São Paulo - De olho no cenário macroeconômico e nas perspectivas para o governo do presidente interino Michel Temer , o Santander acredita que este é o melhor momento para começar a comprar ações.
Em relatório publicado no último dia 4, o banco analisou o comportamento do Ibovespa em dólares nos anos subsequentes às últimas rupturas políticas no Brasil.
O resultado, segundo o Santander , é que há uma relação entre rupturas políticas e o nível de atividade econômica do país, o que influencia a Bolsa.
"As últimas quatro rupturas políticas ocorreram em um ambiente de significativa contração do PIB . Mais do que isso: as rupturas políticas levaram a uma significativa melhora do nível de atividade nos anos subsequentes", disseram os analistas Leonardo Milane e Ricardo Peretti.
"Se a Bolsa nada mais é do que um reflexo da saúde da economia real, faz sentido observar o expressivo movimento de alta do Ibovespa [após as rupturas políticas]", afirmaram.
De acordo com os analistas, as expectativas econômicas em deterioração nos anos que precederam as rupturas políticas motivaram a forte queda da Bolsa e, uma vez que as expectativas em relação ao futuro melhoraram, os investidores voltaram a comprar ações .
Para o banco, o momento atual é similar e assim que os dados econômicos começarem a mostrar uma melhora da economia brasileira, serão automaticamente incorporados no nível de preço das ações.
"Se esperarmos a economia melhorar para comprar, já não pagaremos mais tão barato quanto os níveis atuais sugerem. (...) Considerando que a economia brasileira irá atingir em 2016 o seu pior momento dos últimos anos, é exatamente agora o melhor momento possível para começar a comprar Bolsa", disseram.
São Paulo - O
Senado aprovou nesta quinta-feira (12) a abertura do processo de
impeachment de
Dilma Rousseff . A presidente foi afastada por até 180 dias e quem comandará o país durante este período será o vice
Michel Temer . No mercado de
ações , boa parte da troca de governo já havia sido antecipada pelos investidores, mas ainda
há espaço para novas altas, segundo analistas. Em relatório, o
Santander afirmou que os bancos e as empresas dos setores elétrico, educacional e de infraestrutura deverão ser os mais beneficiados por uma melhora da
Bolsa no pós-Dilma. Navegue pelas fotos e descubra quais são as sete empresas preferidas do banco nestes segmentos e sua avaliação sobre cada uma delas.
2. Itaú Unibanco (ITUB4) 2 /9(.)
Segundo o Santander, o Itaú possui retorno sobre o patrimônio líquido maior que de seu principal concorrente e historicamente superior ao seu custo de capital próprio. Além disso, a equipe de análise do Santander também destacou o foco do Itaú na melhora da qualidade de seus ativos, com maior exposição ao
crédito consignado e habitacional. O banco ressaltou ainda o mix de geração de caixa defensivo do Itaú, com apenas um terço do resultado consolidado vindo de novas concessões de crédito. O atual indicador de preço sobre valor patrimonial esperado para o Itaú nos próximos 12 meses está 29% abaixo do valor atingido logo antes do segundo turno das
eleições de 2014 e 15% abaixo de sua média histórica, de acordo com o Santander.
3. Localiza (RENT3) 3 /9(Divulgação)
Segundo o Santander, o "forte" resultado trimestral divulgado em abril sugere potencial de revisão positiva nas expectativas do consenso de lucro e
Lajida (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) para 2016 e 2017. "Acreditamos que essas revisões positivas ainda não estejam devidamente precificadas", disse a equipe de análise do Santander em relatório. O banco também citou que a Localiza se beneficia da deficitária matriz de infraestrutura brasileira, já que outras alternativas de transporte, como ferroviário e fluvial, não comportam a demanda pelo deslocamento de bens e serviços. Outro ponto positivo ressaltado pelo Santander foi o fato de a Localiza ser detentora da maior frota de
veículos do país, o que lhe garante poder de barganha frente às montadoras, otimizando o Capex e capital de giro.
4. Kroton (KROT3) 4 /9(Germano Lüders/EXAME)
Segundo o Santander, a posição de caixa líquido da Kroton deve favorecer futuras
aquisições . A equipe de análise do banco destacou o "audacioso" plano de expansão da empresa, que "deve impulsionar a já forte geração de valor para os acionistas". Além disso, o banco afirmou que o atual indicador de preço sobre
lucro esperado para os próximos 12 meses está 37% abaixo do valor atingido logo antes do segundo turno das eleições de 2014 e 20% abaixo da média histórica.
5. Banco do Brasil (BBAS3) 5 /9(Pilar Olivares/REUTERS)
Segundo o Santander, a readequação de algumas normas do Banco Central poderiam diminuir as exigências de capital a alguns tipos de empréstimos, o que possibilitaria melhorar o índice de Basileia do BB sem a necessidade de uma futura nova capitalização. A equipe de análise do Santander citou ainda que o BB é historicamente um bom pagador de
dividendos e também se beneficiaria de uma queda adicional da curva de
juros futuros por conta da melhor percepção de risco. O atual indicador de preço sobre valor patrimonial esperado para o BB nos próximos 12 meses ainda está 39% abaixo do valor atingido logo antes do segundo turno das eleições de 2014 e 23% abaixo da média histórica, de acordo com o Santander.
6. Rumo Logística (RUMO3) 6 /9(Divulgação / EXAME)
Segundo o Santander, o aumento de capital finalizado em abril, de R$ 2,6 bilhões, deu folga de caixa para a Rumo lidar com suas obrigações de curto prazo. O banco também citou como ponto positivo para a companhia o fato de ela ter geração de caixa inelástica, já que 80% de todo volume transportado é para o escoamento de
commodities agrícolas do centro-oeste para o Porto de Santos. O alto endividamento da Rumo, de acordo com o Santander, deve se traduzir em menores despesas financeiras num futuro próximo, uma vez que a queda da
Selic se concretize, gerando maior valor para os acionistas. A equipe de análise do banco afirmou ainda que 80% do volume transportado pela Rumo está contratado pelo formato "take-or-pay" e é indexado pela inflação, o que garante maior estabilidade e previsibilidade no volume transportado e nas margens operacionais. Outra vantagem para a companhia é a potencial melhora do ambiente regulatório pós-ruptura política, disse o Santander em relatório.
7. AES Tietê (TIET11) 7 /9(EXAME.com)
Segundo o Santander. os contratos firmados pela AES Tietê ao longo do último trimestre de 2015 foram bem recebidos pelo mercado. A companhia vendeu 100 MW para fornecimento de energia em 2017 e 2018 ao preço de R$150/MWh, o que reforça a tese de preços de
energia saudáveis no médio e longo-prazo, de acordo com o banco. A equipe de análise do Santander também citou que a baixa alavancagem da elétrica deve favorecer a participação da empresa em novos leilões de energia durante os próximos anos. Outras duas vantagens destacadas foram o forte
dividend yield de 12% esperado para os próximos 12 meses e a potencial melhora do ambiente regulatório pós-ruptura política.
8. Veja outras possibilidades na Bolsa 8 /9(ThinkStock/Minerva Studio)