Dólar sobe a R$ 2,8700, maior preço desde outubro de 2004
Na mínima, marcou R$ 2,8470 (+0,56%) e, na máxima, R$ 2,8820 (+1,80%). O dólar futuro para março registrava, às 16h34, alta de 1,30%, a R$ 2,8830
Da Redação
Publicado em 11 de fevereiro de 2015 às 16h14.
São Paulo - A escalada recente do dólar parece longe de terminar. A moeda subiu nesta quarta-feira, 11, pela quarta sessão consecutiva e pela sexta vez nos oito pregões que já aconteceram em fevereiro.
Terminou no maior nível em mais de dez anos, acumulando valorização superior a 6,89% este mês.
A aversão ao risco no exterior e as preocupações com a deterioração da economia doméstica estão levando os investidores a se posicionarem comprados em moeda.
O dólar comercial terminou o dia com valorização de 1,38%, a R$ 2,8700, maior preço desde 25 de outubro de 2004.
Na mínima, marcou R$ 2,8470 (+0,56%) e, na máxima, R$ 2,8820 (+1,80%). O dólar futuro para março registrava, às 16h34, alta de 1,30%, a R$ 2,8830.
No exterior, as atenções hoje estiveram voltadas para a reunião de ministros de Finanças do Eurogrupo, que iam debater a situação da Grécia.
Os gregos querem alterar os termos do acordo de ajuda ao país, mas os credores resistem às mudanças.
Apesar de não ser esperado uma resolução hoje, o assunto povoou os negócios no mercado financeiro.
O ministro da Economia alemão, Wolfgang Schäuble, tinha descartado ontem a possibilidade de um novo acordo hoje para a dívida grega.
Mas, hoje, o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, declarou estar disposto a ouvir a Grécia, mas que pressionaria o novo governo pela manutenção dos programas de ajustes.
Ele também declarou não esperar um resultado hoje e que as negociações devem prosseguir na próxima semana.
No âmbito doméstico, não há motivo para festejar.
O temor de que a meta de superávit primário de 1,2% do PIB neste ano não será cumprida vem rondando os agentes, depois do resultado ruim do ano passado das contas públicas e em meio às dificuldades por que passa a economia neste começo de ano, com a lua de mel do mercado e o governo já terminada.
A todo o momento surgem dúvidas de que a equipe de Joaquim Levy pode ter que ajustar a meta.
Hoje, por exemplo, em entrevista ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, o economista do Santander, Maurício Molan, colocou em dúvida o cumprimento não só do superávit primário, como também das metas de inflação.
Segundo ele, o Santander prevê uma alta de 7,3% no IPCA este ano, o que dificulta muito a convergência para o centro da meta, de 4,5%, em 2016, como tem prometido o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini.
"O efeito inercial é muito grande", afirmou.
Os indicadores reforçam as dificuldades do governo. Hoje, o IBGE divulgou dados do varejo de dezembro e os números desapontaram.
Os indicadores sinalizam contração da atividade, o que dificulta ainda mais o cumprimento da meta fiscal, já que, crescendo menos, o país arrecada menos.
Assim, a economia terá que ser feita por meio de aumento de impostos e corte de investimentos e despesas discricionárias.
Atualizado às 17h14.
São Paulo - A escalada recente do dólar parece longe de terminar. A moeda subiu nesta quarta-feira, 11, pela quarta sessão consecutiva e pela sexta vez nos oito pregões que já aconteceram em fevereiro.
Terminou no maior nível em mais de dez anos, acumulando valorização superior a 6,89% este mês.
A aversão ao risco no exterior e as preocupações com a deterioração da economia doméstica estão levando os investidores a se posicionarem comprados em moeda.
O dólar comercial terminou o dia com valorização de 1,38%, a R$ 2,8700, maior preço desde 25 de outubro de 2004.
Na mínima, marcou R$ 2,8470 (+0,56%) e, na máxima, R$ 2,8820 (+1,80%). O dólar futuro para março registrava, às 16h34, alta de 1,30%, a R$ 2,8830.
No exterior, as atenções hoje estiveram voltadas para a reunião de ministros de Finanças do Eurogrupo, que iam debater a situação da Grécia.
Os gregos querem alterar os termos do acordo de ajuda ao país, mas os credores resistem às mudanças.
Apesar de não ser esperado uma resolução hoje, o assunto povoou os negócios no mercado financeiro.
O ministro da Economia alemão, Wolfgang Schäuble, tinha descartado ontem a possibilidade de um novo acordo hoje para a dívida grega.
Mas, hoje, o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, declarou estar disposto a ouvir a Grécia, mas que pressionaria o novo governo pela manutenção dos programas de ajustes.
Ele também declarou não esperar um resultado hoje e que as negociações devem prosseguir na próxima semana.
No âmbito doméstico, não há motivo para festejar.
O temor de que a meta de superávit primário de 1,2% do PIB neste ano não será cumprida vem rondando os agentes, depois do resultado ruim do ano passado das contas públicas e em meio às dificuldades por que passa a economia neste começo de ano, com a lua de mel do mercado e o governo já terminada.
A todo o momento surgem dúvidas de que a equipe de Joaquim Levy pode ter que ajustar a meta.
Hoje, por exemplo, em entrevista ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, o economista do Santander, Maurício Molan, colocou em dúvida o cumprimento não só do superávit primário, como também das metas de inflação.
Segundo ele, o Santander prevê uma alta de 7,3% no IPCA este ano, o que dificulta muito a convergência para o centro da meta, de 4,5%, em 2016, como tem prometido o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini.
"O efeito inercial é muito grande", afirmou.
Os indicadores reforçam as dificuldades do governo. Hoje, o IBGE divulgou dados do varejo de dezembro e os números desapontaram.
Os indicadores sinalizam contração da atividade, o que dificulta ainda mais o cumprimento da meta fiscal, já que, crescendo menos, o país arrecada menos.
Assim, a economia terá que ser feita por meio de aumento de impostos e corte de investimentos e despesas discricionárias.
Atualizado às 17h14.