo instituto Ideia, sobre a disputa nos estados-chave.

Entretanto, é quase certeza que o novo presidente (ou presidenta) não será conhecido hoje, devido a demora do sistema de contagem de votos por lá.

Para o mercado, o dia promete ser de volatilidade. Ontem, parte dos agentes desfizeram posições no chamado ‘Trump Trade’ (estratégia de investidores para se proteger de possíveis efeitos com a vitória do raivoso). Com isso, o dólar devolveu os ganhos de sexta-feira, 1°, e recuou 1,48% aos R$ 5,783. A bolsa brasileira também registrou ganhos, recuperando os 130 mil pontos.

Corte de gastos no Brasil

Para além do exterior, o mercado local se preocupa com a demora do governo em anunciar um pacote de corte de gastos. Ontem, colaborou para o dia mais “bem-humorado” o cancelamento da viagem do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), à Europa. O político desmarcou sua ida a pedido do próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), após a piora do sentimento do mercado em relação ao risco fiscal do Brasil.

Durante a tarde, Haddad e os ministros Esther Dweck (Gestão), Rui Costa (Casa Civil), Simone Tebet (Planejamento), Nísia Trindade (Saúde), Luiz Marinho (Trabalho) e Camilo Santana (Educação) participaram de uma reunião no Palácio do Planalto com o presidente Lula, que durou pouco mais de três horas.

Rondava no mercado a informação que o pacote poderia ser anunciado ontem mesmo. Entretanto, a reunião terminou sem anúncios. O Ministério da Fazenda informou, em nota, que “o quadro fiscal do país foi apresentado e compreendido, assim como as propostas em discussão”. A pasta, entretanto, não detalhou medidas ou quando o pacote de corte de gastos será apresentado.

Segundo a Fazenda, outros ministérios serão chamados pela Casa Civil nesta terça-feira, 5, para que também possam opinar e contribuir com o debate sobre a necessidade de um ajuste fiscal para cortar despesas. As incertezas em relação ao fiscal do Brasil podem gerar volatilidade na sessão de hoje.

Copom

E hoje também é dia de reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Por aqui, investidores aguardam que o Banco CentraL (BC) opte por acelerar o ritmo de ajuste para 0,50 p.p. (de 0,25 p.p. na reunião anterior), levando a taxa Selic para 11,25% a.a.

Para o BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da EXAME), uma combinação de fatores como a atividade econômica resiliente, o mercado de trabalho robusto, a inflação de 12 meses acima do limite superior, as expectativas de inflação desancoradas e um ambiente externo adverso devem levar o BC a tomar essa decisão.

Balanços

Para completar o combo do dia agitado, a temporada de balanços segue no Brasil e nos Estados Unidos. Por aqui, o mercado repercute os resultados de Aura Minerals (AURA33), Copasa (CSMG3), Itaú (ITUB4), Pague Menos (PGMN3) e BB Seguridade (BBSA3), divulgados ontem.

Como destaque, o Itaú (ITUB4), maior banco da América Latina, apresentou um lucro líquido de R$ 10,675 bilhões no terceiro trimestre deste ano. O valor representa uma alta de 18,1% frente ao mesmo período do ano passado, e de 6% contra o saldo do trimestre anterior. O resultado ficou levemente acima das expectativas de analistas. O consenso da Bloomberg esperava um resultado de R$ 10 bilhões.

Hoje, o mercado aguarda os números de AES Brasil (AESB3), Vulcabras (VULC3), Engie (EGIE3), Gerdau (GGBR3), Metalúrgica Gerdau (GOAU3), Pão de Açúcar (PCAR3), Iguatemi (IGTI11), Prio (PRIO3), Raia Drogasil (RADL3), Odontoprev (ODPV3), Telefônica Brasil (VIVT3) e Vibra Energia (VBBR3).

Terça-feira, 5 de novembro

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