Mercados

Eike e fundo farão oferta para fechar capital da LLX

A oferta por 100 por cento das ações em circulação no mercado envolve preço máximo por papel de 3,13 reais, um ágio de 25 por cento

LLX: a empresa tem 693.741.377 ações ordinárias, das quais cerca de 54 por cento estão em poder de Batista (Divulgação)

LLX: a empresa tem 693.741.377 ações ordinárias, das quais cerca de 54 por cento estão em poder de Batista (Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 30 de julho de 2012 às 17h56.

Rio de Janeiro - O empresário Eike Batista, do grupo EBX, fará uma oferta pública para fechar o capital da empresa de logística LLX que pode movimentar cerca de 620 milhões de reais, numa estratégia conjunta com um fundo de pensão de professores do Canadá para aumentar suas participações na companhia.

A oferta por 100 por cento das ações em circulação no mercado envolve preço máximo por papel de 3,13 reais, um ágio de 25 por cento sobre a média dos últimos 20 pregões, segundo fato relevante da empresa de logística divulgado nesta segunda-feira. A ação da companhia encerrou a sexta-feira cotada a 2,85 reais.

A LLX tem 693.741.377 ações ordinárias, das quais cerca de 54 por cento estão em poder de Batista e 28,5 por cento nas mãos do Ontario Teachers Pension Plan, que participará da oferta "para aumentar sua participação minoritária". O volume em circulação é de 197.677.270 papéis.

As ações da LLX acumulam valorização da ordem de 25 por cento em julho, em meio a rumores sobre fechamento de capital da empresa. Alguns analistas consultados pela Reuters já esperavam pela iniciativa de Eike Batista.

Mas os rumores e a consequente alta das ações não anularam perdas anteriores dos papéis no ano, de cerca de 17 por cento até a sexta-feira passada.


Representantes da LLX e do fundo de Ontário, que tem cerca de 116,5 bilhões de dólares em ativos, não comentaram de imediato sobre os motivos da operação proposta nesta segunda-feira ou para quanto pretendem elevar suas fatias na empresa.

Sem clareza - "Hoje não é possível ter muita clareza sobre este movimento", afirmo u um analista. "O que sabemos é que o Eike vendeu caro, quando ofertou ações no mercado feito em 2008, e agora compra barato, quando as ações estão desvalorizadas ... é inteligente e estranho", afirmou o analista, pedindo anonimato.

A LLX passou estreou na Bovespa em agosto de 2008, a 4,90 reais por ação. Foi criada a partir de uma cisão da MMX. Em setembro de 2010, foi realizada a cisão da LLX Sudeste (que detinha o Superporto Sudeste, adquirido pela MMX). Como resultado, foi criada a PortX, também listada na Bovespa.

Liberdade e precaução - A decisão de fechar o capital da LLX daria maior liberdade aos controladores para administrar o investimento no projeto do porto do Açu, que está sendo erguido no norte do Estado do Rio de Janeiro e tem início de operação previsto para 2013.

Além de contratos já consolidados com algumas empresas de petróleo offshore e o grupo Ternium para a construção de uma siderúrgica, a LLX possui cerca de 60 memorandos de entendimento com empresas de diversos setores, informou a assessoria de imprensa da companhia de Eike Batista.

O Porto do Açu possui dois terminais para movimentar principalmente petróleo e minério de ferro. O empreendimento abrange uma área industrial que prevê originalmente a instalação de siderúrgicas, estaleiro, complexo termelétrico, plantas de pelotização de minério, cimenteiras, indústrias offshore e uma unidade para tratamento de petróleo.


Com a medida, Batista ainda pouparia as ações da empresa de outras reações do mercado a prováveis imprevistos indesejáveis. A chinesa Wuan, sócia da EBX em um projeto siderúrgico, estaria desistindo do negócio por causa da demanda fraca por aço no mundo, segundo analistas. A informação chegou a ser noticiada na imprensa local mas negada pela companhia.

A Wuan possui 70 por cento do projeto e a EBX, outros 30 por cento, mas o negócio ainda está no âmbito de memorando de entendimentos, sem contrato efetivo.

Na sexta-feira, a Anglo American informou que o projeto de minério de ferro Minas-Rio, vendido por Batista em 2008, terá atraso de pelo menos um ano por problemas judiciais . A Anglo tem 49 por cento da LLX-Minas-Rio, subsidiária da LLX responsável pelo terminal de minério de ferro no Superporto do Açu. Outros 51 por cento são do grupo EBX.

Reação positiva - Os bancos citados pelos controladores para elaboração do laudo de avaliação do valor da LLX são BTG Pactual, Bank of America Merrill Lynch e Santander Brasil.

Após o anúncio, a ação da LLX chegou a disparar mais de 5 por cento, alcançando 3 reais. Às 16h53, o papel tinha avanço de 4,2 por cento, a 2,97 reais.

Acompanhe tudo sobre:EBXEike BatistaEmpresáriosEmpresasMercado financeiroMMXOfertas de açõesOSXPersonalidadesPrumo (ex-LLX)Setor de transporte

Mais de Mercados

Realização de lucros? Buffett vende R$ 8 bilhões em ações do Bank of America

Goldman Sachs vê cenário favorável para emergentes, mas deixa Brasil de fora de recomendações

Empresa responsável por pane global de tecnologia perde R$ 65 bi e CEO pede "profundas desculpas"

Bolsa brasileira comunica que não foi afetada por apagão global de tecnologia

Mais na Exame