Dólar recua após dados fracos de emprego nos EUA e com otimismo local
Às 12:30, o dólar recuava 0,57%, a 3,8605 reais na venda
Reuters
Publicado em 7 de junho de 2019 às 09h15.
Última atualização em 7 de junho de 2019 às 12h43.
São Paulo - O dólar recuava ante o real nesta sexta-feira, acentuando o movimento depois de abrir com poucas variações após a divulgação de relatório de empregos dos Estados Unidos, e monitorando trabalhos ligados à Previdência no plano doméstico.
O mercado não reagiu a notícias de que o presidente Jair Bolsonaro discutiu com autoridades argentinas sobre uma proposta de moeda única entre os dois países. Na noite da véspera, o Banco Central informou que não há projetos nem estudos em andamento para uma união monetária.
Às 12:30, o dólar recuava 0,57%, a 3,8605 reais na venda.
Na véspera, o dólar fechou em queda de 0,33% contra o real, a 3,8826 reais na venda. O dólar futuro caía por volta de 0,25% neste pregão.
A criação de vagas de trabalho nos Estados Unidos desacelerou acentuadamente em maio para 75 mil, ante expectativa de economistas para abertura de 185 mil postos, e os salários subiram menos que o esperado, sugerindo que a perda de ímpeto na atividade econômica está se disseminando para o mercado de trabalho.
Agentes financeiros olhavam atentamente para os dados, uma vez que tais números são uma variável importante que pode pressionar ainda mais o Federal Reserve a cortar juros nos Estados Unidos neste ano.
"Com a escalada nas disputas comerciais e preocupação com crescimento econômico global, os mercados avaliam como os bancos centrais globais responderão. Os dados que poderiam afetar qualquer decisão para impulsionar a economia estão em foco", explicaram economistas da XP Investimentos, em nota.
Após a publicação dos dados de emprego, operadores de juros futuros ampliavam suas apostas de que o Fed poderá cortar os juros até três vezes até o fim deste ano.
Em Washington, prosseguem as negociações entre EUA e México para tentar fechar um acordo que impeça a aplicação de tarifas norte-americanas sobre produtos mexicanos. O presidente mexicano, Manuel López Obrador, disse que fará um anúncio sobre a relação comercial com os EUA às 21h de sábado(no horário de Brasília).
Já na disputa comercial com a China, o governo norte-americano prorrogou em duas semanas o prazo para a entrada de exportações chinesas nos EUA antes de elevar tarifas a 25%.
O dólar perdia força globalmente, recuando cerca de 0,6% frente a uma cesta de moedas.
No lado doméstico, o mercado segue monitorando desdobramentos ligados à pauta econômica, em especial à reforma da Previdência, com expectativa de que o parecer do relator do texto na comissão especial seja apresentado no início da próxima semana.
Na quinta-feira, um grupo de 25 governadores assinou uma carta pedindo a manutenção dos Estados e municípios no texto da reforma, em um movimento que tenta se contrapor à possibilidade, levantada no Congresso, de que os servidores estaduais e municipais não sejam cobertos pelas mudanças de regras.
Contribui para o bom humor na cena local a decisão do Supremo Tribunal Federal na noite de quinta-feira que dispensa aval prévio do Congresso Nacional para a venda do controle de acionário de subsidiárias de estatais.
"Agora se espera que durante o segundo semestre sejam destravados os investimentos em diversos setores", afirmou o operador de câmbio da Advanced Corretora, Alessandro Faganello, em nota.
O BC vendeu nesta sexta-feira todos os 5,05 mil contratos de swap cambial tradicional ofertados em rolagem do vencimento julho.
Em 27 operações, o BC já rolou 6,818 bilhões de dólares, de um total de 10,089 bilhões de dólares a expirar em julho. O estoque de swaps do BC no mercado é de 68,863 bilhões de dólares.