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"Petrobras é a prova que estatal pode ser eficiente", diz gestor da Principal Claritas

Edu Morais diz à Exame Invest que administração da companhia está "um brinco" e que mudou seu conceito sobre 'estatal eficiente': "eu não acreditava que era possível"

Eduardo Morais, gestor da Principal Claritas (Exame/youtube/Exame)

Eduardo Morais, gestor da Principal Claritas (Exame/youtube/Exame)

Guilherme Guilherme
Guilherme Guilherme

Repórter de Invest

Publicado em 25 de janeiro de 2024 às 18h16.

Última atualização em 26 de janeiro de 2024 às 10h27.

Resultados sólidos e recorrentes têm feito a Petrobras conquistar a confiança do mercado. Um dos investidores que mudou para melhor a percepção sobre a companhia é Eduardo Morais, gestor da Principal Claritas. Em entrevista ao programa Vozes do Mercado, da Exame Invest, Morais contou que era "meio cético" sobre a possibilidade de uma estatal ser eficiente, mas que a gestão recente da Petrobras e de outras empresas, como o Banco do Brasil, o têm feito mudar de ideia. "Dá para ser eficiente", disse.

A ação da Petrobras  ofereceu a seus acionistas um retorno de 47% em 2023, e 90%, em 2022. Isso sem contar os dividendos. Mesmo assim, Eduardo Morais considera que a ação ainda está barata. Além do preço, afirmou, "a gestão está um brinco". "Tenho que admitir, hoje torço pela permanência do Jean Paul Prates [ex-senador e CEO da Petrobras]. Nunca imaginei que fosse falar isso".

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Parte da tese de investimento se deve ao custo de produção da Petrobras, que é um dos mais baixos do mundo, e à produção crescente pelo amadurecimento dos poços de petróleo. A estimativa, disse, é que a companhia atinja o pico de produção em 2030. "É simplesmente espetacular."

O bom momento do mercado de petróleo brasileiro, disse Morais, deve se traduzir em aumento de arrecadação para o governo. Isso, afirmou, deve se traduzir em um ciclo positivo para o país, com melhora da saúde fiscal e entrada de dólares. "Os astros estão se alinhando."

Eduardo disse estar satisfeito com a condução fiscal do atual governo e que o mercado toleraria uma alteração da meta fiscal para um déficit de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB). "É o que o mercado espera. Não pode ir para 1% ou para mais de 1%. Está sendo um cenário bastante positivo, mas é preciso lembrar que estamos no Brasil."

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Nesse cenário, o gestor tem favorecido ações de empresas voltadas para o consumo doméstico, como construtoras e varejistas. "É um dos momentos que estou com menos exportadoras no portfólio. A exceção são as petrolíferas", conta.

Entre as varejistas, Eduardo tem dado preferência a nomes como Arezzo (ARZZ3) e SmartFit (SMFT3) e evitado companhias que estiveram mais ligadas ao e-commerce nos últimos anos, como Magazine Luiza (MGLU3) e Casas Bahia (BHIA3). Essas duas empresas, comentou, estão "tóxicas" e já perderam a corrida do setor para estrangeiras como Mercado Livre e Amazon.

Assista à entrevista com Eduardo Morais, gestor da Principal Claritas, ao Vozes do Mercado:

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