Dólar sobe 0,39% em correção após três dias de queda
O dólar fechou em alta em relação ao real em uma correção técnica após três sessões seguidas de queda
Da Redação
Publicado em 27 de janeiro de 2016 às 17h04.
São Paulo - O dólar fechou em alta em relação ao real nesta quinta-feira, em uma correção técnica após três sessões seguidas de queda enquanto investidores aguardavam a decisão do Federal Reserve , banco central norte-americano.
O dólar avançou 0,39 por cento, a 4,0859 reais na venda, após atingir 4,0287 reais na mínima da sessão e 4,0960 reais na máxima. A moeda norte-americana havia acumulado queda de 2,29 por cento nas três sessões anteriores.
O dólar abriu a sessão em queda e chegou a recuar mais de 1 por cento durante os negócios, em meio a apostas de que o Fed deixaria os juros estáveis e adotaria um tom cauteloso diante do tombo dos preços do petróleo no exterior e da desaceleração da economia chinesa.
Isso poderia atenuar a pressão sobre moedas emergentes, já que juros mais altos nos Estados Unidos tendem a atrair para a maior economia do mundo recursos aplicados em outros locais.
"Esperamos um Fed mais 'brando', diante das incertezas com China e elevada volatilidade dos mercados", escreveram analistas da Guide Investimentos em relatório pela manhã.
Simultaneamente ao fechamento do mercado, o Fed anunciou a manutenção dos juros e disse estar "monitorando de perto" os desenvolvimentos econômicos e financeiros globais, mas manteve uma visão otimista sobre a economia dos EUA. O dólar futuro reduziu levemente a alta em relação ao real após a decisão do Fed.
Após recuar durante boa parte da sessão, o dólar anulou as perdas durante a tarde e voltou a subir. Operadores identificaram no movimento uma correção técnica após as quedas das últimas sessões e um ajuste ao movimento de outras moedas latino-americanas, que vinham sofrendo mais do que o real desde o início do ano.
O dólar acumulou alta de quase 8 por cento em relação ao peso mexicano e próxima de 6 por cento contra o peso colombiano em 2016 até agora. Em comparação, a moeda norte-americana havia avançado apenas 3,1 por cento em relação ao real neste ano até a véspera, ampliando essa valorização para 3,5 por cento nesta sessão.
"Estávamos bastante defasados em relação aos nossos pares. (O dólar) ainda tem o que andar até o fim do mês", disse o especialista em câmbio da corretora Icap, Ítalo Abucater.
A percepção de que a moeda norte-americana deve continuar avançando é corroborada pelo cenário local incerto, especialmente após a decisão do Banco Central brasileiro de manter o juro básico em 14,25 por cento na semana passada, contrariando expectativas no mercado de elevação da Selic. Na quinta-feira, será divulgada a ata do Comitê de Política Monetária (Copom), que deve trazer mais pistas sobre o futuro do juro no Brasil.
BNDES E TESOURO
Operadores citaram ainda a informação de que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) liquidou dois contratos indexados ao câmbio junto ao Tesouro Nacional. Segundo o Ministéro da Fazenda, o pagamento foi feito gradualmente entre 24 de dezembro de 2015 e 14 de janeiro de 2016, de forma a "não gerar distorções no mercado de câmbio doméstico".
Mesmo assim, alguns operadores viram na notícia evidência de que a alta do dólar neste ano deveria ter sido mais expressiva e teria sido contida por vendas de derivativos cambiais relacionados a esses contratos.
"Mais de um agente viu nessa história um motivo para comprar dólares. Foi um dos gatilhos para essa correção forte que vimos à tarde", disse o operador de um banco nacional, sob condição de anonimato.
ROLAGEM DE SWAPS
O BC brasileiro realizou nesta manhã mais um leilão de rolagem dos swaps cambiais que vencem em 1º de fevereiro, vendendo a oferta total de até 11,6 mil contratos. Até o momento, a autoridade monetária já rolou o equivalente a 9,572 bilhões de dólares, ou cerca de 92 por cento do lote total, que corresponde a 10,431 bilhões de dólares.
São Paulo - O dólar fechou em alta em relação ao real nesta quinta-feira, em uma correção técnica após três sessões seguidas de queda enquanto investidores aguardavam a decisão do Federal Reserve , banco central norte-americano.
O dólar avançou 0,39 por cento, a 4,0859 reais na venda, após atingir 4,0287 reais na mínima da sessão e 4,0960 reais na máxima. A moeda norte-americana havia acumulado queda de 2,29 por cento nas três sessões anteriores.
O dólar abriu a sessão em queda e chegou a recuar mais de 1 por cento durante os negócios, em meio a apostas de que o Fed deixaria os juros estáveis e adotaria um tom cauteloso diante do tombo dos preços do petróleo no exterior e da desaceleração da economia chinesa.
Isso poderia atenuar a pressão sobre moedas emergentes, já que juros mais altos nos Estados Unidos tendem a atrair para a maior economia do mundo recursos aplicados em outros locais.
"Esperamos um Fed mais 'brando', diante das incertezas com China e elevada volatilidade dos mercados", escreveram analistas da Guide Investimentos em relatório pela manhã.
Simultaneamente ao fechamento do mercado, o Fed anunciou a manutenção dos juros e disse estar "monitorando de perto" os desenvolvimentos econômicos e financeiros globais, mas manteve uma visão otimista sobre a economia dos EUA. O dólar futuro reduziu levemente a alta em relação ao real após a decisão do Fed.
Após recuar durante boa parte da sessão, o dólar anulou as perdas durante a tarde e voltou a subir. Operadores identificaram no movimento uma correção técnica após as quedas das últimas sessões e um ajuste ao movimento de outras moedas latino-americanas, que vinham sofrendo mais do que o real desde o início do ano.
O dólar acumulou alta de quase 8 por cento em relação ao peso mexicano e próxima de 6 por cento contra o peso colombiano em 2016 até agora. Em comparação, a moeda norte-americana havia avançado apenas 3,1 por cento em relação ao real neste ano até a véspera, ampliando essa valorização para 3,5 por cento nesta sessão.
"Estávamos bastante defasados em relação aos nossos pares. (O dólar) ainda tem o que andar até o fim do mês", disse o especialista em câmbio da corretora Icap, Ítalo Abucater.
A percepção de que a moeda norte-americana deve continuar avançando é corroborada pelo cenário local incerto, especialmente após a decisão do Banco Central brasileiro de manter o juro básico em 14,25 por cento na semana passada, contrariando expectativas no mercado de elevação da Selic. Na quinta-feira, será divulgada a ata do Comitê de Política Monetária (Copom), que deve trazer mais pistas sobre o futuro do juro no Brasil.
BNDES E TESOURO
Operadores citaram ainda a informação de que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) liquidou dois contratos indexados ao câmbio junto ao Tesouro Nacional. Segundo o Ministéro da Fazenda, o pagamento foi feito gradualmente entre 24 de dezembro de 2015 e 14 de janeiro de 2016, de forma a "não gerar distorções no mercado de câmbio doméstico".
Mesmo assim, alguns operadores viram na notícia evidência de que a alta do dólar neste ano deveria ter sido mais expressiva e teria sido contida por vendas de derivativos cambiais relacionados a esses contratos.
"Mais de um agente viu nessa história um motivo para comprar dólares. Foi um dos gatilhos para essa correção forte que vimos à tarde", disse o operador de um banco nacional, sob condição de anonimato.
ROLAGEM DE SWAPS
O BC brasileiro realizou nesta manhã mais um leilão de rolagem dos swaps cambiais que vencem em 1º de fevereiro, vendendo a oferta total de até 11,6 mil contratos. Até o momento, a autoridade monetária já rolou o equivalente a 9,572 bilhões de dólares, ou cerca de 92 por cento do lote total, que corresponde a 10,431 bilhões de dólares.