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Dólar sobe 0,5% com exterior; atenção ao BC continua

Apetite por risco nas praças internacionais era prejudicado por incertezas com o problemático sistema bancário da Espanha

"Quando o dólar atinge um determinado patamar, 2,05 reais, sabe-se que haverá intervenção (do BC)", disse o economista-chefe do BES Investimento, Jankiel Santos (Joe Raedle/Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 8 de junho de 2012 às 12h44.

São Paulo - O dólar avançava em relação ao real na sessão desta sexta-feira, diante da maior aversão ao risco no exterior, que guiava os investimentos para ativos mais seguros, como a moeda norte-americana. No entanto, investidores seguiam cautelosos diante da expectativa de que o Banco Central pode agir a qualquer momento, de acordo com agentes do mercado.

Às 11h14 (horário de Brasília), a divisa dos Estados Unidos avançava 0,50 por cento, para 2,0372 reais. Em relação a uma cesta de moedas, o dólar ganhava quase 1 por cento. O apetite por risco nas praças internacionais era prejudicado por incertezas com o problemático sistema bancário da Espanha e com a possibilidade de o país ter que pedir um resgate internacional para recapitalizar suas instituições financeiras.

Diante de tais incertezas, a agência de classificação de risco Fitch cortou sua avaliação para a dívida do governo espanhol para 'BBB' e sinalizou que poderia rebaixá-la ainda mais ao colocar o país em perspectiva negativa. "Quando a gente olha para corte de juros na China, rebaixamento de rating da Espanha, há uma confirmação de que o quadro internacional está mais turbulento do que se imaginava anteriormente", afirmou o economista-chefe do BES Investimento, Jankiel Santos.

Para estimular o crescimento econômico em meio a uma desacelação global, o Banco Central da China cortou em 0,25 ponto porcentual a taxa básica de juros do mercado, numa decisão surpreendente que reduziu os juros pela primeira vez desde o final de 2008. O economista destacou, no entanto, que os investidores estavam cautelosos para apostar em altas mais expressivas do dólar ante o real por causa das expectativas de intervenção do BC no câmbio.

"Quando o dólar atinge um determinado patamar, 2,05 reais, sabe-se que haverá intervenção (do BC)", disse Santos. Agentes de mercados estão considerando que a autoridade monetária não quer a moeda norte-americana acima de 2,05 reais por causa das suas recentes atuações. Na última terça-feira, por exemplo, o BC realizou um leilão de swap cambial tradicional -que equivale a uma venda de dólares no mercado futuro- logo no início da sessão, quando o dólar chegou a romper 2,06 reais. No entanto, para o economista-chefe do BGC Liquidez, Alfredo Barbutti, o BC não está se pautando em patamares específicos para intervir no câmbio, mas sim em disfuncionalidades do mercado, como movimentos especulativos descolados do quadro externo.

"Não acho que ele (o BC) tenha uma cotação em mente para defender. Mas se o real se comporta de forma descolada lá de fora, o BC reage". Barbutti não acredita em intervenções na sessão desta sexta-feira, tanto porque o dólar está seguindo os mercados internacionais, como porque os volumes negociados estão mais baixos em função do feriado de Corpus Christi na véspera. (Reportagem de Natália Cacioli; Edição de Patrícia Duarte)

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São Paulo - O dólar avançava em relação ao real na sessão desta sexta-feira, diante da maior aversão ao risco no exterior, que guiava os investimentos para ativos mais seguros, como a moeda norte-americana. No entanto, investidores seguiam cautelosos diante da expectativa de que o Banco Central pode agir a qualquer momento, de acordo com agentes do mercado.

Às 11h14 (horário de Brasília), a divisa dos Estados Unidos avançava 0,50 por cento, para 2,0372 reais. Em relação a uma cesta de moedas, o dólar ganhava quase 1 por cento. O apetite por risco nas praças internacionais era prejudicado por incertezas com o problemático sistema bancário da Espanha e com a possibilidade de o país ter que pedir um resgate internacional para recapitalizar suas instituições financeiras.

Diante de tais incertezas, a agência de classificação de risco Fitch cortou sua avaliação para a dívida do governo espanhol para 'BBB' e sinalizou que poderia rebaixá-la ainda mais ao colocar o país em perspectiva negativa. "Quando a gente olha para corte de juros na China, rebaixamento de rating da Espanha, há uma confirmação de que o quadro internacional está mais turbulento do que se imaginava anteriormente", afirmou o economista-chefe do BES Investimento, Jankiel Santos.

Para estimular o crescimento econômico em meio a uma desacelação global, o Banco Central da China cortou em 0,25 ponto porcentual a taxa básica de juros do mercado, numa decisão surpreendente que reduziu os juros pela primeira vez desde o final de 2008. O economista destacou, no entanto, que os investidores estavam cautelosos para apostar em altas mais expressivas do dólar ante o real por causa das expectativas de intervenção do BC no câmbio.

"Quando o dólar atinge um determinado patamar, 2,05 reais, sabe-se que haverá intervenção (do BC)", disse Santos. Agentes de mercados estão considerando que a autoridade monetária não quer a moeda norte-americana acima de 2,05 reais por causa das suas recentes atuações. Na última terça-feira, por exemplo, o BC realizou um leilão de swap cambial tradicional -que equivale a uma venda de dólares no mercado futuro- logo no início da sessão, quando o dólar chegou a romper 2,06 reais. No entanto, para o economista-chefe do BGC Liquidez, Alfredo Barbutti, o BC não está se pautando em patamares específicos para intervir no câmbio, mas sim em disfuncionalidades do mercado, como movimentos especulativos descolados do quadro externo.

"Não acho que ele (o BC) tenha uma cotação em mente para defender. Mas se o real se comporta de forma descolada lá de fora, o BC reage". Barbutti não acredita em intervenções na sessão desta sexta-feira, tanto porque o dólar está seguindo os mercados internacionais, como porque os volumes negociados estão mais baixos em função do feriado de Corpus Christi na véspera. (Reportagem de Natália Cacioli; Edição de Patrícia Duarte)

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