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"Efeito Trump" leva Bovespa a cair 7,75% em três dias

A nova onda de vendas de ações levou o Índice Bovespa a terminar o dia em 59.183,50 pontos, em queda de 3,30% no dia

Trump: a diferença mais importante foi a ausência do mercado de Treasuries (títulos do Tesouro dos EUA), que permaneceu fechado em virtude do feriado (Scott Morgan / Reuters)

Trump: a diferença mais importante foi a ausência do mercado de Treasuries (títulos do Tesouro dos EUA), que permaneceu fechado em virtude do feriado (Scott Morgan / Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 11 de novembro de 2016 às 19h39.

São Paulo - A Bovespa teve nesta sexta-feira, 11, o seu terceiro pregão consecutivo de baixa, num movimento diretamente ligado à eleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos, que vem penalizando os mercados emergentes.

A nova onda de vendas de ações levou o Índice Bovespa a terminar o dia em 59.183,50 pontos, em queda de 3,30% no dia. Nos três pregões de "Efeito Trump", a perda foi de 7,75%.

Não houve mudança significativa no cenário em relação à véspera, com os mercados antecipando os reflexos da possível adoção de uma política expansionista nos Estados Unidos.

A diferença mais importante foi a ausência do mercado de Treasuries (títulos do Tesouro dos EUA), que permaneceu fechado em virtude do feriado do Dia do Veterano.

No pregão de ontem, a disparada dos juros dos Treasuries foi o principal balizador dos mercados.

Pela manhã, a Bovespa chegou a flertar com uma recuperação, subindo até 0,70% (61.626,39 pontos).

A recuperação foi pontual e logo deu lugar às correções, que se intensificaram à tarde, influenciadas por um estresse nos mercados de câmbio dos países emergentes.

Com o dólar disparando frente ao real nos mercados à vista e futuro, o Banco Central anunciou dois leilões extraordinários de contratos de swap cambial tradicional.

A intervenção teve efeito instantâneo sobre as cotações, o que também se refletiu na Bovespa.

No cenário interno, a única influência apontada pelos operadores e analistas esteve relacionada à Petrobras e seu resultado financeiro trimestral.

A empresa reportou prejuízo de R$ 16,5 bilhões no terceiro trimestre, influenciado por efeitos não recorrentes. Apesar do resultado negativo, diversos aspectos do balanço foram considerados melhores, ponderaram analistas.

Ao final dos negócios, Petro ON e PN caíram 5,82% e 9,61%, respectivamente. Para isso, contribuiu também a forte queda dos preços do petróleo no mercado internacional.

As ações da Vale também sucumbiram ao movimento vendedor, depois de fortes altas nos últimos dias. Vale e siderúrgicas vinham subindo animadas pelo rali dos preços de commodities metálicas.

Essas, por sua vez, pegaram carona na expectativa de impulso da indústria de infraestrutura, com a expectativa da política expansionista de Trump.

Hoje, Vale ON e PNA caíram 3,31% e 5,18%, mesmo com a disparada de 7,4% dos preços do minério de ferro (pureza de 62%) no mercado à vista chinês.

O volume de negócios na Bovespa totalizou R$ 16,3 bilhões, acima da véspera (R$ 15,5 bilhões).

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