Dólar opera em leve queda com derrota do Brexit e de olho em reforma
Às 10:32, o dólar recuava 0,05 por cento, a 3,7234 reais na venda, depois de terminar a sessão anterior em alta de 0,71 por cento
Reuters
Publicado em 16 de janeiro de 2019 às 09h32.
Última atualização em 16 de janeiro de 2019 às 11h00.
São Paulo - O dólar tinha pouca variação ante o real nesta quarta-feira, com os investidores ainda ansiosos pela proposta de reforma da Previdência e com o mercado internacional mostrando resiliência após a derrota da primeira-ministra britânica Theresa May em votação parlamentar do Brexit.
Às 10:32, o dólar recuava 0,05 por cento, a 3,7234 reais na venda, depois de terminar a sessão anterior em alta de 0,71 por cento, a 3,7253 reais. O dólar futuro operava com alta de cerca de 0,15 por cento.
Conforme o esperado, o Parlamento britânico rejeitou na noite de terça-feira a proposta de Brexit negociada por May, lançando incertezas sobre como se dará a saída do Reino Unido da União Europeia.
"O mercado digere a derrota da Theresa May, no Reino Unido. Sempre há uma preocupação com relação ao Brexit, mas em geral o cenário externo está relativamente calmo", afirmou o economista-sênior do Banco Haitong, Flávio Serrano.
Após a rejeição do acordo, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, disse que a maior probabilidade é que aconteça um Brexit desordenado, enquanto Donald Tusk, presidente do Conselho Europeu, sugeriu que o Reino Unido considere reverter totalmente o Brexit.
O Parlamento se reúne novamente nesta quarta-feira para votar um voto de desconfiança, convocado pelo líder do Partido Trabalhista, de oposição, contra May.
No Brasil, investidores continuam no aguardo de anúncios mais concretos sobre a reforma da Previdência, após o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, afirmar na terça-feira que a proposta será apresentada ao presidente Jair Bolsonaro até domingo.
"No cenário interno, não há nada muito expressivo, teve ontem o Onyx falando que seria apresentado para o Bolsonaro e que ele viajaria a Davos", afirmou Serrano.
"Existe uma expectativa sim com relação à possibilidade de anúncios, mas não acho que haja uma apreensão com relação a isso", ponderou.
Segundo Onyx, Bolsonaro deve usar a viagem ao Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, para discutir o tema, e que uma decisão deve ser tomada na volta ao Brasil.
O Banco Central realiza nesta sessão leilão de até 13,4 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares para rolagem do vencimento de dezembro, no total de 13,398 bilhões de dólares.
Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.
(Por Laís Martins)